Gordura nas fezes, ou esteatorreia, é um problema causado pela má digestão e/ou absorção das gorduras no intestino, acarretando em sua eliminação nas fezes.
A presença de gordura nas fezes é facilmente identificada pelas mudanças que ela provoca no aspecto das fezes. Normalmente, se observa um maior volume de fezes na evacuação, com aspecto espumoso, mau cheiro e com coloração amarelada ou esbranquiçada.
Na presença desses sinais, recomenda-se procurar um médico ou médica gastroenterologia ou clínico geral, para a realização de alguns exames que possibilitem a identificação da causa da gordura nas fezes e o encaminhamento ao tratamento adequado.
Veja o que pode ser a gordura nas fezes e o que fazer.
A doença celíaca é uma patologia de origem imunológica, que afeta o intestino delgado e é caracterizada pela intolerância ao glúten, uma proteína presente em vários cereais, como o trigo e a aveia.
Quando o glúten chega ao intestino de pessoas que têm a doença, ele provoca uma intensa reação inflamatória, que pode danificar as vilosidades (dobras) na mucosa do intestino, onde ocorre a absorção dos nutrientes, incluindo as gorduras, proteínas e as vitaminas dos alimentos.
Os danos às vilosidades do intestino causam a síndrome da má absorção, manifestada por gordura nas fezes, flatulência, cólicas abdominais, emagrecimento, anemia por deficiência de ferro, ácido fólico ou de vitamina B12, osteopenia (ossos fracos) e sangramentos.
Não há cura para a doença celíaca, mas ela pode ser controlada, com a eliminação completa do glúten da dieta. Ao eliminar as fontes de glúten da alimentação, a reação inflamatória no intestino diminui em poucos dias, bem como seus sintomas. A recuperação dos danos às vilosidades do intestino, no entanto, pode levar meses ou até anos.
A intolerância à lactose é um distúrbio digestivo, em que a pessoa apresenta dificuldade para digerir a lactose, o açúcar do leite, de produtos lácteos. A dificuldade de absorção pode ser parcial ou total, e isso se deve à quantidade insuficiente ou à falta da enzima lactase, responsável pela quebra da lactose.
Como não ocorre a quebra da molécula de lactose em galactose e glicose, ela chega intacta no intestino, onde se acumula. Daí, bactérias que fermentam a lactose agem sobre ela, produzindo ácido láctico e gases.
Além dos gases, sintomas como inchaço abdominal e diarreia com gordura nas fezes são bem comuns. Confira quais são os sinais de que você pode ter intolerância à lactose.
O tratamento da intolerância à lactose consiste em evitar o leite e seus derivados e na suplementação de lactase, a enzima que digere a lactose. Veja quais alimentos contêm lactose e os cuidados que se deve ter.
A doença de Crohn é uma patologia inflamatória que afeta o revestimento do sistema digestivo, podendo manifestar sintomas que acometem desde a boca até o ânus. Geralmente, o intestino delgado e o cólon, que é a parte central do intestino grosso, são os locais mais atingidos.
Os sintomas se manifestam durante os períodos inflamatórios da doença, conhecidos como surtos ou crises. Quando a inflamação não está ativa, a pessoa vive um período assintomático da doença, conhecido como fase de remissão, que pode durar semanas e até meses.
Os sintomas mais comuns da doença de Crohn são dor abdominal, diarreia com gordura nas fezes, perda de peso e enfraquecimento.
A doença de Crohn é crônica, então não possui um tratamento capaz de cura-la. O tratamento medicamentoso é feito com anti-inflamatórios esteroides e imunossupressores, e serve para controlar a atividade inflamatória e retardar a progressão da doença.
Os sinais e sintomas da doença também podem ser aliviados com o controle da dieta, que deve incluir alimentos de fácil digestão, pobres em fibras e em gordura.
Conheça a dieta apropriada para quem tem doença de Crohn.
A pancreatite é uma inflamação no pâncreas, geralmente causada pela presença de pedras na vesícula biliar e pelo consumo crônico de álcool.
O pâncreas é responsável por produzir o suco pancreático, cujo local de ação é no intestino, onde auxilia na digestão dos alimentos. A obstrução dos ductos causada por pedras na vesícula biliar bloqueia o fluxo natural do suco pancreático, que se acumula na glândula, causando inflamação e inchaço.
A pancreatite pode, ainda, ser agravada pelo consumo excessivo e crônico de álcool, que altera a parede da glândula, levando à sua atrofia (definhamento).
Com a falta de ação do suco pancreático sobre os alimentos no intestino, a gordura não é digerida e nem absorvida, sendo, assim, eliminada juntamente com as fezes.
O tratamento da pancreatite requer internação hospitalar, para combater a crise aguda de inflamação. Para isso, a pessoa é submetida a um jejum alimentar, sendo hidratada e nutrida pela veia. Dessa forma, o sistema digestivo não é ativado e o pâncreas tem um tempo para se recuperar.
Se a pessoa apresentar pancreatite crônica, que é quando a parede da glândula já contém danos irreversíveis, ela deve adotar uma dieta pobre em gorduras e rica em legumes, cereais e raízes. Além disso, deve-se ingerir um preparado de enzimas pancreáticas, para auxiliar na digestão da gordura e de outros nutrientes dos alimentos.
Veja aqui a dieta ideal para quem tem pancreatite.
Fibrose cística é uma doença genética associada a genes que são passados pelos pais à criança e afeta, principalmente, os pulmões, o pâncreas e o sistema digestivo. Essa doença faz com que os fluidos internos produzidos pelos órgãos e glândulas se tornem mais espessos e pegajosos, podendo obstruir ductos e vias importantes.
A obstrução dos ductos do pâncreas impede a liberação das enzimas digestivas no intestino, causando a má absorção das gorduras e de outros nutrientes. Como consequência, a criança não ganha peso e elimina gordura nas fezes.
A criança deve ser muito bem nutrida com uma dieta rica em calorias, para que consiga ganhar peso e crescer.
Como as gorduras são altamente energéticas e necessárias para o desenvolvimento, a criança precisa fazer a reposição das enzimas pancreáticas na forma de suplementos em cápsulas. Além disso, precisa repor vitaminas comumente perdidas nas fezes com gordura, que são as vitaminas A, D, E e K.
Pedra na vesícula, ou colelitíase, é o nome que se dá ao acúmulo de cálculos biliares na vesícula ou nos ductos biliares. A origem do problema está em alterações na bile, um líquido digestivo produzido no fígado e armazenado na vesícula biliar.
A bile age como um detergente na digestão das gorduras no duodeno, uma região do intestino. A presença de pedras na vesícula obstrui a passagem da bile, prejudicando a digestão das gorduras, que passam a ser liberadas nas fezes.
Em condições normais de funcionamento da bile, as fezes apresentam coloração amarronzada, devido à presença de bilirrubina, um componente da bile. Sem a ação da bile no intestino, as fezes ficam amareladas ou esbranquiçadas.
Veja também: Pedra na vesícula é perigoso? Pode matar?
Se as pedras na vesícula forem pequenas, o tratamento pode ser feito com uma técnica chamada litotripsia extracorpórea, que quebra as pedras utilizando ondas de choque. Assim, elas conseguem passar pelos ductos e serem eliminadas.
A pedra na vesícula também pode ser retirada com uma cirurgia de vesícula por laparoscopia, uma técnica minimamente invasiva, em que são feitas apenas quatro pequenas incisões na barriga.
A doença de Whipple é causada por uma infecção bacteriana que danifica o revestimento do intestino, resultando na má absorção das gorduras e de outros nutrientes.
A bactéria Tropheryma whipplei afeta, preferencialmente, o intestino, mas também pode causar danos em outros órgãos, como pulmões, cérebro, articulações e olhos.
Os sintomas característicos da doença são diarreia com gordura nas fezes, dor e inflamação nas articulações, perda de peso e dor abdominal.
O tratamento é feito com antibióticos e resulta no alívio dos sintomas e eliminação da bactéria. É fundamental que o tratamento seja seguido à risca, conforme orientação do(a) profissional de saúde, pois essa doença pode progredir e levar ao óbito, se não for tratada.
Após cirurgias de ressecção gástrica ou intestinal, ou seja, de retirada de partes de estômago ou do intestino delgado, é comum haver diarreia com gordura nas fezes e deficiências nutricionais, devido à perda de área de absorção de nutrientes.
O tratamento é feito com antidiarreicos, inibidores da bomba de prótons e suplementos vitamínicos e, em casos mais graves, se faz necessária a nutrição parenteral total, ou seja, pela veia. Quando a ressecção não é muito extensa, a pessoa pode fazer refeições orais, fracionadas em pequenas porções.
Veja Todos Comentários
Estou com dores no lado esquerdo barriga e para o rim, estou tendo diarreia e por duas vezes vem bolinhas de massa , também sinto alguns nodulos quando toco e dói 😪