Peito de pombo: o que é, características e tratamento

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O nome popular da condição é peito de pombo, no entanto, cientificamente ele é chamado de Pectus carinatum. Trata-se de uma malformação na região do peito, em que o osso esterno sobressai, formando uma espécie de saliência.

Geralmente, ela é assimétrica: um lado do peito é mais afetado do que o outro. A condição atinge aproximadamente uma a cada 1,5 mil crianças e é mais frequente nos meninos.

O peito de pombo costuma piorar conforme a criança cresce, particularmente quando ela chega na puberdade. Além disso, estima-se que cerca de 15% das crianças com Pectus carinatum desenvolva a escoliose.

peitoral osso esterno visto de frente
Na condição conhecida como peito de pombo, o osso esterno sobressai / Imagem: Wikipedia

Características do peito de pombo

A principal característica do Pectus carinatum é a saliência do osso esterno na região do peito, o que pode causar problemas de autoestima para a criança. 

A malformação pode ser identificada logo após o nascimento ou nos primeiros anos da infância, mas ela costuma estar mais perceptível lá pelos 12 anos de idade, por conta do crescimento natural dos ossos.

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Na infância, a criança com peito de pombo também pode apresentar uma respiração mais rápida do que o normal. Já nas crianças mais velhas, podem surgir sintomas como:

  • Falta de ar ao se esforçar ou se exercitar
  • Dor no peito
  • Curvatura lateral na coluna
  • Ausência de curva da parte superior das costas
  • Peito largo e magro

Além disso, quem tem peito de pombo também pode apresentar fadiga e infecções respiratórias frequentes.

Tratamento do peito de pombo

Para os casos leves, o médico pode indicar que não se faça nada para tratar o peito de pombo. Já se a malformação for mais perceptível, o profissional de saúde pode recomendar o uso de uma cinta. No entanto, nos casos mais severos, uma cirurgia pode ser necessária.

Adolescente no hospital
A cirurgia é uma das opções de tratamento para o peito de pombo

Cinta

A criança usa uma cinta na região do peito, que coloca pressão sobre a malformação com o objetivo de trazer o osso esterno de volta para a sua posição natural. O paciente veste a cinta até 24 horas por dia durante meses ou até mais, inclusive na hora de dormir. Mas, a cinta pode ser removida para tomar banho, praticar esportes e outras atividades.

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Estima-se que geralmente, a correção do peito de pombo com o uso da cinta leva cerca de um ano. No entanto, a duração do tratamento depende de quanto tempo e de quão consistentemente a criança usa a cinta.

O médico pode indicar o acessório para tratar casos leves a moderados de peito de pombo, quando os ossos ainda estão crescendo. Por outro lado, se os ossos do peito já estiverem completamente formados, a cinta se torna um tratamento bem menos efetivo.

A cinta é produzida especialmente para cada paciente, de acordo com as suas medidas, o formato, o grau e a simetria da saliência do seu peito de pombo. Isso significa que o acessório pode precisar de ajuste conforme a criança cresce e que o seu uso deve sempre ser orientado por um ortopedista.

A cinta para tratar o peito de pombo é considerada muito segura, no entanto, um número pequeno de pacientes pode ter irritação ou desenvolver lesão na pele que entra em contato com o acessório. 

Ao primeiro sinal de irritação, a recomendação é que os pacientes parem de usar a cinta e que retornem ao consultório do ortopedista para que o acessório seja ajustado.

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Cirurgia

Se os ossos do peito do paciente já estiverem completamente formados ou se a criança não conseguir cumprir rigorosamente o cronograma de uso da cinta, a alternativa de tratamento pode ser uma cirurgia.

A cirurgia para peito de pombo envolve a técnica chamada de procedimento de Ravitch: o médico faz uma incisão (corte) no peito, retira a cartilagem entre as costelas e o esterno, remodela e reposiciona o esterno.

O cirurgião também pode deixar uma barra de metal na parede torácica do paciente por seis meses para ajudar a manter o formato correto. Durante esse tempo, a criança não pode participar de atividades que envolvam colisões ou pancadas.

O procedimento de Ravitch é considerado seguro e eficiente, mas por se tratar de uma cirurgia, ela traz certos riscos. Algumas complicações podem surgir, como:

  • Pneumotórax (presença acúmulo de ar na cavidade pleural)
  • Sangramento
  • Efusão pleural (acúmulo de líquido no espaço pleural)
  • Pericardite (inflamação do pericárdio, membrana que cobre o coração)
  • Infecção
  • Recorrência do peito de pombo

Ao perceber qualquer problema inesperado após a cirurgia para o peito de pombo, o paciente (ou seus pais ou responsáveis) deve entrar imediatamente em contato com o médico.

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Causas

Ainda não se conhece uma causa específica para o desenvolvimento do peito de pombo, no entanto, alguns estudos investigam se a condição pode ter relação com uma questão genética.

Inclusive, em alguns casos, o peito de pombo pode estar associado à síndrome de Marfan, uma doença genética que afeta o tecido conjuntivo e pode causar alterações nos olhos, coração, ossos e pulmão.

Além disso, sabe-se que ocorre um desenvolvimento excessivo das cartilagens que ligam o esterno às costelas, fazendo com que o osso se projete mais para a frente.

Fontes e referências adicionais

Você ou alguém da sua família tem peito de pombo? Qual tratamento o médico indicou? Comente abaixo!

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Sobre Dr. João Hollanda

Dr. João Hollanda é Médico Ortopedista - CRM-SP 113136. Formou-se pela Santa Casa de São Paulo, com especialização em cirurgia do joelho. É também médico da Seleção Brasileira de Futebol Feminino desde 2016 e médico voluntário do Grupo de Traumatologia do Esporte da Santa Casa de São Paulo desde 2010. Você pode entrar em contato com o Dr. João através de seu site.

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