Antidiabéticos Mais Usados e Seus Efeitos

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Muitos são os medicamentos usados no tratamento da diabetes. Os diferentes tipos de remédios para tratar a doença são conhecidos como antidiabéticos e podem ser prescritos de acordo com o tipo de diabetes, com as características de cada paciente e com a aceitação pelo organismo.

Aqui, vamos falar sobre os antidiabéticos mais usados por diabéticos e mostrar os seus principais efeitos no organismo.

Diabetes

A diabetes é uma doença crônica que afeta os níveis glicose no sangue.

A diabetes do tipo 1 é uma doença autoimune que ocorre quando as células pancreáticas responsáveis pela produção de insulina (hormônio muito importante para regular a quantidade de açúcar no sangue) são danificadas pelo sistema imunológico do paciente. Desta forma, a ausência de insulina em quantidades suficientes no organismo faz com que os níveis de açúcar no sangue fiquem desregulados. Em casos de diabetes do tipo 1, o único tratamento eficaz é com injeções de insulina.

A diabetes do tipo 2 é a forma mais comum da doença e que ocorre porque as células não respondem à insulina como deveriam. Nesse caso, os gatilhos para o desenvolvimento da diabetes podem ser uma herança genética ou maus hábitos diários como uma má alimentação, por exemplo. Na diabetes do tipo 2, a doença deve ser controlada através de um estilo de vida saudável combinado com o uso de antidiabéticos que ajudam a regular o índice glicêmico.

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Antidiabéticos

Os agentes antidiabéticos são todos os medicamentos que podem ser utilizados no tratamento e controle da diabetes. Todos eles têm como objetivo a redução dos níveis de açúcar no sangue para aliviar os sintomas indesejados da doença, que podem incluir sede, fraqueza, confusão mental, náusea, micção em excesso e fadiga, por exemplo.

Esses remédios também atuam impedindo o desenvolvimento da doença em pessoas que apresentam fatores de risco para a diabetes ou retardando a progressão de complicações que podem incluir problemas como neuropatia, retinopatia e nefropatia.

Antidiabéticos mais usados e seus efeitos

Os remédios antidiabéticos mais comumente utilizados são os seguintes:

1. Inibidores da alfa-glucosidase

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Os inibidores da alfa-glucosidase funcionam retardando a digestão e a absorção de amidos e carboidratos por meio da inibição de enzimas intestinais (como as alfa-glucosidases) responsáveis por quebrar esses alimentos. Esse retardo no processo digestivo acaba ajudando a evitar picos de glicose no sangue.

Exemplos de inibidores da alfa-glucosidase são o miglitol e a acarbose. Tais medicamentos devem ser tomados junto com uma refeição e podem causar efeitos indesejados que incluem a flatulência e o inchaço.

2. Agonistas de receptores de GLP-1

Conhecidos também como incretinas miméticas, os agonistas de receptores de GLP-1 mais populares são a dulaglutida, a exenatida, a albiglutida, a liraglutida e a lixisenatida.

Esses remédios imitam o efeito de hormônios intestinais chamados de incretinas que estão envolvidos com o controle dos níveis de glicose sanguíneos. Eles devem ser injetados no organismo em uma frequência estabelecida pelo médico.

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Alguns efeitos colaterais observados incluem náusea, vômito e diarreia.

3. Inibidores da dipeptidil peptidase-4

Os inibidores da dipeptidil peptidase-4 (DPP-4) são remédios como a alogliptina, a linagliptina, a saxagliptina e a sitagliptina.

Eles atuam reduzindo a glicose sanguínea através do aumento da produção de insulina pelo pâncreas e da diminuição da liberação de glicose pelo fígado. Isso é feito através da intensificação do efeito das incretinas, hormônios intestinais envolvidos no controle da glicose no sangue.

Tais remédios podem ser tomados com estômago cheio ou vazio e podem causar efeitos adversos como dor de cabeça e faringite.

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4. Sulfonilureias

As sulfonilureias são a classe de remédios mais antigas para o tratamento da diabetes que são usadas para estimular o pâncreas a liberar mais insulina. As mais comuns são a cloropropamina, a diabinese, a gliburida, a glimepirida e a glipizida.

Alguns efeitos adversos que podem ser observados são crises de hipoglicemia e vômitos. No entanto, os vômitos só costumam ocorrer quando o indivíduo mistura a ingestão de álcool com o medicamento, o que é contraindicado. Além disso, é importante lembrar de tomar antidiabéticos dessa classe cerca de meia hora antes das refeições e de nunca tomar na hora de dormir devido ao maior risco de um episódio hipoglicêmico.

5. Biguanidas

Essa é a classe mais comum de antidiabéticos prescrita pelos médicos. O remédio mais popular é a metformina, que atua reduzindo os níveis de glicose no sangue por meio da inibição da quantidade de glicose produzida no fígado e da redução da absorção de glicose dos intestinos. O medicamento também melhora a resposta do corpo à insulina, o que faz com que a absorção de glicose pelas células seja mais fácil.

As biguanidas podem causar diarreia como o efeito colateral mais comum, mas isso pode ser evitado ao tomar o medicamento junto com as refeições. Outros efeitos adversos relatados incluem náusea e gosto metálico na boca.

6. Tiazolidinedionas

A rosiglitazona e a pioglitazona são as tiazolidinedionas mais conhecidas. Elas ajudam a diminuir a produção de glicose pelo fígado e a melhorar a atuação da insulina nos músculos e nos tecidos adiposos através do aumento da sensibilidade à insulina.

As tiazolidinedionas podem ser ingeridas com ou sem refeições e devem ser tomadas sempre no mesmo horário todos os dias. Alguns efeitos adversos que podem ocorrer incluem suor excessivo e retenção de fluidos. Além disso, elas podem aumentar o risco de câncer e de ataque cardíaco em algumas pessoas.

7. Inibidores de SGLT-2

Os inibidores de SGLT-2, também conhecidos como inibidores do cotransportador de sódio e glicose 2, são uma classe relativamente nova de antidiabéticos. Alguns deles são a canagliflozina, a empagliflozina, a dapaglifozina e a ertuglifozina.

Sua função é reduzir a absorção de glicose por meio da filtração do sangue pelo rim. Assim, uma maior quantidade de glicose pode ser eliminada pela urina sem se acumular no fluido sanguíneo ou em outras partes do organismo, fazendo com que a quantidade de açúcar no sangue seja reduzida.

No entanto, medicamentos como esses aumentam a frequência de micção e podem resultar em infecções urinárias e genitais.

8. Meglitinidas

As meglitinidas são uma classe de medicamentos que incluem remédios como a repaglinida e a nateglinida. Geralmente, elas são receitadas quando o tratamento com as biguanidas não é suficiente para controlar os níveis de açúcar no sangue. O mecanismo de ação é semelhante ao das sulfonilureias em que o pâncreas é estimulado a liberar mais insulina.

Efeitos adversos como aumento de peso, dor de cabeça, crises hipoglicêmicas, suor excessivo, tremores e dores musculares e articulares podem ser observados em alguns casos.

9. Insulina

A insulina é um hormônio naturalmente liberado pelo pâncreas que participa do metabolismo da glicose.

Como na diabetes do tipo 1 as células do pâncreas não são capazes de produzir insulina, é necessário que sejam administradas doses de insulina para repor a ausência do hormônio. Ou seja, o tratamento com insulina é indispensável para pessoas com diabetes do tipo 1 que não são capazes de produzir esse hormônio por si só.

Alguns indivíduos com diabetes do tipo 2 também podem precisar de insulina quando o corpo não produz o hormônio em quantidades adequadas.

A insulina deve ser administrada por injeção, já que o hormônio não pode ser usado por via oral devido à sua desintegração no estômago.

Efeitos colaterais como náusea, confusão mental, fadiga, dor de cabeça, suor, palpitações cardíacas, tremores, fraqueza muscular, episódios de hipoglicemia, irritabilidade e visão embaçada podem ser observados com o uso de insulina. Em algumas pessoas também pode ocorrer ganho de peso, inchaço, reação alérgica e retenção de líquidos.

Outros antidiabéticos não tão comuns

  • Agonistas dopaminérgicos: Assim como os sequestrantes de ácidos biliares, o mecanismo de ação dos agonistas dopaminérgicos não é conhecido. O remédio mais conhecido dessa classe é a bromocriptina. Efeitos adversos podem incluir náusea, sonolência, tontura e confusão mental.
  • Sequestrantes de ácidos biliares:O único sequestrante de ácido biliar aprovado para uso oral até hoje é o colesevelam. Ele atua se ligando ao intestino e reduzindo a reabsorção do ácido biliar. Mas ainda não se sabe qual o mecanismo exato através do qual a glicose sanguínea é reduzida. Alguns efeitos colaterais são náusea, inchaço, prisão de ventre e flatulência.
  • Análogos da amilina: Análogos da amilina como a pramlintida podem ser utilizados como um complemento à insulina em pacientes diagnosticados com diabetes do tipo 1. Dentre os efeitos adversos mais recorrentes estão a náusea a hipoglicemia.

Dicas

Durante a gravidez, a insulina é o remédio preferido dos médicos para que o paciente faça o controle da doença. Além disso, o medicamento parece ser seguro para uso durante a amamentação.

Não existe cura para a diabetes e o controle da condição deve ser feito durante toda a vida. Algumas pessoas conseguem controlar bem os níveis de açúcar no sangue apenas com uma boa dieta e a prática de atividades físicas adequadas. No entanto, algumas precisam também usar antidiabéticos para facilitar esse controle.

Apesar do uso de medicamentos ser importante desde que prescritos por um médico, também é essencial cuidar da saúde em geral e realizar exercícios físicos com frequência e ter uma dieta saudável que limite a ingestão de carboidratos de baixo índice glicêmico.

Fontes e Referências Adicionais:

Você já conhecia a maioria desses antidiabéticos listados acima? Possui diabetes do tipo 1 ou 2? Qual deles já foi receitado pelo médico? Comente abaixo!

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Sobre Felipe Santos e Dra. Patrícia Leite

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