Você provavelmente já deve ter escutado falar a respeito de transtornos alimentares como a anorexia e a bulimia. Mas saberia dizer o que é a drunkorexia?
A drunkorexia, também conhecida como alcoorexia, é detalhada como o ato de uma pessoa restringir a sua ingestão de calorias e reservar essas calorias não consumidas para o consumo de bebidas alcoólicas. Estudos apontam que quem está na faculdade é mais passível a desenvolver a condição.
Segundo a nutróloga Daniela Avila Hueb, existem casos de pessoas com drunkorexia que bebem antes de comer para relaxar ou baixar a ansiedade causada pelo fato de terem comido ou que ingerem álcool antes de uma refeição para disfarçar a fome.
Ou seja, a drunkorexia pode ser compreendida como uma espécie de transtorno alimentar que tem um caso com o alcoolismo.
Uma pesquisa de data recente à matéria da ABC News, conduzida pela Escola de Saúde Pública da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, e pelo Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Norte do Texas identificou que, em 10 anos, o consumo excessivo de álcool aumentou entre homens e mulheres jovens.
Segundo o que o doutor e então coordenador do Alcohol & Other Drug Education Program (Programa de Educação de Álcool e Outras Drogas, tradução livre) em Austin, Texas, Kevin Prince disse à ABC News, orientadores estão alinhando a drunkorexia com outros transtornos alimentares.
Isso porque “o paciente usa os mesmos tipos de métodos que a anorexia e a bulimia – eles apenas também misturam o álcool a isso”, completou Prince em sua conversa com a publicação.
Entretanto, conforme uma reportagem do Independent, o comportamento conhecido coloquialmente como drunkorexia ainda não é um transtorno alimentar clinicamente conhecido, mesmo que imite as tendências da anorexia.
As causas da drunkorexia
Ainda de acordo com a reportagem da ABC News, psicólogos salientaram que a principal causa para a drunkorexia é o vício.
Conforme o Instituto Nacional de Abuso do Álcool e Alcoolismo dos Estados Unidos, o alcoolismo e os transtornos alimentares frequentemente ocorrem ao mesmo tempo, geralmente na presença de outros distúrbios psiquiátricos e de personalidade.
A publicação também conversou com estudantes universitários cujos relatos apontaram que o comportamento da drunkorexia pode ser adotado por mulheres para que elas possam permanecer magras e, ainda assim, sair para beber, e por homens para sentir o efeito do álcool mais rápido, o que acredita-se ocorrer quando o estômago está vazio.
Outro motivo apontado pela matéria para os rapazes adotarem a drunkorexia foi a questão financeira: entre fazer uma refeição ou beber, o álcool saía ganhando. Estudantes também apontaram que propagandas de cervejas de baixo custo ou baixas calorias foram outro fator que motivaram colegas a partir para a drunkorexia e outros métodos drásticos para manter-se magros.
Os sintomas da drunkorexia
Um artigo da graduanda em psicologia pela AEMS – Faculdades Integradas Três Lagoas, Mileni Araújo Servilla, da mestra em ciências Alini Daniéli Viana Sabino e do doutor em psicologia como ciência em profissão Paulo César Ribeiro Martins apresentou alguns dos sintomas associados à drunkorexia:
- O fato de consumir bebidas alcoólicas no lugar de comer;
- Distorção da imagem corporal – achar que está gordo mesmo estando bastante magro;
- Indução ao vômito;
- Exagero na quantidade de exercícios físicos;
- Utilização de anfetaminas e laxantes;
- Preocupação excessiva com a magreza e com a alimentação.
Os perigos da drunkorexia
A médica Sarah Jarvis explicou que consumir bebidas alcoólicas de estômago vazio sempre vai ser algo prejudicial, principalmente se for um comportamento repetitivo.
Segundo o que Jarvis disse, passar fome para encher a cara em um curto espaço de tempo pode provocar a intoxicação alcoólica aguda, trazendo confusão, vômito e desmaio, enquanto repetir isso regularmente coloca a pessoa em risco de ter problemas crônicos de saúde como doença no fígado e doença cardíaca.
A médica também afirmou que, ao fazer isso, a pessoa também fica mais propensa a ter deficiência de vitaminas e minerais, já que há o corte da ingestão de alimentos e as bebidas alcoólicas não possuem valor nutricional.
A drunkorexia também pode causar a dependência alcoólica e problemas decorrentes do abuso do álcool como ansiedade, depressão nervosismo, traumatismos, convulsão, câncer de garganta, diabetes e dano ao feto para as mulheres gestantes.
Outras possíveis consequências incluem câncer de boca e esôfago, resfriados frequentes, menor resistência a infecções, danos hepáticos, tremores nas mãos, inchaço, gastrite, úlcera, maior propensão a quedas, envelhecimento precoce, perda de memória, anemia, insuficiência cardíaca, hemorragias, alterações na coagulação, diarreia, pancreatite e perda e/ou excesso de peso.
Além disso tudo, o artigo da graduanda em psicologia pela AEMS – Faculdades Integradas Três Lagoas, Mileni Araújo Servilla, da mestra em ciências Alini Daniéli Viana Sabino e do doutor em psicologia como ciência em profissão Paulo César Ribeiro Martins destaca que “a drunkorexia é um problema bastante grave, que pode levar a pessoa à morte se não houver um tratamento adequado”.
O tratamento da drunkorexia
Por se tratar de um problema perigoso, se você acredita ou desconfia que pode ter a drunkorexia ou que alguém que você conhece pode sofrer com a condição, é fundamental procurar ajuda médica para receber o tratamento adequado o quanto antes.
De acordo com uma reportagem da ABC News, como a drunkorexia não é uma condição médica definida, os médicos podem ter que analisar o alcoolismo e o transtorno alimentar separadamente e tratar um problema de cada vez.
Para começar o tratamento, é preciso uma equipe multidisciplinar, composta por psicólogo, psiquiatra, endocrinologista e nutricionista. Reforçar a autoestima de uma pessoa com esse distúrbio também é fundamental e essa tarefa não cabe apenas aos médicos: a família e os amigos precisam apoiar o paciente sempre.
O tratamento da drunkorexia é lento e também pode requerer a utilização de medicamentos, prescritos somente pelo médico, obviamente.
É possível resolver o quadro caso ele não se encontre em um estágio crônico.
Atenção
Lembre-se que este artigo serve somente para informar e jamais pode substituir o diagnóstico ou o tratamento indicado por um médico.