Uma picada de inseto provoca uma reação localizada, que se manifesta com um pequeno inchaço, vermelhidão e coceira. Em algumas pessoas, essa reação é mais exagerada, por apresentarem alergia à picada daquele determinado inseto. Nesses casos, pode-se perceber um inchaço bem maior, que pode afetar todo o membro e até outras partes do corpo.
Todo mundo já deve ter levado uma picada de pernilongo, borrachudo, formiga ou marimbondo. Mesmo que a reação seja leve, a coceira é bastante desconfortável, porém solucionável com a aplicação de gelo no local ou de uma pomada antialérgica.
Agora, se a pessoa é alérgica à picada de algum inseto, ela pode necessitar de atendimento médico de emergência, pois a reação pode se estender a todo organismo e não só ao local da picada.
Veja o que picada de inseto provoca no corpo, como saber se você tem alergia leve ou grave, quais pomadas pode usar e como prevenir as picadas de inseto.
Picada de inseto: o que acontece no corpo
Quando um inseto pica um local da pele, ele deixa uma substância, que é interpretada como tóxica pelo nosso organismo.
O sistema que faz essa interpretação é o sistema imunológico, que ativa uma resposta inflamatória no local. Pessoas que têm hipersensibilidade à substância tóxica de algum inseto reagem de forma mais exagerada, que é a reação alérgica. Veja quais são sintomas de uma reação alérgica e o que fazer.
Os insetos que picam a pele são chamados de hematófagos, o que significa que se alimentam de sangue. Os insetos hematófagos mais comuns no dia a dia das pessoas que vivem no meio urbano são:
- Pernilongos.
- Pulgas.
- Pulgas de pombos e pardais.
- Carrapatos.
- Percevejos.
- Borrachudo.
- Vespas ou marimbondos.
- Abelhas.
A picada de pernilongo resulta na formação de uma pequena bolha avermelhada na pele, enquanto que a picada de pulga forma como se fosse uma “constelação” de pequenas lesões na pele.
A picada de borrachudo resulta em uma bolha bem maior do que a de pernilongo, que coça intensamente e pode apresentar um machucado no centro.
A dor imediata é a característica mais marcante das ferroadas de vespas e abelhas, por causa da toxina liberada na pele.
Como saber se tenho alergia à picada de inseto?
Dependendo do grau de sensibilidade que você tem à picada de determinado inseto, poderá observar alguns sinais que sugerem alergia:
- O membro onde o inseto picou fica avermelhado e inchado.
- Você sente dor e coceira muito forte onde o inseto picou.
- Há saída de um fluido transparente no local da picada do inseto.
Crianças com alguma atopia, que é uma predisposição genética para a produção de um tipo de anticorpo prevalente na resposta alérgica, têm maiores chances de terem alergia a picadas de inseto. A asma, a rinite e a dermatite atópica são exemplos de atopias comuns entre as crianças.
Normalmente, a reação mais exagerada à picada de inseto tem seu pico em 48 horas e melhora gradualmente em 5 a 10 dias.
Sinais de alergia grave à picada de inseto
Existem alguns sinais e sintomas de alergia grave à picada de um determinado inseto, que servem como aviso para que você busque ajuda médica imediatamente:
- Queda rápida da pressão arterial.
- Sensação de que irá desmaiar.
- Tontura.
- Confusão mental.
- Inchaço do rosto e da boca.
- Dificuldade para respirar.
O inchaço de outras partes do corpo, além do local da picada, pode levar à asfixia, quando afeta a garganta (edema de glote). Como esta reação é potencialmente fatal, o socorro médico precisa ser urgente.
Pomadas para picada de inseto
Para um alívio imediato da coceira e do inchaço provocados por uma picada de inseto, pode-se aplicar gelo no local da picada por 10 minutos ou até sentir o alívio dos sintomas.
Você também pode passar uma pomada antialérgica no local, como a Polaramine® e a Andantol®, até 3 vezes ao dia, por 5 dias. Essas pomadas contêm as substâncias maleato de dexclorfeniramina e cloridrato de isotipendil, respectivamente, que apresentam ação antialérgica e anestésica.
A prometazina é outra pomada com ação antialérgica e que pode ser encontrada nas farmácias com os nomes comerciais Fenergan® e Profergan®.
Para quem não quer usar um medicamento na pele, uma opção é passar uma loção refrescante com mentol na composição, pois ele alivia a coceira e diminui a irritação.
Essas medidas são bastante úteis, pois te ajudam a não coçar a pele. O ato de coçar o local da picada pode piorar a irritação e aumentar o prurido, que é a sensação de coceira intensa.
No caso das reações alérgicas graves, deve-se ir ao pronto atendimento, para que um médico ou médica avalie a situação.
Em alguns casos, o tratamento pode ser feito com anti-histamínicos e corticoides, de uso oral e tópico, como a pomada de dexametasona e de hidrocortisona. Essas pomadas exercem forte ação anti-inflamatória, aliviando a coceira, o inchaço e a vermelhidão grave na pele.
Em outros, pode ser preciso aplicar uma injeção de adrenalina, para interromper a reação alérgica grave, que pode levar ao choque anafilático.
Como prevenir as picadas de inseto
A melhor forma de não sofrer com o desconforto das picadas de inseto é preveni-las. Para isso, algumas ações simples podem ajudar bastante a te deixar livre desse incômodo:
- Use calça e camisa de manga comprida, quando estiver ou for a um local onde você sabe que tem muitos insetos.
- Se a sua casa tem muitos insetos, use telas nas janelas ou mosquiteiros.
- Se estiver calor e não puder usar roupas compridas, aplique repelente na pele. Reforce o uso nos horários em que você percebe que há maior concentração de insetos voando na sua casa. Veja 7 repelentes caseiros contra pernilongos e mosquitos.
- Faça uma desinsetização ou dedetização de sua casa, se a incidência de insetos for muito alta.
Fontes e referências adicionais
- Síndrome nefrótica após picada de inseto: relato de caso, Brazilian Journal of Nephrology, 2020; 42(4): 498-501.
- Repelentes de insetos: recomendações para uso em crianças, Revista Paulista de Pediatria, 2009; 27(1): 81-89.
Fontes e referências adicionais
- Síndrome nefrótica após picada de inseto: relato de caso, Brazilian Journal of Nephrology, 2020; 42(4): 498-501.
- Repelentes de insetos: recomendações para uso em crianças, Revista Paulista de Pediatria, 2009; 27(1): 81-89.