Feno Grego e Diabetes – Baixa a Glicose Mesmo?

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A Ayurveda e a Medicina Tradicional Chinesa utilizam o famoso feno grego há milênios. É uma planta aromática muito popular na culinária Hindu. Cultivada extensivamente no Oeste da Ásia, Norte da África, e em algumas partes do Mediterrâneo, possui folhas arredondadas, e produz talos compridos que contêm sementes com gosto amargo característico, e surpreendentemente benéfica para o tratamento de diabetes.

Seus nomes científicos são: trigonella foenum-graecum, methi (Hindu), Mentulu (Telugu), Ventayam (Tamil), Uluva (Malayalam).

O feno grego contém muitos compostos ativos: fitoquímicos e nutrientes essenciais como trigonelina, yamogenina, clorina, cálcio, cobre, potássio, manganês, ferro, zinco e magnésio. Pode ser comprado na forma de tempero (em pó), como suplemento (pílulas concentradas ou em líquido), chá e creme para a pele.

As folhas de feno grego (methi) podem ser encontradas na maioria das lojas de alimentos asiáticas, e os suplementos da erva, que contêm o pó ou o extrato da semente em cápsulas, nas lojas de produtos naturais.

Feno grego e Diabetes

As sementes de feno grego são fibras muito solúveis, benéficas para pessoas com diabetes. Tanto as fibras como as outras substâncias químicas que elas contêm podem diminuir a velocidade da digestão e da absorção de carboidratos e açúcar. Elas também podem melhorar a forma como o corpo usa o açúcar e aumentar a quantidade de insulina liberada. Alguns estudos apoiam o feno grego como parte de um tratamento efetivo. Muitos enfatizam a capacidade da semente de diminuir a glicose do sangue em pessoas com diabetes.

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Estudos

Muitos especialistas, de diferentes universidades do mundo, apresentaram fatos sobre os benefícios do feno grego como uma solução natural para a diabetes. Os estudos demonstram os efeitos do feno grego na diabetes tipo 1 e tipo 2 para baixar os níveis de glicose. Segundo esses especialistas, o feno grego melhora a maioria dos processos metabólicos e a tolerância à glicose.

Em um desses estudos, pesquisadores na Índia descobriram que a adição de 100 mg de pó de sementes de feno grego, sem adição de gordura, à dieta diária de pacientes dependentes de insulina (diabetes tipo 1) diminuiu significativamente os níveis de glicose no sangue durante a refeição, melhorou a tolerância à glicose e também reduziu o colesterol total LDL, ou colesterol “mau”, e triglicerídeos.

Porém, ainda existem dúvidas. O Instituto Nacional de Saúde (NIH) afirma que até agora as evidências são poucas para provarem que o feno grego tem a capacidade de baixar a glicose do sangue.

Outro estudo relatou que o acréscimo de 15 mg do pó de feno grego na refeição de um paciente com diabetes tipo 2 reduziu o aumento dos níveis de glicose após a refeição. Portanto, ficou estabelecido que a ingestão regular de feno grego podia ser realmente útil para os pacientes diabéticos. Ainda mais, recomenda-se que as pessoas que têm histórico de diabetes na família, ou cujo nível de diabetes está no limite também devem consumir feno grego nas dosagens certas, como forma preventiva.

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Mais um estudo, com sementes de feno grego embebidas em água quente (dose diária de 10 g) mostrou que pode haver efeito no controle da diabetes tipo 2. Outra pesquisa também sugere que pães com farinha de feno grego possam reduzir a resistência à insulina em pessoas com diabetes tipo 2.

Um último estudo diferente descobriu que 2,5 g de feno grego, duas vezes ao dia, por 3 meses, diminuiu os níveis de açúcar no sangue em pessoas com diabetes tipo 2 moderada, mas não grave.

Alerta

A diabetes está se tornando uma epidemia, afetando milhões de pessoas a cada minuto. Na Índia, existem 31.705.000 pessoas afetadas, o maior recorde do milênio, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. A expectativa é que esse número cresça 100% em 20 anos! Isso significa que o cuidado com esse tipo de doença, que tanto depende do estilo de vida, foi negligenciado.

Esses números alarmantes exigem que a diabetes seja controlada – com remédios industrializados ou caseiros. E por que não optar pelo feno grego, que aponta ser benéfico na maioria das pesquisas?

Os Benefícios do Feno grego

  1. Melhora a digestão: As sementes do feno grego são ricas em fibras solúveis que diminuem a velocidade do processo digestivo, e aumentam a absorção de açúcar. Portanto, o consumo regular de feno grego auxilia na baixa da glicose no sangue.
  2. Melhora a tolerância à glicose.
  3. Diminui os níveis de colesterol: O feno grego diminui o mau colesterol ou LDL e triglicerídeos, enquanto auxilia na liberação do bom colesterol ou HDL.

Veja mais: Feno grego – Para que serve, efeitos colaterais e qual comprar.

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Como Adicionar o Feno Grego à sua Dieta

As sementes de feno grego têm um sabor amargo, por isso são utilizadas misturadas com outros temperos. Na culinária Hindu, são adicionadas a curries, picles e outros molhos.

Pode ser preparado um chá com suas folhas, ou espalhado sobre iogurtes, na forma de pó. Abaixo, confira algumas sugestões.

1. Chá de feno grego para diabetes

  • 1 colher de folhas secas de feno grego;
  • 1 colher de chá de sementes de feno grego;
  • 1 xícara de água;
  • 1 colher de chá de mel (opcional).

Deixe ferver uma xícara de água numa panela. Adicione as folhas e sementes de feno grego, deixe de molho por aproximadamente 10 minutos.

Coe e transfira para uma outra xícara. Adicione mel, se quiser, para evitar o sabor amargo. Tome este chá quente, duas vezes ao dia – pela manhã e à noite – e observe as mudanças, ao baixarem seus níveis de glicose no sangue.

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2. Tintura de feno grego para diabetes

  • 2 colheres de folhas secas de feno grego;
  • 2 colheres de sementes de feno grego;
  • 1 xícara de água fervente.

Coloque as folhas e sementes de feno grego n uma tigela de alumínio ou aço. Despeje a xícara de água fervente na tigela e deixe de molho por cerca de meia hora. Coe e ponha a mistura numa jarra de vidro. Tome meia colher de chá desta tintura, três vezes ao dia.

3. Sementes de feno grego e iogurte para diabetes

O feno grego, junto com iogurte, que possui propriedades anti-inflamatórias, forma uma das combinações mais perfeitas para o controle da diabetes.

  • 1 colher de sementes de feno grego
  • 1 xícara de iogurte

Triture as sementes de feno grego para formar um pó fino. Adicione o pó numa xícara de iogurte e misture bem.Tome esse iogurte com as sementes trituradas pelo menos duas vezes ao dia.

4. Sementes de feno grego com água para diabetes

Esse método é bastante popular: 2 colheres de sementes de feno grego e 2 xícaras de água. Coloque duas colheres de sementes de feno grego numa tigela e despeje duas xícaras de água pura. Tampe a tigela e a coloque de molho durante a noite. Na manhã seguinte, coe e tome em jejum. Repita esse processo todos os dias, por cerca de um mês.

5. Feno grego como tempero para diabetes

Ao misturarmos o tempero de feno grego com outros alimentos, o sabor amargo suaviza.

Observação importante: Devemos sempre adicionar o feno grego como tempero à comida somente quando ela estiver pronta, pois quando aquecido, seu valor nutricional se reduz.

Dosagem recomendada de feno grego para diabetes

A dosagem de feno grego recomendada gira em torno de 2,5 gramas a 15 gramas, dependendo da gravidade da doença, idade do paciente e sua estatura física.

Pede-se, geralmente, às pessoas com diabetes, que tomem cerca de 12,5 gramas de feno grego em pó, dividida igualmente em duas doses por dia. Porém, muitos pacientes apresentaram melhora nos seus níveis de glicose no sangue depois de tomarem apenas 2,5 gramas de feno grego em pó.

Encontra-se o feno grego também na forma de cápsulas, perfeito para os que não gostam do sabor forte e pungente das folhas ou pó. Os médicos recomendam uma cápsula de 500 mg, duas vezes ao dia. Mas certifique-se de comprar de uma marca confiável.

Riscos da ingestão de feno grego

Os fatores de risco não são tão perigosos, mas podem causar um certo grau de desconforto. As quantidades utilizadas na culinária não oferecem problemas, mas quando ingerido em grandes doses, efeitos colaterais como gases e inchaços podem ocorrer.

O feno grego também pode causar provocar perda de sensibilidade nos nervos, como o ciático, e neuropatia periférica. Pode também enfraquecer a musculatura.

Algumas pessoas relataram um odor desagradável vindo das axilas depois de utilizarem o feno grego por longo tempo. Um estudo investigou estas queixas e descobriu-se que alguns compostos químicos do feno grego, como dimethylpyrazine, causavam este odor.

Ele também pode causar reações alérgicas. A fibra do feno grego pode reduzir a eficácia do organismo em absorver medicamentos que são ingeridos via oral. Não use feno grego antes de algumas horas da ingestão desses tipo de medicação. Ele também pode reagir a outras medicações, especialmente aquelas que tratam distúrbios de coagulação do sangue e da diabetes. Talvez seu médico deva diminuir as doses dos medicamentos para diabetes, a fim de evitar baixos níveis de açúcar no sangue.

As mulheres grávidas devem limitar o uso de feno grego apenas para quantidades utilizadas na cozinha, porque ele tem o potencial de induzir o parto.

A agência de Administração de Alimentos e Drogas dos EUA (FDA) não avaliou ou aprovou os suplementos de feno grego. O processo de manufatura não está regulado, portanto, pode haver riscos desconhecidos para a saúde.

Considerações finais

Muitos especialistas e pacientes defendem o uso de feno grego como uma boa ajuda no tratamento do diabetes. Converse com seu médico e monitore seus resultados ao fazer o uso. Procure avaliar um menu diário com ou sem feno grego para perceber os efeitos a curto e longo prazo.

Fontes e Referências Adicionais:

Você já tinha ouvido falar dos benefícios do feno grego para a diabetes? Já experimentou ou tem o costume de consumir este alimento? Comente abaixo!

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Sobre Dra. Patricia Leite

Dra. Patricia é Nutricionista - CRN-RJ 0510146-5. Ela é uma das mais conceituadas profissionais do país, sendo uma referência profissional em sua área e autora de artigos e vídeos de grande sucesso e reconhecimento. Tem pós-graduação em Nutrição pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, é especialista em Nutrição Esportiva pela Universidad Miguel de Cervantes (España) e é também membro da International Society of Sports Nutrition.

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