Uma nova esperança surge para o tratamento do melanoma, considerado o tipo de câncer de pele mais letal, com a chegada da primeira vacina terapêutica.
As empresas farmacêuticas Moderna e MSD anunciaram na quarta-feira (26/07), o início da terceira e última fase dos testes clínicos com o imunizante desenvolvido para tratar pacientes com esse câncer.
Durante a fase dois dos estudos, a dose mostrou potencial significativo quando, em conjunto com o anticorpo monoclonal Keytruda (visto atualmente como um dos tratamentos mais eficazes contra o melanoma), levou a uma redução de 44% nas mortes e recorrências do tumor, em comparação com o grupo que só recebeu o medicamento.
Esse estudo de fase dois, realizado com 157 participantes, a terapia teve a duração de aproximadamente um ano.
Ao longo do período, foram administradas nove doses da vacina, juntamente com 18 ciclos de 200 mg do medicamento Keytruda a cada três semanas. Os resultados foram divulgados em dezembro do ano passado.
Já a nova etapa dos testes começou com o recrutamento dos primeiros voluntários na Austrália e busca incluir 1.089 participantes em mais de 165 centros de pesquisa em pelo menos 25 países. Essa etapa será uma ampliação da fase anterior.
Reconhecimento e aprovação da vacina
Os cientistas e as agências reguladoras receberam os dados divulgados até então de forma positiva. A vacina foi classificada como “terapia inovadora” pela Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos, que é uma espécie de Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) americana.
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) concedeu uma determinação semelhante após analisar os resultados preliminares.
Enquanto as vacinas convencionais preparam o sistema imunológico para uma futura exposição a vírus e bactérias, essa nova classe de vacinas tem a missão de estimular o sistema imunológico a atacar células cancerígenas e combater o tumor.
Vacina personalizada para cada paciente
A dose contra o melanoma é personalizada para cada paciente, já que o câncer pode ser diferente de pessoa para pessoa. Os cientistas coletam o material genético específico do tumor do paciente, isolam as suas proteínas e, com base nessa informação, criam o imunizante personalizado.
Essa abordagem inovadora visa ensinar o sistema imunológico a reconhecer e destruir as células cancerígenas. As informações são de O Globo.