A secagem de vasinhos nas pernas é o nome popular dado a uma opção de tratamento dos vasinhos chamada escleroterapia. O procedimento envolve a injeção de um líquido, chamado agente esclerosante, dentro dos vasinhos das pernas.
Mas por que esse tratamento pode ser necessário? Bem, os vasinhos nas pernas ou telangiectasias são marquinhas de cor vermelha, azul ou roxa, eles podem aparecer em grupos que lembram teias de aranha ou ramos de árvores.
Eles são capilares, vênulas e arteríolas danificados, ou seja, pequenos vasos sanguíneos que se conectam com vasos sanguíneos maiores como parte do sistema circulatório do organismo.
Os vasinhos podem se desenvolver devido à pressão da própria circulação, que provoca uma dilatação dos vasos devido à retenção sanguínea, resultando nas marquinhas típicas da condição.
Às vezes, os vasinhos não representam perigo e o tratamento é procurado por questões estéticas. No entanto, embora seja raro, é possível que eles tenham relação com uma doença venosa. Além disso, eles também podem indicar problemas na circulação sanguínea.
Como funciona a secagem de vasinhos nas pernas?
O objetivo da secagem dos vasinhos ou escleroterapia é o fechamento ou fibrose dos vasos tratados. Ela é realizada por meio da injeção do líquido esclerosante diretamente nos vasos sanguíneos comprometidos.
Esse líquido interrompe o fluxo sanguíneo através de uma irritação e inflamação no vasinho. Com isso, o sangue começa a procurar outros caminhos e os vasinhos nas pernas, que estarão inflamados e obstruídos, passam a sumir.
É possível que o paciente sinta um pouco de dor durante o procedimento, mas ele tem a opção de usar um bálsamo anestésico na pele aproximadamente 30 minutos antes das injeções para aliviar o desconforto.
Alguns minutos depois da injeção, as pequenas veias e a pele ao redor ficam avermelhadas, indicando o início do processo inflamatório almejado para tratar os vasinhos.
Entretanto, o desaparecimento dos vasos não é imediato e depende da interação entre a substância injetada e a parede do vaso. Em um primeiro momento, o agente empurra o sangue, ocupando o seu espaço, gerando um efeito visual imediato.
Mas, esse efeito é apenas uma evidência de que a injeção foi feita corretamente e que o agente esclerosante está se difundindo dentro dos vasos, porém o resultado é alcançado após um tempo da realização do procedimento.
Nos próximos dias, o processo inflamatório, que é o objetivo do tratamento, resulta no fechamento e desaparecimento dos vasos. Espera-se que haja uma melhora em três ou quatro dias.
Após o procedimento, é possível que o médico indique o uso de meias de compressão por algumas semanas, que devem ser retiradas somente para tomar banho e dormir. Elas são uma forma de favorecer a circulação, devendo ser utilizadas conforme a orientação médica.
Como nem sempre os modelos vendidos em farmácias são eficazes, a orientação é procurar uma loja especializada.
Secagem de vasinhos com glicose
A secagem de vasinhos é um procedimento que pode ser feito com diversos tipos de agentes esclerosantes, no entanto, a glicose é um dos principais, usada em altas concentrações, que podem variar entre 50% a 75%. A vantagem é que ela não causa alergias.
No procedimento, a substância é injetada dentro dos vasinhos por meio de agulhas muito finas e não há a necessidade de anestesia prévia. Alguns pacientes podem sentir uma leve ardência, mas ela costuma ser tolerável, e as sessões têm uma duração de 30 minutos, no geral.
Secagem de vasinhos a laser
A secagem de vasinhos com laser transdérmico também não é cirúrgica e não requer a realização de incisões.
O procedimento envolve a emissão de energia a laser a partir de fontes de luz, para aquecer a estrutura do vaso e causar o seu fechamento. A estratégia é empregada ao lado do resfriamento da pele, com o objetivo de proporcionar conforto e sensação anestésica ao paciente.
Não é preciso ficar de repouso após o procedimento, entretanto, o paciente vai precisar evitar a exposição solar durante o tratamento.
Secagem de vasinhos com espuma
A secagem de vasinhos com espuma é uma escleroterapia do tipo química, na qual o medicamento polidocanol é misturado com um gás, ar ambiente ou gás carbônico, gerando uma espuma densa esbranquiçada.
Da mesma forma, é aplicada a medicação dentro dos vasos com o auxílio de agulhas de fino calibre. Esse método geralmente é recomendado para o tratamento de varizes e microvarizes, no entanto, ela também pode ser usada como uma alternativa ao procedimento escleroterápico na forma líquida.
Há riscos? Cuidados e contraindicações
O procedimento, que também é chamado popularmente de aplicação de vasinhos, é um tratamento não cirúrgico que pode ser conduzido no próprio consultório do médico vascular.
Ele é um tratamento considerado eficaz e seguro, mas há um porém: desde que seja realizado por um especialista, como o cirurgião vascular, e que os devidos cuidados sejam tomados.
Se a secagem de vasinhos nas pernas não for feita por um profissional qualificado, o procedimento trará uma série de riscos para o paciente, como hiperpigmentação ou necrose (morte celular ou de tecidos) da pele, reações alérgicas, distúrbios visuais, trombose venosa profunda, embolia pulmonar ou cerebral e cefaleia (dor de cabeça).
Assim, antes de qualquer coisa, o paciente que deseja tratar os vasinhos por meio da secagem ou escleroterapia precisa passar por uma avaliação clínica prévia feita pelo cirurgião vascular e passar pelos exames que forem solicitados pelo especialista.
A partir disso, o médico poderá definir o plano de tratamento mais seguro e eficaz para o seu paciente, escolher a técnica de secagem de vasinhos conforme o quadro específico e determinar se a associação a outros tratamentos não pode ser benéfica.
Essa avaliação prévia é fundamental, pois existem contraindicações para a secagem de vasinhos ou escleroterapia química, como gestantes e mulheres que amamentam, pacientes acamados, com a saúde muito comprometida, com infecções sistêmicas, com alergia ao esclerosante usado no procedimento, com trombose venosa aguda e com doença arterial obstrutiva periférica descompensada.
Já no caso do tratamento com o laser transdérmico, as contraindicações são lesões na pele ou infecções na região que será tratada.
Fontes e referências adicionais
- Spider veins, Cleveland Clinic
- A Novel Approach for the Treatment of Spider Veins, Aesthet Surg J. 2015 Sep; 35(7): NP221–NP229.
- Spider Veins, Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2024 Jan-.
Fontes e referências adicionais
- Spider veins, Cleveland Clinic
- A Novel Approach for the Treatment of Spider Veins, Aesthet Surg J. 2015 Sep; 35(7): NP221–NP229.
- Spider Veins, Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2024 Jan-.