Ileostomia: o que é, para que serve e cuidados?

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A ileostomia é um procedimento cirúrgico realizado na região do íleo, que corresponde à porção final do intestino delgado, sendo antecedido pelo duodeno (porção inicial do intestino, localizada logo após ao estômago) e pelo jejuno (porção central), e separada do intestino grosso por uma válvula, a válvula ileocecal. 

A ileostomia é uma cirurgia realizada quando é necessário ligar alguma parte da porção final do intestino delgado ao ambiente externo, fazendo com que o material fecal e os gases sejam eliminados por uma bolsa ajustada ao corpo, não passando pelas áreas posteriores do intestino delgado e pelo intestino grosso.

Conforme a bolsa vai sendo preenchida ao longo do dia pelo conteúdo digestivo, a pessoa deve realizar mecanicamente o esvaziamento do compartimento, o que pode ocorrer entre 5 a 8 vezes por dia dependendo da dieta seguida e dos remédios administrados.

O que são e quais os tipos de ostomias intestinais?

Ostomias
A ileostomia e a colostomia são os principais tipos de ostomias

Ostomia é o nome dado a um tipo de intervenção cirúrgica realizada com o propósito de ligar um órgão do corpo ao ambiente externo. 

No caso das ostomias intestinais, as cirurgias fazem a comunicação entre o intestino e o meio externo ao corpo, desviando o fluxo natural das fezes da pessoa até o estoma, uma abertura feita cirurgicamente no abdome, sendo coletada por uma bolsa acoplada à região.

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Dependendo de cada caso, estes desvios intestinais podem ser realizados de maneira definitiva, em que o paciente deverá manter a bolsa de ostomia de maneira permanente, ou podem também ser temporárias, alterando o fluxo de fezes apenas durante algum tratamento específico ou durante o período de cicatrização pós cirúrgica na região.

Há dois tipos principais de ostomias:

  • Colostomias: Ostomias realizadas no intestino grosso, conectando-o ao ambiente externo.
  • Ileostomias: Ostomias que conectam a porção final do intestino delgado ao meio externo.

Em que casos as ileostomias podem ser necessárias?

As ileostomias são necessárias quando há a remoção de uma porção do intestino delgado ou grosso, ou em casos que estes mesmos locais necessitam de um período de cicatrização.

Alguns possíveis casos em que ela pode ser necessária são:

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  • Cânceres de intestino: que podem culminar na remoção de diferentes partes do órgão.
  • Colite ulcerativa: uma doença inflamatória do cólon, que causa a inflamação e o possível surgimento de úlceras na região.
  • Doença de Crohn: uma doença crônica inflamatória que afeta o revestimento do trato digestivo.
  • Perfurações intestinais: perfurações na região do intestino, que podem ocorrer, por exemplo, devido a acidentes de trânsito ou envolvendo armas de fogo ou armas brancas.
  • Cirurgias no ânus e reto: algumas cirurgias realizadas nestas porções necessitam de um período de cicatrização do local, podendo se fazer necessário o uso de uma bolsa de ileostomia para oferecer as condições necessárias à tal cicatrização.

Principais cuidados pós ileostomia

Consulta médica
É importante conversar com o médico sobre os cuidados que se deve ter após o procedimento

Os principais cuidados que devem ser tomados após a realização de uma ileostomia estão relacionados com o estoma e a bolsa acoplada, para se evitar infecções e inflamações na região.

É recomendado que a bolsa de ostomia seja retirada e higienizada sempre que o compartimento esteja com ⅓ da sua capacidade total preenchida, ajudando a evitar possíveis vazamentos indesejados.

O conteúdo das bolsas deve ser descartado no vaso sanitário para evitar infecções a partir do contato com o material. As bolsas podem ser descartáveis ou reutilizáveis. Caso sejam reutilizáveis, devem ser higienizadas de acordo com instrução médica antes de serem recolocadas no estoma.

Após o descarte das fezes e higienização ou descarte da bolsa, é importante que se limpe devidamente a região externa do estoma. A forma de limpeza mais adequada deverá ser realizada de acordo com as instruções do enfermeiro responsável. Após a limpeza, deve-se secar bem a área antes de colocar a bolsa novamente.

O médico responsável pode também indicar o uso de algum produto que evite irritações na pele, como pomadas ou sprays que auxiliem na proteção da região próxima ao estoma.

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Uma última recomendação pós ileostomia é a de ingerir maiores quantidades de água. O volume ideal a ser ingerido deverá ser consultado com o médico, mas é importante que este consumo aumente. 

Esta maior ingestão de água se faz necessária uma vez que as fezes não passarão pelo intestino grosso, onde ocorre a reabsorção da água, fazendo com que os riscos de desidratação em pessoas com ileostomia seja consideravelmente maior que o de pessoas que não possuem a bolsa na região.

Fontes e referências adicionais

Você ou alguém que você conhece já precisou de uma ileostomia? Qual foi o motivo? Comente abaixo.

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Sobre Dr. Marcos Marinho

Dr. Marcos Marinho é especialista em Gastroenterologia, Endoscopia Digestiva e Ultrassonografia - CRM 52.104130-4. Formou-se em Medicina pela Universidade do Grande Rio (Unigranrio) e é pós-graduado em Gastroenterologia pelo IPEMED. Realizou cursos de ultrassonografia geral e intervencionista pela Unisom, ultrassonografia musculoesquelética e Doppler pelo CETRUS. Para mais informações, entre em contato através de seu Instagram oficial @drmarcosmarinho

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1 comentário em “Ileostomia: o que é, para que serve e cuidados?”

  1. Uso a bolsa. Sem problemas. Só tive problemas com um remédio azitromicina, que faz a bolsa descolar até 4 x ao dia. É a mesma coisa da bolsa colostomia.uma chateação

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