A anemia é um problema de saúde muito comum, que tende a afetar, com mais frequência, crianças de até 5 anos de idade e gestantes. Existem vários tipos de anemia, podendo ser temporária ou de longo prazo, e manifestar desde sintomas leves ou imperceptíveis até problemas graves.
As causas mais comuns da anemia são deficiências nutricionais, especialmente de ferro, vitamina B12 e folato, que são essenciais para a produção das células do sangue na medula óssea. Mas, também podem ocorrer por alterações genéticas e doenças que afetam a medula óssea.
Veja quais são os tipos de anemia e as principais causas e sintomas de cada uma delas.
De modo geral, a anemia ocorre quando há uma baixa contagem de glóbulos vermelhos no sangue, as hemácias, ou quando há baixa concentração de hemoglobina, uma proteína rica em ferro, responsável por dar ao sangue a cor vermelha.
A função das hemácias e da hemoglobina é transportar oxigênio e nutrientes para todas as partes do corpo. Se elas estão em menor quantidade, todos os tecidos e órgãos recebem menos oxigênio e nutrientes, causando diversos sintomas.
Níveis de hemoglobina abaixo de 12g/dL, nas mulheres, e 13g/dL, nos homens, caracterizam um quadro de anemia. Nas gestantes e nas crianças de 6 meses a 5 anos, os níveis não podem estar abaixo de 11g/dL.
O diagnóstico de anemia, bem como a definição do seu tipo, são muito importantes para o encaminhamento ao tratamento mais adequado, que difere em cada um. Por isso, ao perceber os sintomas de anemia, procure um médico e investigue o seu caso. Quanto mais cedo o diagnóstico for feito, melhor será a resposta ao tratamento.
Os sintomas podem variar bastante em intensidade, sendo os mais comuns:
O exame mais importante para identificar se a pessoa tem anemia é o hemograma, que possibilita a contagem de hemácias, de glóbulos brancos, reticulócitos (hemácias imaturas), concentração de hemoglobina, formato e maturidade das hemácias.
Esse é o tipo mais comum de anemia e se dá por deficiência de ferro, principalmente pelo baixo consumo de alimentos ricos nesse mineral, por exemplo, carne vermelha, frango, peixes, crustáceos, ovo, feijão e espinafre.
Ela causa alguns sintomas específicos, que indicam falta de ferro no organismo:
A perda excessiva de ferro no sangue, que pode ocorrer por causa de fluxos menstruais muito intensos, hemorragias e úlceras provocadas por gastrite erosiva também pode provocar a anemia ferropriva.
As gestantes e as lactantes devem ficar mais atentas à alimentação, pois precisam de mais ferro que as outras pessoas, para suprir as necessidades do bebê em desenvolvimento e crescimento.
Algumas doenças também podem reduzir a capacidade de absorção do ferro pelo intestino, como a doença celíaca e a doença de Crohn.
Na anemia megaloblástica, o tamanho das hemácias é maior do que o normal. Além do tamanho aumentado dos glóbulos vermelhos, há uma contagem baixa de glóbulos brancos e plaquetas.
Uma alimentação pobre em vitamina B12 pode resultar no desenvolvimento da anemia megaloblástica. Alguns alimentos ricos em vitamina B12 são as carnes vermelhas, especialmente o fígado de galinha, atum, salmão, truta, ovos e lacticínios.
Como as principais fontes de vitamina B12 são de origem animal, os vegetarianos estritos são mais propensos a desenvolverem essa anemia, tendo que fazer uma suplementação para preveni-la.
Além disso, pessoas que fizeram a cirurgia de redução do estômago (gastrectomia), ou que retiraram o duodeno, possuem menos capacidade de absorver a vitamina B12 e o ferro, o que faz dessas cirurgias um fator de risco para a anemia ferropriva e megaloblástica.
Os sintomas específicos da anemia megaloblásticas podem incluir manifestações gastrointestinais, neurológicas e psiquiátricas:
Pessoas com anemia perniciosa, um subtipo da anemia megaloblástica, não produzem uma proteína chamada “fator intrínseco“, que é necessária para desprender a vitamina B12 da proteína ingerida na alimentação, para que fique disponível para ser absorvida no intestino.
Trata-se de uma doença autoimune, que é mais comum em idosos entre 60 e 70 anos, com predominância no sexo feminino.
Além da carência ou má absorção de vitamina B12, a deficiência de ácido fólico também pode resultar em anemia megaloblástica. Esse nutriente é essencial a todas as pessoas mas, principalmente, para as gestantes, por isso elas devem fazer a suplementação quando planejam engravidar.
Isso porque o ácido fólico está envolvido com o desenvolvimento do sistema nervoso central do bebê e sua carência pode resultar em malformações congênitas, como anencefalia, espinha bífida e fissura lábio-palatina.
É essencial incluir os vegetais de folha verde-escura e miúdos (fígado) em sua alimentação, pois eles são ricos em folato.
Na anemia aplástica, a concentração de todos os tipos de células do sangue é diminuída, porque a medula óssea não consegue produzir essas células em quantidade suficiente.
Esse problema ocorre quando as células-tronco da medula óssea são danificadas por algum fator, que pode ser:
Os sintomas que caracterizam esse tipo de anemia são:
Esse tipo de anemia é bem grave, devendo ser tratada com transplante de medula óssea e transfusão de sangue. Se o caso não for tratado, a anemia pode ser fatal.
O ciclo normal de vida das hemácias dura cerca de 120 dias. Nas anemias hemolíticas, elas morrem ou são destruídas antes desse tempo pelos próprios anticorpos, caracterizando a anemia hemolítica autoimune.
Juntamente com isso, a medula óssea não consegue repor todas as células destruídas, o que resulta na diminuição da contagem dessas células.
Elas são mais comuns em mulheres do que em homens, e são divididas de acordo com as causas, que podem ser:
O gene para anemia falciforme deve ser herdado tanto do pai, quanto da mãe. Esse tipo de mutação genética resulta na produção de hemácias com formato de foice, o que faz com que essas células se rompam com mais facilidade, provocando a doença por escassez de hemácias.
As alterações genéticas resultam em defeitos no processo de produção da hemoglobina, nesse caso, as hemácias adquirem um tamanho menor e possuem menos hemoglobina.
Uma das complicações das doenças crônicas é o desenvolvimento de anemias. Isso ocorre porque num quadro inflamatório crônico, a produção de hemácias se torna mais lenta, podendo provocar quadros de anemia.
Algumas condições também atrapalham a absorção adequada de ferro e outros nutrientes necessários para produção das células do sangue.
As principais doenças crônicas que podem causar anemia são as doenças renais, câncer, artrite reumatoide, doença de Crohn, cirrose hepática e HIV/AIDS.
Como os sintomas dessas doenças mascaram os da anemia, geralmente, elas só são identificadas em hemogramas de rotina.
Os vídeos a seguir também trazem informações importantes sobre a anemia. Confira!
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