Corrimento branco: quando se preocupar, causas e o que fazer

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Ter um corrimento branco não é um sinal direto de uma doença ginecológica, na verdade é até normal em alguns dias do mês, principalmente antes da menstruação. 

Mas quando o corrimento branco é acompanhado de sintomas como coceira e ardência, é preciso investigar a causa do problema em uma consulta ginecológica. Normalmente, esses sintomas associados sugerem uma infecção, que pode ser causada por bactérias ou fungos.

Corrimento branco: quando se preocupar 

É normal haver um corrimento vaginal diário, cuja consistência e cor podem mudar conforme a fase do ciclo menstrual. 

Na metade do ciclo, que é quando a mulher ovula, o corrimento vaginal fica semelhante a uma clara de ovo, pegajoso e transparente. 

Quando está próximo da menstruação, o corrimento fica mais ácido e com uma consistência pastosa, o que o deixa com uma coloração esbranquiçada.

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Em todos os casos, o corrimento vaginal normal não tem um volume exagerado, ele sai em pequena quantidade e serve para lubrificar a vagina. 

O corrimento passa a ser preocupante, quando começa a apresentar os seguintes sinais associados: 

  • O corrimento branco adquire uma coloração rosa. 
  • O volume do corrimento aumenta. 
  • Você sente coceira ou ardência na região genital. 
  • O corrimento exala um cheiro diferente, desagradável. 
Corrimento
Nem sempre o corrimento branco é algo normal

O que pode ser o corrimento branco

Quando o corrimento branco está associado às características mencionadas acima, ele pode indicar alguma alteração ginecológica, que pode ser: 

Candidíase vaginal

A candidíase vaginal é uma infecção causada pelo fungo Candida albicans, que se prolifera na região genital, quando as condições são favoráveis. 

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Este fungo faz parte da nossa flora biológica natural, estando presente na boca e no sistema digestivo. Na maior parte do tempo, o sistema imunológico e a presença de outros microrganismos na região vaginal impedem o crescimento e a proliferação exagerada do fungo. 

Qualquer alteração no funcionamento do sistema imunológico ou desequilíbrio da flora biológica pode permitir que o fungo se prolifere exageradamente

Existem alguns fatores de risco que aumentam as chances de uma mulher desenvolver candidíase vaginal: 

  • Diabetes descompensada.
  • Ter feito um tratamento recente com antibióticos.
  • Alterações hormonais, que podem ser causadas por uma gestação, reposição hormonal, menopausa, ovulação e uso de anticoncepcionais.
  • Imunossupressão causada por medicamentos ou por doenças, como o HIV/AIDS. 

Essa infecção provoca um quadro inflamatório na vagina e na vulva, chamado de vulvovaginite por Candida

Essa inflamação resulta nos seguintes sintomas: 

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  • Vermelhidão local.
  • Coceira intensa.
  • Dor ou ardência na região vaginal.
  • Dor ao urinar.
  • Dor durante a relação sexual.
  • Corrimento vaginal branco e espesso.

O que fazer

É preciso buscar ajuda de um médico ou médica ginecologista, que avalie o seu caso. Se for um caso simples de candidíase vaginal, o tratamento pode ser feito com aplicação de pomadas antifúngicas, como o clotrimazol, nistatina e miconazol. 

Outra forma de tratamento é por via oral, com uma dose única de fluconazol de 150 mg. Se for um caso de candidíase recorrente, o tratamento com fluconazol pode se estender por até 6 semanas. 

Vaginose citolítica

A vaginose citolítica é causada pela proliferação exagerada de bactérias do gênero Lactobacillus, que fazem parte da flora biológica natural do corpo. A presença dessas bactérias na região vaginal deixa o pH mais ácido, entre 4 e 4,5.

Neste tipo de alteração ginecológica, há uma produção excessiva de ácido lático, que leva à irritação, alteração do pH vaginal e morte celular.  

Em níveis normais, a acidez provocada pelo ácido láctico protege a região genital da proliferação excessiva do fungo Candida albicans, responsável pela candidíase vaginal.

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Porém, mulheres com diabetes descompensada, por exemplo, têm uma maior taxa de conversão de glicose em ácido lático, devido à maior concentração de açúcar na vagina, levando aos sintomas de vaginose citolítica: 

  • Dor ao urinar.
  • Dor durante a relação sexual.
  • Coceira.
  • Corrimento branco, homogêneo, pegajoso e ácido.

O que fazer

Somente com uma consulta ginecológica é possível diferenciar a vaginose citolítica de outras condições que causam sintomas parecidos, como a tricomoníase e as vaginites causadas pela Gardnerella e Candida

O tratamento da vaginose citolítica consiste em aumentar o pH da vagina, que pode ser realizado com a aplicação de creme vaginal com tampão de borato (pH 8, alcalino) por 10 dias e, depois, 2 vezes na semana, por 2 meses. 

Você também pode fazer banhos de assento com bicarbonato de sódio, veja como fazer em um tópico deste artigo

Vaginose bacteriana

A vaginose bacteriana é um problema causado pela alteração da flora bacteriana vaginal normal, com a proliferação de bactérias da espécie Gardnerella vaginalis

Essa alteração ginecológica tem como característica a eliminação de um corrimento branco-acinzentado, espumoso e com odor bastante desagradável, comparável ao cheiro de “peixe podre”. 

Diferentemente das outras alterações ginecológicas, a vaginose bacteriana não causa coceira vaginal. 

Algumas condições de saúde aumentam os riscos de se desenvolver vaginose bacteriana, por causa da alteração da flora bacteriana vaginal: 

  • Gestação.
  • Diabetes descompensada.
  • Uso de antibióticos.
  • Uso de corticoides.
  • Maus hábitos de higiene.
  • Uso de roupas apertadas, que deixam a região vaginal abafada e úmida.

O que fazer

O diagnóstico da vaginose bacteriana é clínico, mas pode envolver alguns exames. O médico ou médica ginecologista observa as características do corrimento, o pH vaginal, o odor do corrimento após reação com hidróxido de potássio (teste do KOH) e as células da região genital ao microscópio. 

O tratamento da vaginose bacteriana é feito com o antibiótico metronidazol em comprimido ou pomada vaginal. Durante a fase de tratamento, a mulher é aconselhada a usar preservativo e reforçar a higiene da região genital. 

Cuidados ginecológicos
Alguns cuidados são importantes para evitar problemas com o corrimento branco

Gravidez

Durante a gravidez, o organismo sofre muitas mudanças hormonais, especialmente o aumento dos níveis de progesterona e estrogênio. 

Por causa dessas alterações, é normal haver um aumento da saída de corrimento branco pastoso, desde que não tenha cheiro e nem cause coceira. 

O que fazer

Se o corrimento branco não tiver cheiro e nem causar coceira ou ardência vaginal, não é necessário nenhum tratamento, pois se trata de uma alteração normal na gravidez. 

Mas caso o corrimento branco esteja acompanhado de mau cheiro, coceira ou ardência vaginal, pode ser que haja uma infecção vaginal. 

Neste caso, é preciso comunicar o problema ao médico ou médica ginecologista-obstetra para um tratamento adequado, visto que uma infecção oferece riscos de parto prematuro e sepse neonatal.  

Cuidados gerais para evitar o corrimento branco

Como o corrimento branco pode ser causado por infecções e alterações da flora bacteriana normal da região genital, existem alguns cuidados válidos para evitar todos esses problemas: 

  • Evite passar muito tempo com a roupa íntima ou de praia molhada no corpo. 
  • Evite usar roupas íntimas de tecido sintético, dê preferência para as peças de algodão. 
  • Evite usar calças e shorts jeans muito apertados, que abafam a região genital. 
  • Evite comer doces em excesso, pois o açúcar cria um ambiente propício para a proliferação de microrganismos na região genital. 
Fontes e referências adicionais

Quais dessas causas de corrimento branco você ainda não conhecia? Já teve um episódio de corrimento branco que precisou de tratamento medicamentoso? Quais cuidados você descobriu que precisa tomar para evitar este problema? Comente abaixo!

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