No cenário das disfunções sexuais, a ejaculação precoce emerge como uma das mais comuns. Dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) apontam que um a cada três brasileiros acima de 18 anos enfrenta esse problema.
A ejaculação precoce é definida pela rápida chegada ao orgasmo, muitas vezes em menos de um minuto. Em contraste, o intervalo considerado normal entre a penetração e a ejaculação varia de três a seis minutos. A condição costuma estar relacionada à ansiedade.
Contudo, uma luz de esperança brilha, pois a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recentemente concedeu aprovação ao primeiro medicamento específico para a condição, com indicação em bula e uso sob demanda. O remédio já é utilizado em mais de 50 países como Itália, Reino Unido, Austrália, Argentina e Uruguai.
O seu ingrediente ativo é o cloridrato de dapoxetina, mas o remédio, que é disponibilizado pela Farmoquímica, tem o nome comercial de Prosoy. Ele deve ser tomado de uma a três horas antes da relação sexual, motivo pelo qual é considerado sob demanda.
A dapoxetina tem a capacidade de ativar os receptores seratoninérgicos, em especial os agonistas destes receptores, conseguindo atrasar a ejaculação, conforme explicou o urologista Fernando Facio a O Globo.
Isso porque ela estimula os receptores de serotonina 1A, o que faz com que o limiar de excitação aumente, completou o especialista. Ele disse ainda que esse aumento do limiar de excitação gera um prolongamento do tempo até a ejaculação, o que é um grande diferencial do remédio.
Outra característica notável é a absorção ágil da dapoxetina pelo organismo, o que permite que ela seja ingerida algumas horas antes da relação sexual.
O acesso ao medicamento requer prescrição médica e a sua comercialização é controlada (tarja vermelha). A dapoxetina não deve ser tomada em conjunto com antidepressivos de uso diário, e a ingestão de álcool é contraindicada para evitar possíveis complicações, alertou o urologista Fernando Facio.
Além disso, o remédio pode causar queda de pressão ao se levantar, especialmente para os pacientes que o usam para tratar a hiperplasia prostática benigna. Portanto, o acompanhamento médico é essencial no uso da dapoxetina. As informações são de O Globo.