As pessoas diagnosticadas com diabetes tipo 2 que tomam aspirina em dose baixa diariamente parecem ter menor risco de infarto, derrame e morte por doenças do coração, segundo pesquisa publicada pela Associação Americana do Coração (AHA).

O estudo analisou dez anos de dados de 11,5 mil adultos com diabetes e risco moderado ou alto de problemas cardiovasculares. Por meio dos resultados, os pesquisadores notaram que quem usava aspirina regularmente teve menos infartos (42,4%), menos derrames (14,5%) e menor mortalidade geral (33%) do que quem não usava o medicamento, que apresentou taxas de 61,2%, 24,8% e 50,7%, respectivamente.
Os benefícios foram percebidos tanto em pessoas com controle ruim da diabetes quanto naqueles com níveis de glicose mais equilibrados, embora o efeito tenha sido mais forte nos que mantinham a glicemia sob controle.
Para os profissionais, a investigação mostrou que a aspirina pode ter papel protetor em diabéticos que ainda não tiveram um evento cardiovascular, algo que sempre foi motivo de debate entre médicos. Atualmente, o remédio é recomendado apenas para prevenção secundária, ou seja, em quem já teve infarto ou AVC.
Apesar dos resultados, os autores reforçam que a pesquisa é observacional, baseada em registros médicos, e não prova que a aspirina foi a causa direta da redução de eventos.
Ademais, não houve avaliação detalhada sobre possíveis efeitos colaterais, como sangramentos, que são um risco conhecido do uso contínuo do medicamento. Portanto, os resultados reforçam a necessidade de mais estudos clínicos antes de qualquer recomendação ampla. Por enquanto, especialistas alertam que ninguém deve começar a usar aspirina sem uma orientação médica, já que o equilíbrio entre benefícios e riscos varia de pessoa para pessoa.








