Trombose venosa profunda: o que é, causas, sintomas e tratamentos

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Trombose venosa profunda é a formação de um coágulo de sangue em alguma veia profunda do corpo humano, geralmente da panturrilha ou da coxa. 

O desprendimento do coágulo em uma veia profunda é uma das principais causas de embolia pulmonar, que é a obstrução de uma artéria do pulmão, responsável por crises agudas e graves de falta de ar, dor no peito e tosse. 

Essa trombose é causada por fatores que prejudicam o retorno do sangue ao coração, pelas veias. Como consequência, podem ocorrer lesões na parede interna dos vasos sanguíneos ou uma alteração nos fatores de coagulação do sangue, promovendo a formação de coágulos, também chamados de trombos. 

A embolia pulmonar é uma possível complicação da trombose venosa profunda que pode, ou não, causar sintomas. Nos casos sintomáticos, pode haver dor e inchaço do membro no qual houve a formação de coágulos em veias profundas.

É possível evitar esta complicação, se a trombose for rapidamente diagnosticada e tratada com medicamentos anticoagulantes.   

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Veja mais detalhes sobre o que é trombose venosa profunda, suas possíveis causas, sintomas, complicações e como são feitos o diagnóstico e o tratamento. 

Trombose venosa profunda: o que é?

Trombose venosa profunda
Trombose venosa profunda é a formação de um coágulo de sangue em alguma veia profunda do corpo humano

A trombose venosa profunda pode afetar qualquer veia profunda do corpo humano, porém é mais comum nas veias profundas das pernas e da região pélvica. 

Os coágulos se formam nas veias profundas dos membros superiores, em apenas 4 a 13% dos casos.

Quando a trombose venosa profunda acomete as veias presentes nos membros inferiores, os riscos de ocorrer embolia pulmonar são maiores, pois os coágulos formados tendem a ser mais numerosos e volumosos. 

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Possíveis causas de trombose venosa profunda

Existem vários fatores de risco associados à essa trombose, os principais são:

  • Ter idade superior a 60 anos
  • Ter câncer
  • Ser fumante ativo e passivo
  • Usar moduladores seletivos do receptor de estrogênio (SERMS), como o tamoxifeno, raloxifeno e o toremifeno, usados por mulheres na pré e pós menopausa. 
  • Ter alguma doença de hipercoagulabilidade, que deixa o sangue grosso.
  • Ter um membro imobilizado
  • Ter tido um trauma no membro
  • Usar cateter venoso
  • Ter neoplasma mieloproliferativo, que leva à hiperviscosidade do sangue (sangue grosso).
  • Ter síndrome nefrótica
  • Estar com sobrepeso ou obesidade
  • Usar contraceptivos orais ou fazer terapia com estrogênio. Veja a relação entre trombose e o uso de anticoncepcional.
  • Estar gestante ou no período pós-parto
  • Já ter tido uma tromboembolia venosa
  • Ter anemia falciforme
  • Ter feito uma cirurgia nos últimos 3 meses

Dentre esses fatores de risco, os cânceres de intestino e de pâncreas se destacam entre os idosos, pois promovem o aumento da produção de mucina, que está associada à hipercoagulabilidade do sangue, ou seja, deixa o sangue mais grosso.  

Esses fatores de risco se relacionam de alguma forma com os mecanismos envolvidos no desenvolvimento da trombose venosa profunda, que são:

  • Problemas no retorno do sangue ao coração, pelas veias: ocorrem, por exemplo, em pessoas com a perna imobilizada. 
  • Lesões na parede interna dos vasos sanguíneos podem ocorrer em traumas, cirurgias ou por alterações metabólicas. 
  • Hipercoagulabilidade do sangue, que é a redução do volume do plasma (parte líquida) e aumento relativo dos elementos sólidos do sangue, que são as células e as proteínas. 

Nos membros superiores, a trombose venosa profunda pode resultar do uso de cateteres venosos e drogas injetáveis. 

Normalmente, o processo que leva à trombose se inicia em válvulas existentes nas veias, que servem para regular o fluxo sanguíneo. 

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Os trombos são constituídos por proteínas atuantes na coagulação do sangue, portanto, fibrina, trombina, hemácias e, em menor quantidade, plaquetas. Uma vez formado um trombo, ele pode se desprender da parede do vaso e seguir em direção ao pulmão, pelo fluxo sanguíneo. 

Sintomas da trombose venosa profunda

Trombose venosa profunda
Dores, sensibilidade e inchaço são sintomas comuns da trombose venosa profunda

Quando os trombos se formam em veias de pequeno calibre, como as que estão presentes na panturrilha, a trombose venosa profunda pode ser assintomática

Casos sintomáticos normalmente apresentam os seguintes sinais sistêmicos ou localizados no membro afetado:

  • Dor
  • Sensibilidade
  • Inchaço
  • Vermelhidão
  • Dilatação das veias superficiais, que se tornam visíveis ou palpáveis.
  • Diferença de mais de 3 cm entre as circunferências das panturrilhas. 
  • Febre baixa sem causa conhecida: mais comuns em pacientes em pós-operatório.

Complicações comuns

A complicação mais comum da trombose venosa profunda é a embolia pulmonar, que é o bloqueio de uma artéria do pulmão por coágulos formados em veias profundas. Os sintomas decorrentes dessa complicação são esses:

  • Falta de ar
  • Dor pleurítica: uma dor aguda no peito, que piora quando a pessoa tosse, espirra ou respira fundo. 
  • Tosse
  • Confusão mental
  • Desmaio
  • Parada cardiorrespiratória

Outra possível complicação da trombose é a insuficiência venosa crônica, que é a disfunção prolongada e persistente do retorno de sangue pelas veias, causando dor, inchaço e desconforto na perna, bem como alterações na pele da perna.

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    Quando a insuficiência venosa crônica provoca tais sintomas, ela passa a ser chamada de síndrome pós-flebítica, para diferenciá-la da insuficiência venosa assintomática. 

    Diagnóstico da trombose venosa profunda

    Ultrassom doppler
    A ultrassonografia com doppler é um dos exames mais indicados para o diagnóstico

    O diagnóstico de trombose venosa profunda é feito por ultrassonografia com doppler. A partir do resultado deste exame de imagem, o médico ou médica pode solicitar exames adicionais, principalmente o exame de dímeros D.

    O ultrassom com doppler é um exame fundamental, pois fornece a informação do estado das veias e do fluxo sanguíneo. Por meio dele, é possível visualizar se as veias estão apresentando uma dilatação anormal e se o fluxo de sangue por elas está comprometido de alguma forma. 

    O exame de dímero D possibilita a detecção de produtos gerados da degradação de coágulos, caso estejam presentes. Um resultado positivo sugere a existência de um coágulo que se rompeu dentro do vaso, um sinal que ajuda no diagnóstico de trombose venosa profunda. 

    Exames específicos podem ser solicitados para determinar a causa da trombose venosa profunda, quando esta não é óbvia, como é o caso de uma imobilização da perna ou um período pós-cirúrgico. Dessa forma, pode-se investigar possíveis distúrbios relacionados à hipercoagulabilidade do sangue e alguns cânceres. 

    Tratamentos

    O tratamento da trombose venosa profunda tem por objetivo prevenir a embolia pulmonar e aliviar os sintomas. 

    A dor é tratada com anti-inflamatórios não esteroidais por um período curto de até 5 dias, para diminuir os riscos de sangramento que tendem a ser maiores com a combinação de anti-inflamatórios com anticoagulantes

    Normalmente, o tratamento com anticoagulantes é iniciado com a heparina injetável por um período de 5 a 7 dias, seguido de tratamento por via oral.

    Durante os períodos de repouso, é recomendado manter as pernas elevadas e sustentadas por um suporte macio, para evitar a compressão das veias. As atividades físicas podem ser mantidas, pois elas não aumentam o risco de desprendimento de coágulos das veias profundas. 

    Prognóstico (evolução)

    Se a trombose venosa profunda dos membros inferiores não for tratada, existe o risco de ocorrer embolia pulmonar fatal em 3% dos casos. 

    Quando a trombose venosa profunda ocorre por fatores não permanentes, como uma imobilização de membro ou pós cirurgia, o risco dela ocorrer novamente é baixo. Diferentemente de quando é causada por fatores de risco permanentes, como um câncer, daí o risco de recorrência é alto. 

    Se os níveis de dímero D estiverem baixos após o tratamento com anticoagulantes, é um sinal de que as chances de ocorrer outro episódio de trombose venosa profunda ou embolia pulmonar são baixas.

    Fontes e referências adicionais

    Você sabia da relação entre a trombose venosa profunda e a embolia pulmonar? Possui algum fator de risco? Comente abaixo!

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    Sobre Dr. Lucio Pacheco

    Dr. Lucio Pacheco é Cirurgião do aparelho digestivo, Cirurgião geral - CRM 597798 RJ/ CBCD. Formou-se em Medicina pela UFRJ em 1994. Em 1996 fez um curso de aperfeiçoamento em transplantes no Hospital Paul Brousse, da Universidade de Paris-Sud, um dos mais especializados na Europa. Concluiu o mestrado em Medicina (Cirurgia Geral) em 2000 e o Doutorado em Medicina (Clinica Médica) pela UFRJ em 2010. Dr. Lucio Pacheco é autor de diversos livros e artigos sobre transplante de fígado. Atualmente é médico-cirurgião, chefe da equipe de transplante hepático do Hospital Copa Star, Hospital Quinta D'Or e do Hospital Copa D'Or. Além disso é diretor médico do Instituto de Transplantes. Suas áreas de atuação principais são: cirurgia geral, oncologia cirúrgica, hepatologia, e transplante de fígado. Para mais informações, entre em contato.

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