Picada de aranha: sintomas, o que fazer e como evitar

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Uma picada de aranha, apesar de causar muita preocupação e medo, na maioria das vezes, não coloca a vida de uma pessoa em risco. 

A dor da picada de aranha é uma característica presente em quase todos os incidentes, podendo haver também coceira e irritação na pele, por causa das cerdas liberadas, como ocorre na picada da aranha caranguejeira. 

No Brasil, há pelo menos 3 espécies de aranhas venenosas, cuja picada exige maior atenção e cuidado, e estão distribuídas pelas regiões nordeste, sul e sudeste do país. 

Não importa qual seja a espécie, é muito importante que, ao notar que sofreu uma picada de aranha, você procure um pronto atendimento imediatamente. Além disso, é de extrema importância que você não aplique remédios caseiros no local da lesão e nem faça garrotes ou manipule a lesão de alguma outra forma. Apenas lave o local da picada, mantenha-o elevado e procure ajuda profissional. 

Veja mais informações sobre o que é uma picada de aranha, quais são os principais sintomas, o que fazer e o que não fazer após uma picada de aranha, os tratamentos disponíveis e como evitar esse incidente. 

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Picada de aranha: o que é?

Picada de aranha é uma lesão na pele provocada pelo ferrão de uma aranha, que pode ou não inocular veneno. 

A boa notícia é que a maioria das espécies de aranha não apresentam riscos à saúde. No Brasil, existem pelo menos 3 espécies que são mais preocupantes: 

  • Aranha-marrom (Loxosceles): é uma aranha bem pequena, de aproximadamente 3 cm, incluindo as pernas. A aranha-marrom é encontrada nas regiões sul e sudeste do Brasil, principalmente no Paraná.
  • Aranha-armadeira (Phoneutria): pode ter até 15 cm de comprimento, contando as pernas. Representantes dessa espécie são encontrados na região sul e sudeste do Brasil.
  • Viúva-negra (Latrodectus): possui até 4 cm de comprimento, cor preta com algumas manchas vermelhas. Essa espécie é encontrada principalmente na Bahia.

Sintomas da picada de aranha

Os sintomas gerais da picada de aranha são: 

  • Dor
  • Inchaço
  • Vermelhidão
  • Formigamento
  • Marca dos orifícios onde houve a picada
  • Sudorese no local

Picada da aranha-marrom

No caso da picada da aranha-marrom, não há dor logo após o incidente, mas apenas um desconforto, que pode incluir febre, mal-estar e vômitos. 

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Após um prazo de 6 a 12 horas, o local da picada da aranha fica avermelhado, inchado e com bolhas. Depois disso, a picada começa a ficar roxa e pode evoluir para uma necrose.

Como o veneno afeta o sistema de coagulação, a ferida pode demorar até mais de 1 mês para cicatrizar. 

Em resumo, a picada da aranha marrom produz os seguintes sintomas: 

  • Lenta evolução da lesão
  • Dor tardia
  • Inchaço e endurecimento do local da lesão
  • Aumento da dor e da sensação de queimação nos primeiros 3 dias 
  • Febre
  • Erupções na pele
  • Evolução da lesão para uma necrose, que pode persistir aberta por mais de 1 mês
Aranha-marrom
Aranha-marrom (Loxosceles)

Picada da aranha-armadeira

Já numa picada de aranha-armadeira, a dor aparece logo no início, juntamente com sinais de inflamação no local, que são vermelhidão e inchaço. Outros sintomas sistêmicos podem se manifestar: 

  • Aumento da frequência cardíaca
  • Suor excessivo
  • Vômito
  • Diarreia
  • Aumento da pressão arterial
Aranha-armadeira
Aranha-armadeira (Phoneutria)

Picada da viúva-negra

A picada da viúva-negra é marcada por uma forte dor no local, que evolui para uma sensação de ardência ou queimação, que piora dentro de uma janela de 48 horas. Além desse sintoma, a picada dessa aranha pode provocar: 

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  • Náuseas
  • Vômitos
  • Dor muscular
  • Febre
Viúva-negra
Viúva-negra (Latrodectus)

O que fazer após a picada de aranha

A recomendação é que você vá até um pronto atendimento, assim que perceber que sofreu uma picada de aranha. 

Até que você consiga atendimento médico, tenha os seguintes cuidados com a lesão: 

  • Lave o local da picada de aranha com água e sabão, para evitar uma infecção. 
  • Aplique uma compressa morna no local, se estiver sentindo muita dor. 
  • Mantenha o local da picada elevado. 
  • Se você matou a aranha ou conseguiu capturá-la, leve-a até o médico ou médica, pois a identificação da espécie ajuda no tratamento. Se conseguir tirar uma foto de boa qualidade, que permita a visualização dos detalhes da aranha, também pode ser útil. 

O que não fazer após a picada de aranha

Existem orientações muito importantes do que não se deve fazer numa lesão de picada de aranha: 

  • Torniquete ou garrote
  • Furar 
  • Cortar
  • Espremer
  • Sugar
  • Aplicar remédios caseiros, como plantas e chás

Essas medidas podem piorar o quadro, provocando uma infecção local. 

Tratamentos de uma picada de aranha

O tratamento de uma picada de aranha envolve o uso de analgésicos, para diminuir a dor, antissépticos, para prevenir uma infecção e curativos, para proteger o local da lesão. Dependendo de como está o inchaço, a equipe médica pode te orientar a aplicar compressas frias no local. 

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Se a espécie de aranha for identificada, o médico ou médica administra um soro antiaracnídeo específico.

Como evitar uma picada de aranha

Para se prevenir contra uma picada de aranha, caso esteja em regiões onde há presença de aranhas, como em áreas rurais e matas, tome os seguintes cuidados: 

  • Olhe dentro dos calçados, antes de colocá-los.
  • Balance as roupas antes de vesti-las. 
  • Quando for mexer em algum entulho na área externa, use luvas, calça, blusa e botas.
  • Evite formar entulhos na garagem, pois podem servir de abrigo para aranhas. 
  • Evite cultivar folhagens muito densas próximo ao seu muro ou parede.
  • Vede as frestas da sua casa.
  • Combata os insetos, que servem de alimentos para as aranhas. 
  • Preserve os inimigos naturais das aranhas, como galinhas, gansos, corujas, lagartos e sapos.
Fontes e referências adicionais

Você já sofreu uma picada de aranha? Quais foram os seus sintomas? Como foi o seu tratamento? Comente abaixo!

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Sobre Dra. Akemi Martins

Dra. Akemi Martins Higa é bióloga, formada pela Universidade Federal de São Carlos em 2011. Doutora na área de Medicina Tropical e Saúde Internacional, com ênfase em doenças neurodegenerativas, pela Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de nanotecnologia e imunologia aplicada ao diagnóstico de neuromielite óptica e esclerose múltipla. Para mais informações, entre em contato.

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