Bartolinectomia: o que é, como é feita e recuperação

A bartolinectomia é uma cirurgia de retirada das glândulas de Bartholin, quando estas apresentam cistos ou abscessos provocados pela obstrução do orifício do ducto da glândula. 

Antes desta cirurgia ser indicada, o médico ou médica ginecologista que cuida do caso tenta outras abordagens terapêuticas, como o uso de antibióticos, a drenagem dos cistos ou um procedimento chamado de marsupialização da glândula de Bartholin. 

Essas glândulas ficam localizadas ao lado dos pequenos lábios da vagina, onde liberam um líquido que contribui para a sua lubrificação, especialmente após um estímulo sexual. 

Na presença de alguma inflamação ou infecção, as glândulas podem ficar obstruídas, levando à retenção de líquido e muco dentro delas. Esse processo anormal que ocorre nas glândulas de Bartholin pode resultar na formação de cistos ou de abscessos no local, que podem infeccionar e inflamar, causando uma bartolinite. 

A bartolinectomia é uma técnica cirúrgica usada para retirar essas glândulas inflamadas. O procedimento é realizado com anestesia geral e demanda certos cuidados no pós-cirúrgico, por exemplo, evitar a inserção de absorvente interno e relações sexuais pelo tempo indicado pelo médico ou médica cirurgiã. 

Veja para que a bartolinectomia é indicada, como se preparar para a cirurgia, como ela é feita, como é o pós-cirúrgico e quais são as possíveis complicações da cirurgia. 

Indicações da bartolinectomia

A bartolinectomia é indicada para casos de recorrência de cistos de Bartholin ou de bartolinite, uma inflamação nas glândulas que sucede a formação e infecção dos cistos.

Os cistos de Bartholin se formam pelo acúmulo de muco no ducto da glândula de Bartholin, devido a uma obstrução em seu orifício. Esta lesão não oferece grandes riscos à saúde, porém provoca desconfortos no dia a dia da mulher. Por exemplo, para se sentar, andar e durante o ato sexual, devido à baixa lubrificação e ao tamanho do cisto, que pode variar de um tamanho comparável a uma ervilha a uma bola de gude. 

Além disso, os cistos podem ficar infectados pela ação de bactérias e fungos presentes na região genital. Por isso, para evitar o problema, é fundamental manter bons hábitos de higiene, cuidar da alimentação para manter um bom funcionamento do sistema imunológico e evitar roupas muito apertadas, que abafem a região e forneçam um ambiente propício para o crescimento de fungos e bactérias. 

Quando o quadro é recorrente, significa que os outros métodos terapêuticos não foram eficientes na resolução do problema. 

Geralmente, quando o médico ou médica ginecologista indica a bartolinectomia para uma mulher é porque os antibióticos, a drenagem e a marsupialização da glândula de Bartholin não foram suficientes para resolver o problema. 

A marsupialização da glândula de Bartholin é um procedimento que faz uma pequena abertura na glândula, que é permanente, ou seja, deve impedir que ela sofra uma nova obstrução. 

Preparação para a bartolinectomia

Na consulta em que seu médico ou médica ginecologista te apresentar a possibilidade de fazer uma bartolinectomia, é importante que você se sinta à vontade para tirar todas as suas dúvidas sobre o procedimento e a recuperação. 

Como parte da preparação para a cirurgia, é fundamental que você tenha a relação de todos os medicamentos e suplementos que fizer uso, pois alguns podem influenciar no momento da cirurgia e na recuperação, aumentando os riscos de uma hemorragia, por exemplo. 

Se você tiver alergia a algum medicamento, também comunique ao seu médico ou médica, para evitar qualquer problema com a anestesia ou outro remédio usado em alguma etapa da bartolinectomia. 

Evite fumar, ingerir bebidas alcoólicas e se depilar antes da cirurgia. No dia da bartolinectomia, não use acessórios e bijuterias. 

Antes da cirurgia, você será orientada a fazer um jejum absoluto de 6 a 8 horas e a tomar os seus remédios como de costume, com pouca água. 

Seu estado geral de saúde será avaliado com exames de sangue e de risco cirúrgico, para saber como estão suas condições de saúde. 

Como é feita a bartolinectomia

A bartolinectomia é feita com a paciente sob anestesia geral. A cirurgia dura em média 1 hora, sendo necessário ficar internada por 2 a 3 dias no hospital, para acompanhar a evolução pós-cirúrgica. 

Antes de começar a cirurgia, a equipe médica e o/a anestesista administram soro fisiológico na veia com os medicamentos e a anestesia. 

A bartolinectomia consiste em um corte nos pequenos lábios, para remoção das glândulas de Bartholin e de seus ductos. Ao final do procedimento, o médico ou médica cirurgiã faz pontos no local do corte, que são absorvíveis pelo organismo e, por isso, não precisam ser retirados. 

Pós-cirúrgico da bartolinectomia

Depois da cirurgia, a equipe médica dará algumas orientações para uma boa recuperação. É importante tomar os antibióticos conforme orientação médica.

Também, após a cirurgia, você terá que ficar de repouso por 2 ou 3 dias. Nas primeiras horas, você não poderá fazer nenhuma tarefa que exija muita concentração, pois ainda estará sob efeito da anestesia. 

No primeiro mês após a cirurgia, você será orientada a evitar relações sexuais, fazer exercícios físicos e usar absorvente interno. 

A higienização da região íntima deverá ser feita com muito cuidado, usando apenas água morna e sabonete neutro, sem aditivos químicos em excesso, como corantes e perfumes. Também deve-se evitar esfregar a região íntima, quando for se secar. 

Possíveis complicações da bartolinectomia

Uma cirurgia de bartolinectomia inclui alguns riscos como sangramentos e hematomas, infecção, dor e inchaço no local da cirurgia. 

A anestesia geral pode causar náuseas, vômitos, queda da pressão arterial e calafrio. 

Uma complicação possível da bartolinectomia é haver uma pequena diminuição, mas não a perda total, da lubrificação vaginal, que pode resultar em dor durante a relação sexual.

Fontes e referências adicionais

• Condutas nas urgências em ginecologia-parte 3 Urgências por infecções, Revista da Faculdade de Ciências Médicas de Sorocaba, 2007; 9(4): 24-25.
• Doenças sexualmente transmissíveis na gestação: uma síntese de particularidades, Anais Brasileiros de Dermatologia, 2010; 85(6): 767-785.
• Carcinoma da Glândula de Bartholin–um raro diagnóstico, Acta Obstétrica e Ginecológica Portuguesa, 2015; 9(1): 76-79.

Você terá que fazer uma bartolinectomia? Quais foram os tratamentos que você já fez para tratar o problema nas glândulas de Bartholin? Comente abaixo!

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