Um homem de 54 anos, que não teve o nome revelado, viveu uma situação rara: ele, que tinha 98% do corpo coberto por vitiligo, viu a pigmentação da pele voltar ao terminar um relacionamento amoroso.

O dermatologista Paulo Luzio, que cuida do homem, disse que a separação foi determinante para a mudança no quadro. As manchas começaram a surgir em 2007, quando ele já tinha sete anos de casamento.
“Foi muito difícil. As pessoas ficam prestando atenção no meu rosto e, para mim, era meio desagradável. Mas é a desinformação. Elas não sabem o que é, pensam que é transmissível, acham que coça, dói e arde. Não tem nada disso”, explicou o paciente ao site g1.
O industriário ficou dois anos sem saber o que o acometia, quando finalmente encontrou o médico que o acompanha. Na consulta, o homem fez uma análise da própria vida e identificou que o vitiligo era uma questão psicológica: ele entendeu que a ex-companheira o causava nervosismo, ansiedade e agonia, por ser muito ciumenta e desconfiada.
“O casamento tinha, hoje eu sei, traços de toxicidade”, analisou. O homem também relatou que as manchas ficavam ainda mais perceptíveis quando o ex-casal tinha algum desentendimento.
Mesmo com o problema identificado, o paciente demorou para resolver, já que divórcio era um assunto delicado, principalmente devido aos filhos. Eles continuaram juntos por anos, até que, em 2022, entendeu que não teria outra opção.
Um mês após o fim do casamento, quase todas as manchas do homem desapareceram. Agora, ele tem apenas 5% do corpo coberto por elas. Ele passa dois remédios na pele para manter o resultado e começou a fazer acompanhamento psicológico.
A separação foi a resolução de grande parte de seus problemas, no entanto, outras questões psicológicas surgiram, como, por exemplo, o afastamento dos filhos.
“A partir do momento em que eu libertei (do relacionamento), outros problemas eu tenho que administrar. Por isso, ainda tenho manchas nas mãos e pés, que dependem (são resultado) de gatilhos menores e gerenciáveis”, contou.
Fatores que levam ao vitiligo
No caso do paciente citado acima foi emocional, mas existem outros fatores que podem causar a condição, como: doença autoimune, genética, fatores ambientais e desequilíbrios neuroquímicos no cérebro.
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o vitiligo alcança 1% da população mundial. No Brasil, mais de 1 milhão de pessoas convivem com o problema.
O diagnóstico clínico é feito por um médico dermatologista e o principal sintoma da doença é o surgimento de pequenas manchas na pele, além de possível sensibilidade ao sol, mudanças no cabelo, mucosa e unhas.
Através do uso de remédios, o paciente, na maioria dos casos, consegue reverter e recuperar a pigmentação original.
Porém, se a resposta medicamentosa for negativa ou dependendo do local onde está a mancha, a reversão do quadro só é possível por meio de cirurgia. Saiba mais: Vitiligo – O que é, sintomas e tratamento.