O ex-treinador da Seleção Brasileira e campeão da Copa do Mundo de 1994, Carlos Alberto Parreira, está em tratamento para linfoma de Hodgkin há quatro meses. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou a informação na sexta-feira (12/01), destacando a resposta positiva do ex-técnico de 80 anos ao tratamento quimioterápico.
O linfoma de Hodgkin é um tipo de câncer que afeta o sistema linfático, uma parte vital do sistema imunológico do corpo. Este sistema é composto por órgãos e tecidos que produzem células responsáveis pela imunidade e vasos que transportam essas células pelo corpo.
A doença é caracterizada pela presença de células cancerosas, conhecidas como células de Reed-Sternberg, e se origina quando um linfócito, uma célula de defesa do corpo, transforma-se em uma célula maligna capaz de se multiplicar descontroladamente e se espalhar para tecidos próximos.

Aliás, o linfoma de Hodgkin tem a capacidade de se espalhar de um grupo de linfonodos para outro através dos vasos linfáticos. Se não tratado, o linfoma pode atingir outras partes do corpo.
Os homens são mais propensos a desenvolver linfoma de Hodgkin do que mulheres, e a doença costuma se originar mais frequentemente na região do pescoço e do tórax.
Sintomas e causas
Os sintomas comuns do linfoma de Hodgkin incluem o aumento dos gânglios linfáticos, que geralmente é lento e indolor, especialmente na região do pescoço, clavículas, axilas e virilhas.
Outros sintomas podem incluir febre, calafrios, coceira, perda de peso e de apetite, suores noturnos intensos, fadiga recorrente e sensibilidade nos nódulos após a ingestão de bebidas alcoólicas.
Se a doença atingir o tórax, pode haver tosse, falta de ar e dor torácica. Já se o local afetado for a pelve ou o abdômen, o paciente pode apresentar desconforto e distensão abdominal.
Embora a causa exata do linfoma de Hodgkin seja desconhecida, acredita-se que a exposição ao vírus Epstein-Barr possa influenciar o seu desenvolvimento.
Além disso, pessoas com o sistema imunológico comprometido, como portadores do vírus HIV e pacientes que utilizam drogas imunossupressoras, têm maior propensão à doença.
Outros fatores de risco incluem histórico familiar e exposição a certos agentes cancerígenos, como agrotóxicos e solventes, especialmente para profissionais da indústria de madeira e agricultores.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico do linfoma de Hodgkin passa pela realização de exames clínicos, biópsias e exames de imagem. A biópsia é crucial, pois envolve a remoção de uma pequena parte do tecido dos gânglios linfáticos para análise laboratorial.
Exames adicionais, como a punção lombar, podem ser necessários para coletar líquido da medula espinhal. Uma vez diagnosticado, o linfoma é classificado de acordo com seu tipo e estágio.
O objetivo do tratamento contra o linfoma de Hodgkin é destruir as células malignas e impedir a progressão da doença.
O tratamento geralmente envolve quimioterapia, frequentemente combinada com imunoterapia ou radioterapia. O regime de quimioterapia ABVD é comumente utilizado, envolvendo medicamentos anticancerígenos administrados por via venosa para destruir as células malignas.
Em casos avançados ou de reincidência, uma opção é recorrer ao transplante autólogo de células-tronco, que utiliza as próprias células do paciente para fornecer novas unidades saudáveis.