A vaginose bacteriana é um tipo de infecção vaginal provocada pelo crescimento excessivo de uma bactéria naturalmente presente na vagina, comprometendo o equilíbrio natural da microbiota da região.
Ainda que não seja classificada como uma infecção sexualmente transmissível (IST), a vaginose bacteriana aumenta os riscos de contrair uma IST como a clamídia, a gonorreia, o HIV e o vírus herpes simplex.
Além disso, apesar da sua causa não ser completamente entendida, fazer sexo sem proteção é um dos fatores que aumentam o risco de desenvolver a vaginose bacteriana.
Outros fatores de risco para a condição são: ter muitos parceiros sexuais ou um novo parceiro sexual, o hábito frequente de lavar a vagina com água ou com um agente de limpeza e uma produção natural insuficiente de lactobacilos (bactérias boas) na vagina.
Adicionalmente, apesar de não ser completamente compreendido, estudos mostram que a vaginose bacteriana atinge com mais frequência as mulheres que fazem sexo com outras mulheres. Usar o dispositivo intrauterino (DIU) como método contraceptivo também aumenta as chances de ter o problema.
Porém, é relevante destacar que o DIU não causa diretamente a vaginose bacteriana, mas alguns fatores associados ao uso do DIU podem contribuir para o desequilíbrio bacteriano na vagina, aumentando o risco de desenvolver essa infecção.
Vaginose na gravidez
A gestação é uma fase mais delicada na vida de uma mulher, em que ela precisa ter um cuidado especial com a sua saúde, para que o desenvolvimento do seu neném ocorra conforme o esperado.
De acordo com a American Pregnancy Association (Associação Americana da Gravidez), as gestantes também têm um risco maior de contrair a vaginose bacteriana e isso ocorre devido às mudanças hormonais que acontecem durante uma gravidez.
Os hormônios presentes no organismo de uma gestante podem facilitar o acúmulo de bactéria na vagina. O aumento da produção de hormônios e as suas flutuações dificultam a tarefa da vagina de manter o seu pH equilibrado.
É importante citar que existem bactérias naturalmente presentes na vagina que mantêm o seu pH em equilíbrio. Quando há um crescimento excessivo da bactéria ruim da vagina, isso compromete o equilíbrio natural e começa a causar problemas.
Mais especificamente, a vaginose é provocada por um crescimento excessivo da bactéria ruim Gardnerella vaginalis na vagina. Isso pode acontecer quando o ambiente vaginal deixa de ser ácido, no geral, em um pH de 3,8 a 4,5, de modo que a bactéria boa (lactobacilos) não conseguem mais prosperar.
Assim, a possibilidade de ter vaginose na gravidez pode deixar uma futura mamãe preocupada. Embora a vaginose bacteriana não costume provocar problemas na maioria das gestações, isso não significa que ela não traga nenhum tipo de perigo.
Desenvolver vaginose na gravidez aumenta os riscos de ter um parto prematuro, ter um bebê com baixo peso ao nascer e até mesmo um aborto.
Sintomas
Muitas mulheres desenvolvem a vaginose bacteriana, porém não apresentam sintomas e só descobrem que têm a condição em exames de rotina durante suas consultas com o ginecologista ou obstetra.
Portanto, é bem importante que a mulher tenha acompanhamento médico ao longo de toda a sua gestação.
Além disso, ao perceber qualquer alteração vaginal, como mudanças no seu corrimento vaginal, a gestante já deve informar o médico. Ao mesmo tempo, é importante ficar atenta aos sintomas associados à vaginose bacteriana, que incluem:
- Corrimento vaginal fino, cinza, branco ou verde
- Odor vaginal desagradável, semelhante a um peixe podre
- Coceira vaginal
- Ardor ou queimação ao urinar
- Vermelhidão na região genital
Os sintomas da vaginose bacteriana podem ser confundidos com os sinais da candidíase, mas os tratamentos das duas condições são diferentes. Assim, é fundamental que o diagnóstico seja dado por um médico qualificado para cuidar da gestante, que indicará o tratamento apropriado e seguro para a sua paciente.
Diagnóstico e tratamento
Já que estamos falando dos sintomas, antes de fechar um diagnóstico de vaginose, o médico pode avaliar os sintomas da mulher, fazer perguntas sobre o seu histórico médico, incluindo as infecções vaginais e ISTs que ela já teve, e fazer um exame pélvico.
Além disso, ele pode solicitar exames como o teste de urina, urocultura ou análise do corrimento vaginal em laboratório.
Quanto ao tratamento, geralmente a vaginose bacteriana é tratada com antibióticos orais ou na forma de gel ou creme. No entanto, no caso de vaginose na gravidez é fundamental que o tratamento seja feito sob orientação médica e supervisionado pelo obstetra, já que o uso de remédios durante a gestação exige cuidados.
Por exemplo, o metronidazol, um dos remédios que podem ser usados para tratar a vaginose bacteriana, é contraindicado no primeiro trimestre de uma gravidez.
Além disso, a gestante com vaginose precisa ter o cuidado de obedecer todas as instruções indicadas pelo seu médico, incluindo a dosagem do remédio e a duração do tratamento, mesmo que os sintomas tenham desaparecido antes.
Fontes e referências adicionais
- Bacterial Vaginosis, United Kingdom National Health Service.
- Bacterial Vaginosis – CDC Basic Fact Sheet, Centers for Disease Control and Prevention.
- Bacterial Vaginosis, Office on Women’s Health, Office of the Assistant Secretary for Health, U.S. Department of Health and Human Services.
- Bacterial Vaginosis During Pregnancy, American Pregnancy Association.
- Bacterial Vaginosis While Pregnant, Birth Injury Help Center.
Fontes e referências adicionais
- Bacterial Vaginosis, United Kingdom National Health Service.
- Bacterial Vaginosis – CDC Basic Fact Sheet, Centers for Disease Control and Prevention.
- Bacterial Vaginosis, Office on Women’s Health, Office of the Assistant Secretary for Health, U.S. Department of Health and Human Services.
- Bacterial Vaginosis During Pregnancy, American Pregnancy Association.
- Bacterial Vaginosis While Pregnant, Birth Injury Help Center.