Adoçante famoso aumenta risco cardiovascular, revela estudo

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Não é incomum encontrar alguém que decidiu cortar o açúcar e passou a usar adoçante como substituto. No entanto, é possível que alguns adoçantes não sejam tão inofensivos quanto se imagina.

Por exemplo, um estudo recente associou o eritritol à coagulação sanguínea, acidente vascular cerebral (AVC), ataque cardíaco e até à morte. Aliás, o autor líder do estudo, o Dr. Stanley Hazen, afirmou que o grau de risco observado não foi modesto.

A pesquisa, publicada no periódico Nature Medicine, apontou que pessoas que tinham fatores de risco para doença cardíaca, como diabetes, eram duas vezes mais propensas a sofrer um ataque cardíaco ou AVC, caso tivessem os níveis mais altos de eritritol no sangue.

Hazen explicou que se o nível sanguíneo de eritritol de uma pessoa estava entre os 25% com taxas mais altas, havia um risco cerca de duas vezes maior para ataque cardíaco e AVC, em comparação aos que estavam entre os 25% com taxas mais baixas do adoçante.

Segundo o pesquisador, isso está no mesmo nível dos fatores de risco cardíacos mais fortes, como a diabetes.

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Além disso, pesquisas adicionais de laboratório e conduzidas em animais, apresentadas no trabalho, indicaram que o eritritol aparenta estar fazendo com que as plaquetas sanguíneas coagulem mais rapidamente.

O problema por trás disso é que os coágulos podem chegar até o coração e desencadear um ataque cardíaco ou até o cérebro e gerar um AVC.

Como foi feito o estudo?

O objetivo inicial da pesquisa era encontrar substâncias químicas ou compostos no sangue de uma pessoa que fossem capazes de indicar o seu risco de ter ataque cardíaco, AVC ou morrer nos próximos anos.

Para isso, Hazen e sua equipe começaram a analisar 1.157 amostras de sangue de pessoas em risco de ter doença cardíaca, coletadas entre os anos de 2004 e 2011.

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Foi aí que eles identificaram uma substância que parecia ter grande importância, mas não sabiam do que se tratava. Até que descobriram que era o eritritol, um adoçante. 

Hazen ainda salientou que o corpo humano produz eritritol naturalmente, mas em quantias muito pequenas, que não correspondiam aos níveis que eles aferiram.

Para confirmar as descobertas, a equipe testou outro lote de amostras de sangue de mais de 2100 pessoas nos Estados Unidos e mais 833 amostras recolhidas por colegas na Europa em 2018.

Aproximadamente três quartos dos participantes (contabilizando todos os três grupos analisados) tinham doença coronariana e pressão alta, enquanto cerca de um quinto tinha diabetes. Mais da metade eram homens em uma faixa etária de 60 e 70 anos.

Nos três grupos, os pesquisadores identificaram que níveis mais altos de eritritol estavam associados a um maior risco de ataque cardíaco, AVC ou morte dentro de três anos.

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Quais seriam os motivos?

Saúde cardíaca
Estudo levantou preocupação quanto aos possíveis riscos do eritritol

Para descobrir isso, os cientistas fizeram testes animais e laboratoriais. Foi aí que constataram que o eritritol estava provocando uma coagulação sanguínea.

É importante saber que a coagulação é necessária para o corpo humano, caso contrário, sangraríamos até morrer por conta de cortes e lesões do tipo. Em outras palavras, os coágulos sanguíneos são uma resposta fisiológica natural do organismo, que ajudam a controlar um sangramento ou hemorragia.

No entanto, há casos em que a formação de um coágulo pode representar um problema. Hazen explicou que o tamanho de um coágulo feito pelas plaquetas depende do tamanho do gatilho que estimulou as células. Por exemplo, se ele era apenas 10%, então haverá somente 10% de um coágulo.

No entanto, eles observaram que, com o eritritol, a resposta das plaquetas foi bem alta: um mero estimulante de 10% produziu 90% a 100% de uma formação de coágulo.

Para pessoas que fazem parte do grupo de risco para coagulação, ataque cardíaco e AVC, como aquelas com doença cardíaca ou diabetes, existem dados suficientes para recomendar ficar longe do eritritol até que mais estudos sejam feitos, afirmou Hazen.

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E nas pessoas saudáveis?

Na parte final do estudo, oito voluntários saudáveis tomaram uma bebida com 30 gramas de eritritol. Então, eles passaram por exames de sangue nos três dias seguintes para avaliar os seus níveis de eritritol e risco de coagular.

Segundo Hazen, 30 gramas foram o suficiente para fazer os níveis de eritritol registrarem um aumento de mil vezes. O pesquisador disse ainda que as taxas ficaram elevadas acima do limite necessário para disparar e elevar o risco de coagulação nos dois a três dias seguintes.

Para o diretor de prevenção cardiovascular e bem-estar do hospital National Jewish Health, Dr. Andrew Freeman, que não participou do estudo, a ciência precisa ter pressa para se aprofundar na questão do eritritol, já que a substância é amplamente encontrada nos dias de hoje. Segundo ele, se ela faz mal, precisamos saber disso.

Por sua vez, Hazen afirmou que não costuma subir em um pedestal para acionar um alarme, mas enfatizou que a questão do eritritol é algo que precisa ser avaliada cuidadosamente.

As reações ao estudo

Por falar nisso, Freeman disse que as conclusões do estudo certamente fazem um alarme soar e que parece haver um risco de coagulação devido ao uso do eritritol. Ele ponderou que mais pesquisas são necessárias, mas disse que por uma questão de cautela, faz sentido limitar o uso de eritritol por enquanto.

Já o diretor executivo do Calorie Control Council, uma associação da indústria, Robert Rankin, disse à CNN que os resultados do estudo são contrários a décadas de pesquisas científicas que mostram que adoçante com teor reduzido de calorias como o eritritol são seguros, conforme evidenciado por permissões regulatórias globais.

Rankin defende que os resultados da pesquisa não podem ser extrapolados para a população geral, uma vez que pessoas que participaram do estudo já tinham um risco mais alto de ter problemas cardiovasculares.

Por sua vez, o professor de química da Universidade RMIT em Victoria, na Austrália, Oliver Jones, apontou que o estudo mostrou apenas uma correlação, não uma causa. Segundo Jones, os próprios autores indicaram que encontraram uma associação entre o eritritol e o risco de coagular, não uma prova definitiva de que existe uma ligação.

Para ele, quaisquer possíveis riscos do excesso de eritritol precisariam ser comparados contra os riscos reais do excesso do consumo de glicose (açúcar). As informações são da CNN.

Aproveite que está por aqui e conheça o eritritol ainda melhor.

Fontes e referências adicionais

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