Se você tem curiosidade sobre a medicina alternativa é muito provável que já tenha ouvido falar a respeito da naturopatia, um sistema de saúde que recorre a remédios naturais para ajudar o corpo a se curar.
Ela começou como uma disciplina formal de saúde nos Estados Unidos durante o início dos anos 1900. Hoje, é definida como um sistema médico que se desenvolveu a partir de uma combinação entre práticas tradicionais e abordagens de cuidados de saúde populares na Europa no século 19.
A naturopatia enfatiza aspectos como a prevenção e o tratamento de doenças por meio de um estilo de vida saudável, o tratamento do paciente como um todo e o uso da capacidade natural de cura do corpo.
Ela é classificada como um sistema holístico, ou seja, os profissionais da área buscam encontrar a causa da doença por meio de uma compreensão do corpo, da mente e do espírito do paciente. O método também tem o objetivo de tratar a causa de uma doença, não apenas os seus sintomas.
Vale destacar ainda as duas áreas de foco da naturopatia: apoiar as habilidades de cura do próprio corpo e capacitar as pessoas a fazer as mudanças de estilo de vida necessárias para ter a melhor saúde possível.
Como funciona a naturopatia?
Os métodos usados por cada profissional da naturopatia ou naturopatas variam. Ao chegar para uma consulta, o paciente geralmente passa por uma avaliação, que inclui perguntas sobre seus hábitos, níveis de estresse, dieta e outras informações pessoais.
Além disso, alguns casos também podem exigir a realização de exames. A partir daí, o profissional poderá estabelecer um diagnóstico e indicar métodos de prevenção ou auxílio ao tratamento do problema em questão.
A naturopatia se foca na prevenção e educação do paciente. Assim, os naturopatas podem recomendar diferentes abordagens de tratamento, como:
- Mudanças na dieta e no estilo de vida.
- Redução do estresse.
- Uso de ervas e suplementos alimentares.
- Homeopatia.
- Terapia manual ou manipulativa.
- Desintoxicação guiada por profissional.
- Psicoterapia e aconselhamento.
- Acupuntura.
- Massagem.
- Terapia com exercícios.
- Hidroterapia.
- Fisioterapia (tratamento por calor ou frio, ultrassom e/ou massagens).
- Imaginação dirigida.
Adicionalmente, o naturopata pode encaminhar o paciente para um médico convencional, se ele já não estiver fazendo esse acompanhamento, é claro.
Quem faz e cuidados
As pessoas procuram a ajuda da naturopatia para cuidar do bem-estar de maneira geral ou até mesmo para auxiliar o tratamento de alguma doença. Mas, isso não significa que quem se consulta com o naturopata pode atrasar ou abandonar as suas consultas com o médico convencional.
Pelo contrário, é importante informar ao médico convencional que está pensando em testar o método alternativo e relatar quais tratamentos naturopáticos está seguindo, uma vez que der início a eles.
Da mesma forma, na consulta com o naturopata é necessário informar o profissional sobre os tratamentos convencionais que segue e os medicamentos que já usa. Assim, ambos poderão trabalhar em conjunto visando o melhor para a saúde do paciente.
Por serem naturais, os tratamentos naturopáticos podem parecer inofensivos, mas esse nem sempre é o caso. Alguns deles têm efeitos colaterais e riscos já conhecidos. Por exemplo:
- Suplementos (vitaminas e ervas): Alguns suplementos podem interagir com medicamentos convencionais, ou seja, fazer mal quando usados ao mesmo tempo em que certos remédios. Além disso, dosagens elevadas de vitaminas podem fazer mal.
- Terapia manual: Como parte da terapia manual, o naturopata pode aplicar pressão na coluna. Isso exige cuidado, pois pode causar danos nas artérias, nervos, ossos e discos vertebrais.
- Dietas detox: Com foco na eliminação de toxinas do corpo, elas indicam o corte de certos alimentos ou até mesmo períodos sem comer nada (jejum). Isso é perigoso para pessoas que sofrem com certas doenças crônicas, como a diabetes, mas pode fazer mal para qualquer um, já que seguir uma dieta detox por muito tempo impede o corpo de receber a quantidade necessária de nutrientes essenciais.
É para minimizar esses riscos que é tão importante que o paciente mantenha tanto o médico convencional quanto o naturopata bem informados sobre todos os seus hábitos e todo o seu histórico de saúde, o que inclui as suas doenças, sintomas, os medicamentos que usa e tratamentos que segue no momento.
Outra estratégia essencial para evitar problemas é certificar-se que o naturopata em questão realmente é qualificado e habilitado para exercer a profissão antes de se consultar com ele.
Contraindicações
A naturopatia não deve ser usada em casos de emergência ou problemas que exigem ser tratados ou realizados em um hospital grande e bem equipado, como é o caso de uma cirurgia.
Adicionalmente, a naturopatia não deve substituir a medicina convencional em casos de problemas graves de saúde como câncer, doença cardíaca e outras condições que sem o tratamento correto podem causar complicações sérias ou até a morte.
Fontes e referências adicionais
- Naturopathy, National Center for Complementary and Integrative Health.
- Práticas integrativas no SUS: Naturopatia, Arca – Repositório Institucional da Fiocruz.
Fontes e referências adicionais
- Naturopathy, National Center for Complementary and Integrative Health.
- Práticas integrativas no SUS: Naturopatia, Arca – Repositório Institucional da Fiocruz.