Proctalgia fugaz: o que é, sintomas e tratamento

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Distúrbios de saúde que afetam o ânus ou o reto podem causar, ao mesmo tempo, um incômodo intenso e receio de procurar ajuda, como ocorre no caso da proctalgia fugaz.

Esse receio se deve principalmente aos tabus que envolvem essa região, e podem fazer com que a pessoa passe um longo período de tempo sofrendo com sintomas bastante desagradáveis antes de procurar ajuda profissional.

Por isso, no artigo a seguir vamos conhecer melhor a proctalgia fugaz e possíveis tratamentos, além de aprender a reconhecer os sintomas desse distúrbio de saúde.

O que é a proctalgia fugaz?

Proctalgia
A proctalgia fugaz caracteriza-se por uma dor sem causa aparente na região do ânus e do reto

A proctalgia fugaz é um distúrbio benigno de saúde, que causa dor sem causa aparente na região do ânus e do reto.

O mecanismo que desencadeia dor e as suas possíveis causas ainda não são totalmente entendidos pela ciência, embora já se saiba que o problema costuma atingir pessoas de ambos os sexos, entre 30 e 60 anos.

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Outro ponto importante é que a dor ocorre principalmente no período noturno, embora também possa acontecer durante o dia. O motivo para essa ocorrência maior à noite, entretanto, ainda precisa ser esclarecido.

No entanto, a classificação “benigno” não quer dizer que é algo que não mereça atenção, uma vez que traz grande desconforto e pode afetar de forma significativa a qualidade de vida da pessoa.

Além disso, a frequência e as características dos episódios dolorosos podem variar bastante, com pessoas apresentando crises leves e esporádicas, até casos de dores diárias e intensas.

Sintomas da proctalgia fugaz

As causas exatas da proctalgia fugaz ainda não são conhecidas, embora os especialistas suspeitem que a dor seja causada pela contração dos músculos do cólon e do canal anal, e pela hipertrofia do esfíncter anal interno.

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Mas, apesar de não se saber a causa, os sintomas são bem conhecidos, e incluem:

  • Episódios recorrentes de dor retal, que não estejam relacionados ao ato de defecar
  • Dor que dura entre poucos segundos até cerca de 30 minutos
  • Dor que não melhora com o uso de analgésicos opioides
  • Ausência de dor entre as crises

Além disso, deve-se excluir outras possíveis causas da dor, como:

  • Doenças inflamatórias intestinais
  • Fissuras anais
  • Abcessos
  • Hemorroidas, sejam elas internas ou externas
  • Problemas na próstata

Diagnóstico da proctalgia fugaz

O diagnóstico da proctalgia fugaz é de exclusão, ou seja, o médico deve realizar exames para excluir outras possíveis causas para os sintomas apresentados.

Por isso, muitas vezes o problema pode ficar um longo tempo sem tratamento, o que traz muita angústia e desconforto, além de muitas vezes afetar a rotina, o sono e a qualidade de vida da pessoa

Assim, antes de fechar o diagnóstico de proctalgia fugaz, alguns exames podem ser realizados, como:

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  • Exame físico do ânus e, se for o caso, da próstata
  • Ultrassonografia
  • Manometria anorretal, um exame que avalia a pressão de contração do reto e do esfincter anal
  • Ressonância magnética
  • Exames de sangue

Quando todos os exames citados acima, e alguns outros que o médico julgar necessários, possuem resultados normais, o profissional pode então dar o diagnóstico de proctalgia fugaz.

Como tratar a proctalgia fugaz?

Fibras alimentares
Mudanças na dieta como a adição de fibras alimentares podem ser eficazes

Embora a proctalgia fugaz seja considerada um problema de saúde benigno e sem cura, existem tratamentos que melhoram a dor e reduzem a frequência das crises.

Assim, podemos citar:

1. Medicamentos para proctalgia fugaz

Quando os sintomas da proctalgia fugaz são intensos e frequentes, e atrapalham a qualidade de vida da pessoa, o médico pode prescrever alguns medicamentos.

Alguns desses tratamentos incluem:

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  • Medicamentos analgésicos simples, como naproxeno e ibuprofeno
  • Medicamentos que ajudem no relaxamento do esfincter anal interno, como diltiazem
  • Inalação de salbutamol, e que em alguns casos diminui a intensidade e a duração da dor
  • Aplicação de toxina botulínica, para reduzir a pressão do esfíncter interno do ânus

No entanto, a escolha do tratamento vai depender de cada caso, e às vezes pode ser necessário tentar vários tipos de medicamentos até encontrar um que funcione.

2. Alimentação e exercícios para proctalgia fugaz

Além dos medicamentos citados acima, algumas mudanças de estilo de vida podem ajudar a diminuir tanto a frequência quanto a intensidade das crises dolorosas. São elas:

  • Incluir mais fibras alimentares na dieta, para regularizar o trânsito intestinal
  • Manter uma boa hidratação, para assim evitar episódios de prisão de ventre e ressecamento
  • Praticar exercícios físicos regularmente, o que ajuda tanto na melhoria do trânsito intestinal quanto da irrigação sanguínea 
  • Psicoterapia ou outras formas de manejar o estresse e a ansiedade, que podem aumentar a frequência das crises

Dicas e cuidados

Embora a proctalgia fugaz seja um distúrbio de saúde relativamente comum, é frequente que as pessoas passem meses ou anos sem procurar tratamento.

Os motivos para isso variam, mas, em geral, incluem:

  • Vergonha
  • Falta de informações sobre o problema
  • Automedicação, que podem ajudar a aliviar a dor momentaneamente

Além disso, também é comum que o problema não seja diagnosticado de forma rápida, uma vez que se trata de um diagnóstico de exclusão.

Assim, muitas pessoas se cansam de ir ao médico e encontrar apenas exames com resultados normais.

No entanto, é importante procurar auxílio profissional sempre que sentir algum incômodo recorrente, para que se possa realizar os exames e tratamentos necessários, de forma que os sintomas não afetem a qualidade de vida.

Fontes e referências adicionais

Você já conhecia a proctalgua fugaz? Tem ou conhece alguém que sofra do problema? Comente abaixo!

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Sobre Dr. Lucio Pacheco

Dr. Lucio Pacheco é Cirurgião do aparelho digestivo, Cirurgião geral - CRM 597798 RJ/ CBCD. Formou-se em Medicina pela UFRJ em 1994. Em 1996 fez um curso de aperfeiçoamento em transplantes no Hospital Paul Brousse, da Universidade de Paris-Sud, um dos mais especializados na Europa. Concluiu o mestrado em Medicina (Cirurgia Geral) em 2000 e o Doutorado em Medicina (Clinica Médica) pela UFRJ em 2010. Dr. Lucio Pacheco é autor de diversos livros e artigos sobre transplante de fígado. Atualmente é médico-cirurgião, chefe da equipe de transplante hepático do Hospital Copa Star, Hospital Quinta D'Or e do Hospital Copa D'Or. Além disso é diretor médico do Instituto de Transplantes. Suas áreas de atuação principais são: cirurgia geral, oncologia cirúrgica, hepatologia, e transplante de fígado. Para mais informações, entre em contato.

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