Os remédios desenvolvidos para aliviar a cólica menstrual pertencem às classes dos anti-inflamatórios, analgésicos, antiespasmódicos e anticoncepcionais hormonais. A cólica menstrual, ou dismenorreia, é uma dor que afeta a região da pelve antes ou durante a menstruação. Ela é causada pelas contrações que a musculatura do útero faz para expulsar o tecido endometrial que se formou no útero durante o ciclo menstrual.
Os remédios que aliviam a cólica menstrual são bastante eficientes na maioria dos casos, mas, eles nem sempre são necessários. Cólicas menstruais leves costumam responder bem à aplicação de calor local, com uma bolsa de água quente.
Em casos de cólicas moderadas, intensas ou acompanhadas de outros sintomas, como diarreia, dor de cabeça e vômitos, o tratamento geralmente requer o uso de medicamentos.
Quando nenhum dos tratamentos medicamentos são eficazes no alívio da cólica menstrual, é o caso de se pensar na possibilidade da mulher apresentar endometriose, que requer um diagnóstico e tratamento bastante específico.
Veja quais são os melhores remédios para aliviar a cólica menstrual.
Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs)
Os anti-inflamatórios não esteroides inibem a função de uma enzima chamada ciclo-oxigenase (COX) e, por isso, reduzem a produção de prostaglandinas, responsáveis por provocar fortes contrações no útero.
Quando o útero se contrai, ele pressiona os vasos sanguíneos circundantes, reduzindo a chegada de oxigênio em algumas partes do tecido uterino. As contrações e o baixo aporte de oxigênio são a causa da dor da cólica menstrual.
Os anti-inflamatórios não esteroides são eficientes no alívio da dor em cerca de 85% dos casos, o que é uma taxa de sucesso considerada bem alta, por isso, são considerados como um tratamento de primeira linha.
Normalmente, os anti-inflamatórios não esteroides indicados pelos ginecologistas são:
- Ibuprofeno (Alivium® e Advil®)
- Ácido mefenâmico (Ponstan®)
- Cetoprofeno (Profenid®)
- Piroxicam (Feldene®)
- Naproxeno (Flanax®)
- Ácido acetilsalicílico – AAS (Aspirina®)
Analgésicos comuns
Os analgésicos comuns têm eficácia inferior aos anti-inflamatórios. Nesta categoria, destacam-se o paracetamol (Tylenol®) e a dipirona (Novalgina®).
Ao se comparar a eficácia do paracetamol com a compressa de água quente, esta última parece ser mais eficiente no alívio da dor da cólica menstrual.
Agora, com relação à dipirona, esta apresenta resultados de eficácia significativos, devido à sua maior atividade antiespasmódica, ou seja, de inibição da contração uterina, responsável por causar a dor da cólica menstrual.
Antiespasmódicos
Os antiespasmódicos são medicamentos que contêm princípios ativos que atuam inibindo as contrações musculares dolorosas do útero. Assim, eles aliviam a cólica menstrual de forma rápida e com efeito prolongado.
Os antiespasmódicos mais indicados são o butilbrometo de escopolamina, sob o nome comercial de Buscopan®, e o butilbrometo de escopolamina associado à dipirona, que é o Buscopan® composto, mais indicado para cólicas menstruais fortes.
Anticoncepcionais hormonais
Os anticoncepcionais hormonais podem conter uma combinação dos hormônios femininos progesterona e o estrogênio, ou só a progesterona. Eles são métodos contraceptivos hormonais, que inibem a ovulação e deixam o muco cervical mais espesso, impedindo a fecundação do óvulo.
Mas, os anticoncepcionais hormonais conferem outros benefícios além da prevenção de uma gravidez, eles reduzem o risco de câncer de endométrio e ovário, diminuem o fluxo menstrual e as cólicas menstruais, em cerca de 90%.
Existem vários tipos de anticoncepcionais hormonais, sendo o melhor método aquele indicado pelo médico ou médica ginecologista que conhece seu histórico médico:
- Pílula anticoncepcional oral à base de estrogênio e progesterona
- Mini-pílula, contém apenas progesterona.
- Adesivo anticoncepcional
- Anel vaginal
- Anticoncepcional injetável
- DIU Mirena
Vitaminas e sais minerais
Existem alguns estudos na literatura que ainda precisam de dados mais robustos, para confirmar a eficácia do uso de algumas vitaminas e sais minerais no alívio da cólica menstrual.
Até agora, a literatura médica apresentou alguns indícios de eficácia da vitamina E e B1 e, também, do magnésio no controle das cólicas menstruais.
Nifedipina
A nifedipina ou nifedipino é um fármaco utilizado no tratamento da hipertensão arterial (pressão alta), que atua no bloqueio dos canais de cálcio. Esse medicamento também apresenta ação vasodilatadora, por isso reduz a pressão arterial, e tocolítica, que suprime a contração uterina.
Por essas propriedades, a nifedipina se apresenta como uma boa opção de remédio para aliviar a cólica menstrual em mulheres que têm pressão alta.
Tratamentos naturais para aliviar a cólica menstrual
Os tratamentos naturais muitas vezes são suficientes para aliviar a cólica menstrual. Mas, também podem ser usados como medidas complementares de um tratamento medicamentoso, a fim de acelerar o seu resultado.
O tratamento não medicamentoso mais eficaz é a aplicação de calor local, que pode ser feito com uma bolsa de água quente, durante 20 minutos, de 3 a 4 vezes ao dia. O calor local promove a dilatação dos vasos, diminuindo a dor causada pelas contrações do útero.
Algumas plantas medicinais possuem propriedades semelhantes às dos medicamentos sintéticos, como a atividade anti-inflamatória, antiespasmódica e analgésica, que contribuem para o alívio da cólica menstrual. Os chás de gengibre, de canela e de hortelã são alguns exemplos de remédios naturais, que podem fornecer algum alívio para a cólica menstrual. Veja como preparar estes e outros chás para cólica.
Existem, também, algumas medidas não medicamentosas que não são para serem usadas no momento da dor, mas para prevenir a sua ocorrência ou diminuir a sua intensidade. É o caso da prática regular de exercícios físicos, que ajudam a diminuir a intensidade das cólicas menstruais, quando elas aparecem.
Além disso, a redução do consumo de álcool e de cigarro também contribuem para a diminuição das cólicas menstruais. O consumo frequente dessas substâncias está associado a cólicas menstruais graves.
Fontes e referências adicionais
- Exercício físico como terapia não farmacológica no tratamento da dismenorreia primária: uma revisão sistemática, Revista pesquisa em fisioterapia, 2017; 7(4): 470-480.
- Dismenorreia primária: Avaliação e tratamento, Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, 2020; 42(8): 501-507.
- Dismenorreia em adolescentes e jovens adultas: prevalência, factores associados e limitações na vida diária, Acta Medica Portuguesa, 2011; 24(S2): 383-392.
- Efeitos da compressa fria versus quente sobre a dor em universitárias com dismenorreia primária, BrJP, 2020; 3(1): 25-28.
Fontes e referências adicionais
- Exercício físico como terapia não farmacológica no tratamento da dismenorreia primária: uma revisão sistemática, Revista pesquisa em fisioterapia, 2017; 7(4): 470-480.
- Dismenorreia primária: Avaliação e tratamento, Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, 2020; 42(8): 501-507.
- Dismenorreia em adolescentes e jovens adultas: prevalência, factores associados e limitações na vida diária, Acta Medica Portuguesa, 2011; 24(S2): 383-392.
- Efeitos da compressa fria versus quente sobre a dor em universitárias com dismenorreia primária, BrJP, 2020; 3(1): 25-28.
Você toma algum medicamento para aliviar a cólica menstrual? Qual? Conhece algum método natural para aliviar a dor da cólica? Comente abaixo!
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