Plasil dá sono? Para que serve, efeitos colaterais e posologia

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Às vezes não há como evitar: é preciso tomar um remédio para lidar com certos problemas de saúde. Porém, esse também é um momento em que podem surgir preocupações quanto aos efeitos colaterais do medicamento em questão. Por exemplo, você já ouviu falar que Plasil dá sono? Mais do que isso, saberia dizer para que serve Plasil? 

Essa é uma dúvida que pode surgir para quem recebeu a indicação médica para usar o remédio, no entanto, tem uma vida agitada, cheia de compromissos e precisa estar muito desperto no seu dia a dia.

Entenda se de fato, a sonolência está entre as possíveis reações adversas do medicamento, conheça os seus outros efeitos colaterais, saiba para que serve Plasil e quais são as suas contraindicações. 

Plasil dá sono? Veja o que diz a bula

Sonolência

Sim, é possível afirmar que Plasil dá sono. Isso porque a sonolência é apresentada pela bula como uma das reações muito comuns do remédio, ou seja, que ocorrem em mais de 10% dos pacientes.. 

Curiosamente, algumas pessoas apresentam insônia durante o tratamento com o cloridrato de metoclopramida, que é o princípio ativo do medicamento. Mas a maioria relata o sono como efeito principal

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A bula também informa que a sonolência que pode ocorrer após a administração do medicamento é potencializada por depressores do sistema nervoso central. Além disso, a combinação do remédio com o álcool deve ser evitada, pois ele aumenta o efeito calmante do princípio ativo de Plasil.

Com isso, a capacidade do paciente para dirigir veículos ou operar máquinas pode ficar prejudicada, o que torna essas atividades perigosas.

Outros efeitos colaterais de Plasil

A lista de possíveis efeitos colaterais muito comuns, comuns (ocorrem entre 1% e 10% dos pacientes) e incomuns (ocorrem entre 0,1% e 1% dos pacientes que utilizam este medicamento) de Plasil inclui:

  • Diarreia
  • Depressão
  • Astenia (fraqueza)
  • Hipotensão (pressão baixa), especialmente com formulação intravenosa
  • Discinesia (distúrbios visuais e desvio involuntário do globo ocular)
  • Distonia (estados de tonicidade anormal em qualquer tecido)
  • Diminuição do nível de consciência
  • Alucinação
  • Amenorreia (ausência de menstruação)
  • Hiperprolactinemia (alta produção de prolactina, que é o hormônio do leite)
  • Hipersensibilidade (alergia)
  • Bradicardia (diminuição da frequência cardíaca)
  • Choque
  • Síncope (desmaio) após uso injetável

Adicionalmente, em alguns indivíduos, Plasil pode causar o que se chama de sintomas extrapiramidais. Esta é uma reação do sistema nervoso que gera sintomas semelhantes aos de uma crise de ansiedade. Nesse caso, a pessoa pode sentir:

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  • Aumento da frequência cardíaca
  • Espasmos musculares
  • Rigidez muscular

Essas reações extrapiramidais podem ser mais frequentes em crianças e adultos jovens, podendo ocorrer após uma única dose.

Para evitar todos esses desconfortos, é muito importante só usar o Plasil na dose correta e quando o medicamento for prescrito por um médico.

Vale lembrar ainda que alguns pacientes podem ter uma reação alérgica ao cloridrato de metoclopramida que se manifesta na forma de manchas avermelhadas na pele e outros sintomas de alergia. Para conferir a lista completa de reações adversas do remédio, consulte a bula.

Caso perceba que Plasil dá sono para você, especialmente de forma intensa, ou note outros efeitos colaterais durante o uso do medicamento, procure ajuda médica.

Plasil – Para que serve e como funciona?

Enjoo

Além de saber se o remédio dá sono, é importante entender como funciona e para que serve Plasil. Ele é usado no tratamento de enjoos e vômitos de origem central e periférica, ou seja, associados a procedimentos cirúrgicos, doenças metabólicas e infecciosas, secundárias a medicamentos.

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O princípio ativo de Plasil, a metoclopramida, atua no sistema digestório, um grupo de órgãos de corpo, que é responsável pela digestão dos alimentos.

A ação do medicamento se dá pelos seus efeitos antieméticos e procinéticos. O antiemético serve para diminuir a náusea e o vômito enquanto que o procinético ajuda a esvaziar o estômago mais rapidamente.

Assim, o remédio bloqueia receptores do corpo que causam os sintomas de enjoo e vômito e aumenta as contrações dos músculos do estômago, acelerando o movimento intestinal. Além disso, a metoclopramida aumenta a rigidez do esfíncter esofágico inferior, que conecta o esôfago e o estômago, prevenindo o refluxo ácido.

Posologia

Plasil é encontrado de várias formas, inclusive em gotas, soluções e comprimidos. Há ainda a versão injetável que é indicada em alguns casos. 

Assim, o modo de uso depende da apresentação do remédio e de outros fatores como o peso corporal e a idade do paciente. Além disso, as doses indicadas podem variar de acordo com a indicação médica e com o tipo de sintoma a ser aliviado.

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Em geral, o remédio oral leva de 30 a 60 minutos para começar a agir. No caso dos comprimidos, a dose recomendada é de um comprimido (10 mg) até três vezes ao dia, 30 minutos antes das refeições. O tratamento deve durar no máximo cinco dias.

Porém, em pacientes com problemas nos rins, a dose diária pode precisar ser reduzida em 50% a 75% ou conforme o critério médico.

Além disso, a dose de insulina e o tempo de administração podem necessitar de ajustes em pacientes diabéticos tratados com Plasil.

A bula do medicamento também recomenda considerar redução da dose em pacientes idosos com base na função renal ou hepática e fragilidade geral. Já em pacientes com problemas severos no fígado, a dose deve ser reduzida em 50% ou conforme a avaliação médica.

Plasil
Reprodução: via Sanofi

Contraindicações

Plasil não pode ser utilizado durante a amamentação e não deve ser usado por mulheres grávidas sem orientação médica. Ele também é contraindicado nos seguintes casos:

  • Quando o paciente já teve alergia à metoclopramida ou a qualquer componente da fórmula. 
  • Quando a estimulação da motilidade gastrintestinal (esvaziamento gástrico) for perigosa, por exemplo, na presença de hemorragia (sangramento), obstrução mecânica ou perfuração gastrintestinal.
  • Em pacientes com histórico de discinesia tardia (movimentos repetitivos, involuntários e não intencionais que às vezes continua ou aparece mesmo após o fármaco não ser mais utilizado por um longo tempo) induzida por neurolépticos (medicamento usado no tratamento de psicoses, como anestésicos e em outros distúrbios psíquicos) ou metoclopramida.
  • Em pacientes com feocromocitoma suspeita ou confirmada (tumor geralmente benigno na glândula suprarrenal), pois pode desencadear crise hipertensiva (aumento da pressão arterial), devido à provável liberação de catecolaminas (substância liberada após situação de estresse) do tumor.
  • Junto de levodopa ou agonistas dopaminérgicos (medicamento usado no tratamento das síndromes parkinsonianas) devido às ações serem contrárias.
  • Doença de Parkinson.
  • Histórico conhecido de metemoglobinemia (desordem caracterizada pela presença de um nível mais alto do que o normal de metemoglobina no sangue. A metemoglobina é uma forma de hemoglobina que não se liga ao oxigênio podendo ocasionar anemia e falta de oxigênio nos tecidos) com metoclopramida ou deficiência de NADH citocromo-b5 redutase.
  • Quando o paciente epiléptico ou está recebendo outros fármacos que possam causar reações extrapiramidais (tremor de extremidade, aumento do músculo, rigidez muscular), uma vez que a frequência e intensidade das reações podem ser aumentadas.
  • Quando o paciente tem menos de 18 anos.

A bula ainda alerta que a metoclopramida pode aumentar os níveis de prolactina (hormônio que estimula a produção de leite), o que deve ser considerado em pacientes com câncer de mama detectado previamente.

Se você se encaixa em um desses casos, peça uma alternativa de tratamento para um médico de sua confiança.

Além disso, antes de iniciar o tratamento com Plasil, o paciente deve informar ao médico caso esteja usando qualquer outro tipo de medicamento, para verificar se não faz mal usar os dois remédios ao mesmo tempo.

Por exemplo, a rifampicina, um remédio para tratar a tuberculose ou outras infecções, pode reduzir a concentração de metoclopramida no sangue se administrada ao mesmo tempo que Plasil.

Fontes e referências adicionais

Você já tomou Plasil? Se sim, já sentiu algum efeito colateral? Comente abaixo!

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Sobre Dr. Marcos Marinho

Dr. Marcos Marinho é especialista em Gastroenterologia, Endoscopia Digestiva e Ultrassonografia - CRM 52.104130-4. Formou-se em Medicina pela Universidade do Grande Rio (Unigranrio) e é pós-graduado em Gastroenterologia pelo IPEMED. Realizou cursos de ultrassonografia geral e intervencionista pela Unisom, ultrassonografia musculoesquelética e Doppler pelo CETRUS. Para mais informações, entre em contato através de seu Instagram oficial @drmarcosmarinho

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