13 Sintomas da Diverticulite – O Que é, Causas e Sinais

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Algumas pessoas desenvolvem ao longo dos anos pequenas bolsas no intestino grosso chamada de divertículos que quando inflamam ou infeccionam causam uma doença chamada diverticulite.

Embora sua maior incidência seja entre as pessoas mais velhas, ela também pode atingir os mais jovens, e estima-se que aproximadamente 80% dos idosos com mais de 70 anos têm divertículos, e um terço deles terá diverticulite.

Entenda melhor o que é, sinais e sintomas da diverticulite e suas principais causas.

Diverticulite – O que é?

A diverticulite é uma doença que se desenvolve a partir de uma condição chamada diverticulose.

O intestino pode formar pequenas bolsas chamadas de divertículos, que por si só não são perigosas. Elas podem se desenvolver em qualquer parte do trato digestivo, mas comumente se formam no final dos dois pontos, o cólon descendente e sigmoide, localizados no lado esquerdo do abdômen. A diverticulose também pode aparecer na primeira parte do intestino delgado, o que raramente causa problemas.

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As bolsas intestinais costumam ser o resultado da pressão colocada sobre o intestino, e podem fornecer às bactérias um cenário adequado para o seu crescimento excessivo. Se causarem uma inflamação, infecção, rompimento ou a combinação deles, a condição é chamada de diverticulite.

Ela é um problema preocupante porque geralmente causa sintomas e, em alguns casos, pode levar a complicações sérias e doenças a longo prazo.

Principais causas

Muitas condições podem aumentar os riscos de desenvolver diverticulite. Entre os principais fatores, sabe-se que a idade, a dieta, a obesidade e o tabagismo contribuem com os sintomas de diverticulite.

– Idade

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Muitos fatores são apontados como responsáveis pela diverticulite, no entanto, a idade é o principal. Isso acontece porque a diverticulose, que é o precursor da diverticulite, é muito comum em adultos mais velhos, especialmente acima de 60 anos.

Porém, os jovens também apresentam um nível de risco, e as chances de progredir para diverticulite são altas se a condição não for gerenciada a partir do diagnóstico. Veja outras possíveis causas:

– Genética

Estima-se que aproximadamente 40% de todos os casos de diverticulite sejam influenciados pela genética. Segundo um estudo realizado por pesquisadores na Suécia, o risco de diverticulite foi triplicado quando o paciente tinha um irmão gêmeo fraterno com a doença. Para os gêmeos idênticos, o risco foi sete vezes maior, quando comparado com a população em geral. Diante desses resultados, elencou-se a genética como um fator de risco para a diverticulite.

– Dieta

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Cientistas apontam a dieta como uma das causas do surgimento de bolsas no intestino, considerando que a sua formação está relacionada à pressão persistente no cólon, causada especialmente pela constipação.

Por sua vez, a prisão de ventre está associada à falta de fibra alimentar na dieta, o que resulta em uma dificuldade de evacuar, pois as fezes são mais difíceis de passar, e isso causa uma distensão anormal dos tecidos intestinais, especialmente no cólon sigmoide, onde a maioria dos divertículos se desenvolve. Uma vez que os divertículos estão formados, as chances de ter diverticulite é significativamente maior.

– A obesidade

Ser obeso é um fator de risco claro para diverticulite, tanto que foi evidenciado através de estudos.

A Escola de Medicina da Universidade de Washington acompanhou em 2009 os registros de saúde de mais de 47.000 homens durante um período de 18 anos.

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A conclusão mostrou que a obesidade praticamente dobrou o risco de diverticulite e triplicou as chances da pessoa ter um sangramento diverticular, quando comparado a pessoas que não são obesas. Outra questão importante para considerar é que a obesidade pode ser o resultado de uma dieta pobre, especialmente em fibras, e como vimos, esse é mais um fator que impulsiona a formação de bolsas no intestino.

– Fumar

Não é novidade para ninguém que fumar viabiliza o surgimento de muitas doenças. É fato que o hábito estimula a inflamação, e essa condição pode aumentar o risco de uma série de problemas de saúde, contribuindo também para a diverticulite. Isso acontece porque a inflamação afeta os tecidos já comprometidos, aumentando o risco de abscessos, fístula e perfuração intestinal. De acordo com o Imperial College London, o risco é ainda maior se a pessoa fuma mais de 10 cigarros por dia.

– Medicamentos

O uso prolongado de corticosteroides orais e analgésicos opiáceos pode duplicar ou triplicar as chances de ter uma diverticulite perfurada. Já os anti-inflamatórios não-esteroidais também estão associados fortemente ao desenvolvimento de diverticulite e ao sangramento diverticular. 

Embora a aspirina tenha sido considerada o principal suspeito, todos os anti-inflamatórios não-esteroidais têm o mesmo potencial de dano. Eles incluem marcas populares, como o naproxeno e Advil (ibuprofeno).

– Falta de exercício físico

Algumas pesquisas indicam que o exercício reduz o risco de doença diverticular, e que as pessoas que se exercitam menos de 30 minutos por dia podem ter risco aumentado de desenvolver o problema. No entanto, não está absortamente claro se um estilo de vida sedentário é um fator de risco real.

– Falta de vitamina D

Mais um aspecto que não está totalmente claro, mas que parece influenciar, é a falta de vitamina D. Um estudo evidenciou que aqueles com diverticulite complicada costumam ter níveis mais baixos de vitamina D em seu organismo. Este estudo associa os níveis de vitamina D ao desenvolvimento de complicações da doença.

Sinais e sintomas da diverticulite

A diverticulite costuma apresentar sintomas, especialmente porque ela é uma complicação da diverticulose. Felizmente, mesmo com sintomas, a maioria dos casos de diverticulite não é complicada e pode ser tratada em casa. 

No entanto, 30% dos casos apresentam complicações que precisam de hospitalização.

Sintomas da diverticulite comuns:

  1. Dor é o sintoma mais comum da diverticulite e geralmente é constante e dura vários dias. Ela é mais frequente do lado esquerdo;
  2. Prisão de ventre;
  3. Diarreia ocasional;
  4. Febre;
  5. Náuseas;
  6. Vômito;
  7. Arrepios;
  8. Cólicas;
  9. Inchaço abdominal;
  10. Gases;
  11. Falta de apetite.

Sintomas raros:

  1. Micção mais frequente com dor ao urinar;
  2.  Sangramento retal.

Diagnóstico

Os sintomas da diverticulite são muito semelhantes aos de outras doenças, por esse motivo diagnosticar a diverticulite pode ser um desafio. Partindo desse ponto, durante uma consulta o médico deve questionar todos os sintomas experimentados, histórico de saúde e medicamentos usados. Ele também pode fazer um exame físico para verificar se o abdômen está rígido e um exame retal para verificar se há sangramento, dor, massas ou outros problemas.

Diante da suspeita, o médico pode solicitar exames adicionais para descartar outros problemas e assim garantir um diagnóstico preciso. Os mais comuns são:

  • Exame de sangue: Tem a finalidade de identificar possíveis inflamações, anemia, problemas renais ou hepáticos.
  • Exames de imagem: Ultrassonografia abdominal ou tomografia computadorizada do tórax, para obter fotos do trato gastrintestinal.
  • Colonoscopia: Esse exame é feito para ver o interior do intestino. O procedimento utiliza um tubo fino com uma câmera no final chamada de colonoscópio.
  • Raio-x de enema de bário: É realizado inserindo um tubo no reto, e um líquido de bário para ter visibilidade dos órgãos que normalmente não aparecem em um raio-x.
  • Exame de urina: Identificar a presença de diferentes tipos de infecção.
  • Exame de fezes: Verificar se existem infecções gastrointestinais, como clostridium difficile.
  • Exame pélvico: É recomendado para mulheres para descartar problemas ginecológicos.
  • Teste de gravidez: Feito para descartar a possibilidade de gravidez.

Com os exames em mãos, o médico é capaz de realizar um diagnóstico preciso e também recomendar o tratamento mais adequado.

Tratamento

O tratamento será recomendado pelo médico considerando a gravidade dos sintomas da diverticulite. Ele geralmente terá um protocolo para casos que não são complicados e uma abordagem diferente para aqueles que são.

– Diverticulite não complicada

Geralmente, quando os sintomas da diverticulite são leves, o médico recomendará um tratamento para ser feito em casa, e que geralmente é bem sucedido se for realizado conforme as orientações.

  • Antibióticos: Eles podem ser receitados para tratar a infecção, no entanto, algumas diretrizes mais recentes apontam que os antibióticos nem sempre são necessários ou úteis para a diverticulite não complicada. Sendo assim esse medicamento só será recomendado se for uma alternativa eficaz para o seu caso. Alguns analgésicos como paracetamol também podem ser indicados para aliviar o desconforto;
  • Dieta líquida: Uma dieta líquida por alguns dias pode ajudar o seu intestino. Quando os sintomas da diverticulite estiverem melhores, você pode gradualmente adicionar alimentos sólidos à dieta;
  • Dieta pobre em fibras: Outro cuidado com a alimentação deverá ser adotado nesse período de recuperação. Considerando que o sistema digestivo precisa trabalhar muito mais para digerir as fibras, o médico pode recomendar uma dieta pobre em fibras para impulsionar a recuperação.

– Diverticulite complicada

Ter complicações geralmente requer ser hospitalizado. Esse procedimento é necessário para observar a gravidade e tomar providências para evitar complicações ainda mais sérias.

  • Administração de antibióticos intravenosos.
  • Inserção de um tubo para drenar um abscesso abdominal, caso tenha sido formado.

– Cirurgia

É uma intervenção necessária para tratar complicações da diverticulite, principalmente porque elas costumam ser graves e em alguns casos até fatais. As complicações mais comuns são que precisam do procedimento são:

  • Perfuração e peritonite: A diverticulite pode causar pequenas perfurações nos divertículos, e essas rupturas podem permitir que conteúdo do cólon vaze para a cavidade abdominal. Essa condição pode causar a peritonite, que é inflamação e infecção nessa região e que requer uma cirurgia de emergência para remover a parte danificada do cólon e limpar a cavidade abdominal. 
  • Abscesso e fleuma: Um abscesso é uma bolsa infectada cheia de pus e uma fleuma é uma área infectada dentro do tecido. Ambos podem ser tratados com antibióticos, mas em casos mais graves precisam de cirurgia para remover o tecido afetado.
  • Fístula: A fístula é uma conexão anormal entre dois órgãos, ou entre um órgão e a pele. Geralmente, a diverticulite pode causar uma fístula entre o cólon e a bexiga, vagina ou o intestino delgado. Normalmente, elas precisam de cirurgia para reparar a fístula e o tecido circundante e remover a seção afetada do intestino.
  • Obstrução intestinal: A estenose é uma condição que promove uma obstrução ou bloqueio intestinal. Esse estreitamento pode bloquear a passagem das fezes, que precisará de cirurgia para remover a parte afetada do intestino e permitir que o funcionamento volte ao normal.

Palavras finais

A diverticulite é uma doença que traz sintomas desconfortáveis e perigosos. Sendo assim, a prevenção é a chave para impedir que complicações da diverticulite aconteçam, e uma dieta desempenha um papel importante.

No entanto, existem muitas abordagens que mudaram com o passar dos anos e também com o avanço das pesquisas sobre o assunto. Por exemplo, há alguns anos a recomendação era evitar alimentos específicos, como pipoca, nozes e sementes porque eles poderiam agravar os sintomas da diverticulite. Porém, pesquisas mais recentes realizadas pelo National Institutes of Health (NIH) dizem que comer nozes e sementes não é um problema, e que as pessoas com diverticulite não precisam evitar alimentos específicos. Eles também reforçam que a ingestão adequada de fibras é importante se você tiver diverticulite.

Procure seguir também uma vida ativa, com atividade física frequente, gerenciar o peso, evitar o uso desnecessário de alguns medicamentos e obter vitamina D suficiente. Se tiver dúvidas sobre quais abordagens são melhores para o seu caso, converse com o seu médico.

Fontes e Referências Adicionais:

Você já sofreu sintomas da diverticulite e precisou passar por algum tipo de tratamento para a condição? Quais foram as causas? Comente abaixo!

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Sobre Dr. Lucio Pacheco

Dr. Lucio Pacheco é Cirurgião do aparelho digestivo, Cirurgião geral - CRM 597798 RJ/ CBCD. Formou-se em Medicina pela UFRJ em 1994. Em 1996 fez um curso de aperfeiçoamento em transplantes no Hospital Paul Brousse, da Universidade de Paris-Sud, um dos mais especializados na Europa. Concluiu o mestrado em Medicina (Cirurgia Geral) em 2000 e o Doutorado em Medicina (Clinica Médica) pela UFRJ em 2010. Dr. Lucio Pacheco é autor de diversos livros e artigos sobre transplante de fígado. Atualmente é médico-cirurgião, chefe da equipe de transplante hepático do Hospital Copa Star, Hospital Quinta D'Or e do Hospital Copa D'Or. Além disso é diretor médico do Instituto de Transplantes. Suas áreas de atuação principais são: cirurgia geral, oncologia cirúrgica, hepatologia, e transplante de fígado. Para mais informações, entre em contato.

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1 comentário em “13 Sintomas da Diverticulite – O Que é, Causas e Sinais”

  1. Reportagem muito boa , estou consultando porque descobri que tenho diverticulites e agora vou passar a ter mais cuidado coma minha alimentação. Procurei um tratamento também natural , tenho muitas fases e gostaria de saber q fazer p evitar
    Obrigado

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