Fisioterapia após AVC: exercícios e quanto tempo fazer  

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O Acidente Vascular Cerebral (AVC) ocorre quando o fornecimento de sangue para o cérebro é interrompido. O quadro pode trazer uma série de impactos para a saúde de uma pessoa, causando problemas cognitivos, fraqueza muscular, paralisia e outros. A fisioterapia tem sido uma importante aliada na reabilitação dos pacientes que sofrem AVC, recuperando a qualidade de vida do indivíduo e evitando novas consequências.

Dados da Sociedade Brasileira de AVC (SBAVC) apontam que aproximadamente 70% das pessoas não retornam ao trabalho após um AVC devido às sequelas. Além disso, 50% dos pacientes ficam dependentes de outras no dia a dia. Esses índices reforçam a importância de buscar uma recuperação adequada e individualizada.

A fisioterapia pós AVC irá trabalhar diretamente na reabilitação dos movimentos e das funções do corpo. O processo será realizado a partir de exercícios específicos, pensados de acordo com o quadro da pessoa e nível de sequelas. O fisioterapeuta irá auxiliar o paciente a recuperar a força muscular, a coordenação motora, o equilíbrio e a independência para realizar atividades cotidianas.

Outro ponto importante da fisioterapia feita para a reabilitação do paciente que sofreu um acidente vascular cerebral é a prevenção de sintomas que podem surgir após o quadro. Chamadas de complicações secundárias, a pessoa pode ter que lidar com contraturas musculares, perda de mobilidade e deformidades articulares. 

Tipos de fisioterapia pós AVC

A fisioterapia pode ser indicada para a recuperação de diferentes sequelas em casos de acidente vascular cerebral. O médico especialista irá avaliar todo o quadro do paciente, bem como seu histórico de saúde e necessidades específicas para que a qualidade de vida seja devolvida à pessoa. Algumas das fisioterapias disponíveis são:

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Respiratória

Auxilia na reabilitação da função respiratória da pessoa, prevenindo possíveis complicações por essa dificuldade. 

Fisioterapia respiratória
Em muitos casos, a respiração fica prejudicada após o AVC e a fisioterapia é necessária

Motora

A fisioterapia motora varia de acordo com a fase do AVC em que a pessoa estiver. Ela pode ser feita com o indivíduo inconsciente ou consciente. O principal objetivo é manter a amplitude do movimento de uma pessoa e prevenir problemas como deformidades e tromboses. 

Fisioterapia motora
O principal objetivo da fisioterapia motora é manter a amplitude do movimento da pessoa

Fases da fisioterapia para AVC

A fisioterapia em casos de AVC também pode estar dividida por fases. É avaliado todo o quadro do paciente para compreensão da necessidade e início do processo. As possíveis fases são: 

Fase aguda em pacientes inconscientes 

Nesse momento é feito uma prevenção a fim de evitar a retenção de secreções e outros quadros como broncopneumonias. 

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Fase aguda em pacientes conscientes 

Possui o mesmo objetivo que a anterior, é feita para prevenir e evitar o acúmulo de secreções. No entanto, como o paciente está consciente, os exercícios podem ser feitos com ele em pé, sentado e até fora do leito. 

Fase tardia

É realizada para reabilitação e reaprendizado motor do paciente. O trabalho é feito a partir de estímulos e em alguns casos com o apoio do próprio paciente. 

AVC: saiba o que é e quais os tipos do quadro

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) acontece quando há um entupimento dos vasos que levam sangue para o cérebro. Esse fator faz com que as células fiquem privadas de oxigênio e nutrientes, causando o rompimento do vaso sanguíneo e, consequentemente, uma hemorragia cerebral. 

Existem dois tipos de AVC, o isquêmico e o hemorrágico. O acidente vascular cerebral isquêmico é causado pela redução ou obstrução brusca do fluxo de sangue em uma artéria do cérebro. Como consequência a circulação vascular da região se torna falha. Estima-se que o AVC isquêmico seja responsável por 85% dos casos de AVC no país, segundo dados divulgados pela Pfizer.

Já o acidente vascular cerebral hemorrágico acontece quando um vaso se rompe espontaneamente. Quando isso ocorre, há um extravasamento de sangue para o interior do cérebro. Esse tipo de AVC está bastante ligado à hipertensão arterial

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Apesar de serem diferentes, os dois tipos de AVC apresentam sintomas semelhantes. Saber identificar esses sinais é de extrema importância, pois quanto mais rápido houver a intervenção médica, melhor. Confira abaixo alguns do principais sintomas:

  • Dor de cabeça súbita, muito forte e sem história de dores semelhantes anteriores
  • Boca torta ao falar
  • Fraqueza ou formigamento no rosto, braços e pernas, especialmente se estiver concentrada apenas em um lado
  • Confusão mental, fala enrolada ou alterada
  • Dificuldade para equilibrar que surge de forma súbita, tontura ou desequilíbrio
  • Embaçamento das vistas, visão dupla e alterações em um ou ambos os olhos

Além desses sintomas mais comuns, a pessoa pode apresentar alterações na memória e dificuldade de fazer suas atividades mais simples. Alguns pacientes apresentam sinais como náuseas, vômitos e até perda de consciência. Pode-se ainda surgir sonolência, alterações nos batimentos cardíacos e na frequência respiratória. 

Se houver dúvidas em relação aos sintomas, existe uma rápida análise que pode ser feita, ela foi nomeada pela sigla SAMU: sorriso, abraço, mensagem, urgente. Nessa avaliação será preciso dar alguns comandos para o indivíduo que estiver apresentando sinais de AVC. 

O primeiro deles é pedir que ela sorria para observar se a boca está torta. Feito isso deve-se pedir um abraço para a pessoa a fim de observar se um dos braços irá cair. Solicite também que a pessoa repita uma mensagem, ou seja, uma frase que você disser e observe se a fala está enrolada.

Um ou mais sintomas citados apresentados mostra que o quadro é urgente e que a pessoa precisa ser levada ao hospital imediatamente. É importante ressaltar que os sinais do AVC não melhoram sozinhos e não é indicado a automedicação e muito menos que a pessoa aguarde para ver se eles irão melhorar. 

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Fatores de risco do AVC

O tratamento para o AVC irá depender do tipo apresentado pela pessoa. No caso do isquêmico, entre os principais métodos utilizados estão a medicação para dissolução do coágulo a fim de restabelecer o fluxo sanguíneo no cérebro. Pode-se ainda ser realizado um procedimento minimamente invasivo para que o coágulo seja removido. 

Já o AVC hemorrágico pode ser tratado tanto de forma clínica, quanto de forma cirúrgica. Tudo vai depender do volume e amplitude da lesão, bem como sua localização e a condição clínica geral do paciente. O AVC hemorrágico tende a ser mais delicado que o isquêmico, no entanto, ambos os quadros demandam resposta rápida ao paciente a fim de minimizar as sequelas deixadas e descartar os riscos de óbito.

Hábitos saudáveis podem prevenir o AVC

Hábitos saudáveis
Manter uma dieta saudável e a prática de atividades físicas ajuda a evitar o AVC

Manter hábitos saudáveis é extremamente importante para evitar o acidente vascular cerebral. Isso acontece porque dentre os principais fatores de risco do quadro, estão a hipertensão, diabetes, consumo de álcool e drogas, colesterol elevado, sedentarismo, tabagismo e estresse. 

Além disso, o envelhecimento natural se torna um fator de risco para o AVC. Pessoas com mais de 55 anos possuem maior propensão a desenvolver o quadro. Além disso, características genéticas, como pertencer a raça negra, e história familiar de doenças cardiovasculares também aumentam a chance de AVC. Esses indivíduos, portanto, devem ter mais atenção e fazer avaliações médicas mais frequentes.

Por tudo isso, é importante ter hábitos como evitar o consumo de álcool e drogas, manter uma alimentação saudável – de preferência com alimentos in natura-, cuidar da saúde mental, buscar atividades prazerosas para distrair e divertir-se. 

Por fim, fazer um check-up médico com frequência é extremamente importante para evitar esses e outros problemas eventuais de saúde. Afinal, como o famoso dito popular aconselha: é melhor prevenir do que remediar!

Fontes e referências adicionais

Você conhece alguém que precisou passar pela fisioterapia após AVC? Como foi o tempo de recuperação? Comente abaixo!

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Sobre Dr. Lucio Pacheco

Dr. Lucio Pacheco é Cirurgião do aparelho digestivo, Cirurgião geral - CRM 597798 RJ/ CBCD. Formou-se em Medicina pela UFRJ em 1994. Em 1996 fez um curso de aperfeiçoamento em transplantes no Hospital Paul Brousse, da Universidade de Paris-Sud, um dos mais especializados na Europa. Concluiu o mestrado em Medicina (Cirurgia Geral) em 2000 e o Doutorado em Medicina (Clinica Médica) pela UFRJ em 2010. Dr. Lucio Pacheco é autor de diversos livros e artigos sobre transplante de fígado. Atualmente é médico-cirurgião, chefe da equipe de transplante hepático do Hospital Copa Star, Hospital Quinta D'Or e do Hospital Copa D'Or. Além disso é diretor médico do Instituto de Transplantes. Suas áreas de atuação principais são: cirurgia geral, oncologia cirúrgica, hepatologia, e transplante de fígado. Para mais informações, entre em contato.

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