Videolaparoscopia: para que serve, como é feita e recuperação

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Se o médico solicitou que você ou alguém da sua família faça uma videolaparoscopia, é bem provável que você tenha se assustado com o nome. Mas, para tirar todo esse medo, nada melhor do que ficar por dentro do que se trata a técnica, não é mesmo?

O que é a videolaparoscopia?

No ano de 2020, comemorou-se os 30 anos da chegada da técnica no Brasil. Com o auxílio de uma câmera, a videolaparoscopia permite visualizar estruturas da região abdominal e pélvica, podendo ser usada para diagnóstico ou tratamento cirúrgico.

Por meio do método, o cirurgião pode acessar o interior da cavidade abdominal e da pelve sem precisar fazer grandes incisões (cortes) na pele do paciente. A videolaparoscopia cirúrgica é geralmente realizada por equipes de ginecologia, gastroenterologia e urologia.

Embora seja um procedimento cirúrgico, ela é considerada um método minimamente invasivo, que estressa menos o corpo e permite uma recuperação mais rápida e menos dolorosa.

Laparoscopia
A videolaparoscopia poide ser usada para diagnóstico ou tratamento cirúrgico

Para que serve

A videolaparoscopia diagnóstica pode ajudar a investigar e confirmar doenças como:

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  • Problemas na vesícula e no apêndice
  • Endometriose
  • Tumor abdominal
  • Doenças ginecológicas
  • Síndrome aderencial
  • Dor abdominal crônica sem causa aparente
  • Gravidez ectópica
  • Malformações no aparelho reprodutor feminino
  • Obstrução das trompas uterinas

A videolaparoscopia também pode ser utilizada na realização da biópsia ovariana, exame que avalia microscópicamente a integridade do tecido do útero.

Ao mesmo tempo, a videolaparoscopia cirúrgica pode ser uma opção de tratamento indicada para os seguintes casos:

  • Apendicite
  • Pedra na vesícula
  • Remoção da vesícula biliar
  • Correção da hérnia inguinal
  • Correção do refluxo gastroesofágico
  • Redução de estômago
  • Hidrossalpingite
  • Lesões ovarianas ou cistos no ovário
  • Endometriose
  • Endometrioma
  • Gravidez ectópica
  • Laqueadura das trompas
  • Histerectomia total
  • Miomas uterinos
  • Distopias genitais
  • Câncer de próstata
  • Tumores abdominais
  • Remoção da bexiga
  • Retirada parcial ou total do rim

Como a videolaparoscopia é feita

Antes de tudo, o médico avalia o risco cirúrgico do seu paciente e pede exames pré-operatórios. Nos casos em que o exame explora a cavidade abdominal, é necessário que o intestino do paciente seja esvaziado por meio do uso de laxantes, o que deve ocorrer sempre conforme a orientação médica.

Com tudo isso em ordem, o procedimento da videolaparoscopia segue as etapas abaixo:

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  1. Anestesia: Antes do início do procedimento, o paciente recebe anestesia geral. Ainda que a técnica seja minimamente invasiva, a anestesia é importante para evitar que o paciente sofra com uma sensação de sufoco, devido ao uso de um gás na sua barriga, processo que faz parte da videolaparoscopia.
  2. Incisões e gás: Então, o cirurgião faz pequenas incisões (cortes), de aproximadamente 1 cm, na pele do paciente. Após, ele injeta gás carbônico através de um desses cortes para criar espaços entre os órgãos e afastá-los da parede abdominal, viabilizando assim a visualização e manipulação no local.
  3. Inserção de ferramentas: Feito isso, são inseridos equipamentos compridos e finos que permitem a realização do procedimento necessário. Há uma grande variedade deles, mas os tipos e a quantidade variam conforme a intervenção a ser realizada.
  4. A câmera também entra: Além dos equipamentos, a câmera é introduzida no abdômen do paciente e transmite imagens do local para um monitor, mostrando ao médico responsável pelo procedimento o que está acontecendo no interior do corpo do paciente.
  5. Finalização: Depois que o médico faz o procedimento que precisava ser feito no paciente, todos os aparelhos que foram introduzidos são retirados e os cortes são fechados com pontos.

A recuperação

Por ser um procedimento menos invasivo, a recuperação da videolaparoscopia é mais tranquila do que a de uma cirurgia convencional, já que há menos cortes e o sangramento é mínimo durante a intervenção.

Geralmente, a alta ocorre 24 horas após o procedimento e o tempo de recuperação pode variar entre sete a 14 dias, dependendo da intervenção que foi realizada. Passado o período estipulado pelo médico, a pessoa pode voltar gradativamente às suas atividades normais, conforme as orientações do profissional de saúde.

Logo depois do procedimento, é normal experimentar sintomas como dor no abdômen, dor nos ombros, intestino preso, sensação de inchaço, enjoo ou vontade de vomitar. Durante o tempo de recuperação, o paciente deve descansar o máximo possível e não pode ter relações sexuais, dirigir, limpar a casa, fazer compras ou praticar exercícios nos primeiros 15 dias.

Vale a pena salientar ainda que cada caso é um caso e as orientações individualizadas do médico para cada videolaparoscopia devem sempre ser seguidas.

Há riscos?

Cirurgia
Mesmo sendo um procedimento menos invasivo, não quer dizer que não há riscos

Ainda que seja uma cirurgia menos invasiva, a videolaparoscopia traz alguns riscos, como hemorragia em órgãos importantes como fígado ou baço, perfuração do intestino, bexiga ou útero, hérnia no local da inserção dos instrumentos cirúrgicos, infecção no local e piora da endometriose, por exemplo.

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Assim, antes de fazer o procedimento é importante conversar com o médico para tirar todas as suas dúvidas e ficar ciente de todos os cuidados que precisa tomar para minimizar os riscos.

Da mesma forma, se surgirem sintomas inesperados ou estranhos no pós-cirúrgico é fundamental buscar ajuda médica rapidamente. 

Além disso, mesmo após o período de recuperação, é importante ter consultas de acompanhamento com o médico para checar se está tudo bem, se a cirurgia ocorreu como o esperado e se mais algum tipo de tratamento será necessário.

Contraindicações

Não são todas as pessoas que podem se submeter a uma videolaparoscopia. Por exemplo, ela é contraindicada para as pessoas nas seguintes condições:

  • Mulheres em estágio de gravidez avançada
  • Com obesidade mórbida
  • Gravemente debilitadas
  • Com tuberculose no peritônio
  • Com câncer na região abdominal
  • Que apresentam obstrução intestinal
  • Com peritonite
  • Que têm massa abdominal volumosa
  • Com hérnias grandes
  • Com insuficiência cardíaca grave e doenças cardíacas em geral
  • Que têm doenças pulmonares
  • Que não podem passar pela anestesia geral
Fontes e referências adicionais 

Você já passou por um procedimento de videolaparoscopia? Qual foi o exame de diagnóstico ou cirurgia em que foi necessário? Comente abaixo!

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Sobre Dr. Lucio Pacheco

Dr. Lucio Pacheco é Cirurgião do aparelho digestivo, Cirurgião geral - CRM 597798 RJ/ CBCD. Formou-se em Medicina pela UFRJ em 1994. Em 1996 fez um curso de aperfeiçoamento em transplantes no Hospital Paul Brousse, da Universidade de Paris-Sud, um dos mais especializados na Europa. Concluiu o mestrado em Medicina (Cirurgia Geral) em 2000 e o Doutorado em Medicina (Clinica Médica) pela UFRJ em 2010. Dr. Lucio Pacheco é autor de diversos livros e artigos sobre transplante de fígado. Atualmente é médico-cirurgião, chefe da equipe de transplante hepático do Hospital Copa Star, Hospital Quinta D'Or e do Hospital Copa D'Or. Além disso é diretor médico do Instituto de Transplantes. Suas áreas de atuação principais são: cirurgia geral, oncologia cirúrgica, hepatologia, e transplante de fígado. Para mais informações, entre em contato.

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