Uma terapia japonesa vem ganhando popularidade mundo afora, com a promessa de trazer benefícios à saúde: beber água morna em jejum. No entanto, ter esse hábito ao acordar realmente faz alguma diferença no organismo?

Seus defensores alegam que a prática de beber de quatro a cinco copos de água morna em jejum pode limpar o trato digestivo e aumentar o metabolismo. Suas origens, entretanto, são incertas, e as promessas podem ser mais simbólicas do que cientificamente comprovadas. A tradição teria surgido no Japão após observações médicas no século XX, quando notou-se que japoneses tinham índices mais baixos de algumas doenças crônica. Não existem pesquisas robustas que associem a terapia da água diretamente a tais benefícios.
De fato, aumentar a ingestão de água traz benefícios à saúde, como a melhora na digestão e concentração. Mas o hábito de beber água morna ao acordar não traz nenhum tipo de ‘cura milagrosa’. Os efeitos positivos incluem redução do apetite quando substitui bebidas açucaradas e a energia aumentada. Ademais, manter-se hidratado contribui para o bom funcionamento das células, ajuda no transporte de nutrientes e na regulação da temperatura corporal.
Beber água assim que acorda também estimula a diurese, ajudando na eliminação de toxinas acumuladas durante a noite e promovendo a saúde renal. Alguns especialistas destacam que o hábito pode atuar na prevenção de cálculos renais, uma vez que a ingestão regular de líquidos dilui as substâncias na urina que podem formar pedras nos rins.
Há indícios também de benefícios á pele, já que a hidratação adequada favorece a elasticidade e pode contribuir para uma aparência mais saudável. No entanto, é importante ressaltar que os resultados dependem de outros fatores, como uma dieta equilibrada e sono de qualidade.
Vale lembrar que consumir muita água em um curto período de tempo – seja ela morna ou fria -, pode levar á hiponatremia, uma redução perigosa de sódio no sangue. Ademais, pessoas com problemas renais crônicos ou doenças cardíacas devem consultar um médico antes de aumentar o consumo de água de forma significativa, pois o excesso pode sobrecarregar órgãos comprometidos.
Água fria ou morna?
Há quem defenda que a água fria solidifica gordura no trato digestivo, mas a afirmação também carece de base científica. Portanto, a escolha entre água fria ou morna deve ser feita de acordo com o conforto pessoal e os objetivos individuais, como a ativação do metabolismo ou o relaxamento do sistema digestivo.
A água fria pode aumentar temporariamente o metabolismo devido ao efeito termogênico, enquanto a água morna pode relaxar o sistema digestivo, facilitando a digestão.
Em algumas tradições orientais, acredita-se que a água morna ajuda a manter o equilíbrio do “qi” (energia vital). Mas, para a maioria das pessoas, o importante é garantir a ingestão adequada de líquidos ao longo do dia, independentemente da temperatura.







