Cisto na cabeça: o que é, tipos, sintomas e tratamentos

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Um cisto na cabeça é uma estrutura de conteúdo líquido, que se forma no cérebro e, na maioria das vezes, é benigno. Um cisto benigno na cabeça pode causar sintomas, como dor de cabeça, problemas de visão e náuseas, se comprimir um tecido cerebral em seu entorno. 

Há muitos casos, porém, que o cisto é pequeno e fica bem acomodado na anatomia cerebral, sem causar prejuízos. Nesses casos, a descoberta geralmente se dá por acaso, em exames de imagem realizados para investigação de algum outro problema. 

Alguns cistos se formam até mesmo antes do nascimento, sendo chamados de cistos congênitos, e muitos regridem espontaneamente antes do bebê nascer. 

Quando o cisto causa sintomas ou apresenta crescimento, o médico ou médica cirurgiã faz uma cirurgia para removê-lo. Caso o cisto seja pequeno, benigno e não provoque sintomas, a conduta adotada é a de observação, com uma frequência de exames a ser definida em cada caso.   

Veja mais detalhes sobre o que é um cisto na cabeça, os tipos, sintomas e tratamentos.

Cisto na cabeça: o que é?

Cisto na cabeça
O cisto na cabeça fica localizado no encéfalo

Cistos que se formam na cabeça, mais especificamente no encéfalo, são lesões preenchidas com líquido, geralmente o líquido cefalorraquidiano, mas também podem conter sangue, pus ou outras células tumorais. O líquido cefalorraquidiano é um líquido transparente que banha todo o sistema nervoso central.  

Eles podem se formar em qualquer local da cabeça, e é isso que determina quais funções cerebrais serão atingidas e quais sintomas irão se manifestar, no caso de cistos grandes. Cistos benignos não se espalham para outros locais, ou seja, não provocam metástases. 

Há, portanto, vários tipos de cistos, que são nomeados de acordo com o local onde se desenvolvem e com a substância que contêm. 

Tipos de cisto na cabeça

A maioria dos cistos na cabeça são congênitos, isto é, o bebê já nasce com o cisto, que foi formado ainda no útero da mãe. 

Os cistos na cabeça também podem se formar como uma resposta do organismo a traumas sofridos na cabeça ou a infecções microbianas. 

Em alguns casos, os cistos se desenvolvem dentro ou ao lado de tumores já existentes. 

Os principais tipos de cistos na cabeça são:  

Cistos aracnóides

Os cistos aracnóides se desenvolvem no espaço entre as camadas aracnoide e pia mater da meninge, a membrana que recobre o cérebro e a medula espinhal, e são preenchidos por líquido cefalorraquidiano. 

São mais comuns em crianças do que em adultos, e ocorrem com mais frequência em pessoas do sexo masculino. 

Geralmente, se desenvolvem na região temporal (atrás das orelhas) e não causam sintomas. 

Cistos da glândula pineal

A glândula pineal fica localizada próximo à região central do cérebro e os cistos que se desenvolvem ali são, geralmente, pequenos (cerca de 1 cm de diâmetro), preenchidos por líquido cefalorraquidiano e não causam sintomas, nem crescem ou se espalham, podendo se desenvolver em qualquer idade. 

Porém, cistos maiores do que 1,5 cm podem comprimir o local e afetar a visão. Esses casos não são comuns e, normalmente, resultam de uma produção aumentada de líquido cefalorraquidiano ou de sangramento dentro do cisto. 

Cistos coloides

Os cistos coloides se desenvolvem no terceiro ventrículo, que é uma das cavidades reservatórias de líquido cefalorraquidiano no cérebro. Eles parecem se desenvolver ainda na fase intrauterina do bebê. 

Esses cistos podem permanecer assintomáticos durante muitos anos e só manifestarem sintomas se crescerem muito, na fase adulta. Nesses casos, os cistos provocam hidrocefalia, que é o acúmulo exagerado de líquido cefalorraquidiano no cérebro. 

Cistos dermoides

Os cistos dermoides são bem raros e se desenvolvem na fase intrauterina, por causa do aprisionamento de células da pele no momento em que o cérebro e a medula espinhal estão se desenvolvendo. 

Os sintomas somente se manifestam anos após o nascimento do bebê. Esses cistos podem conter folículos capilares, glândulas produtoras de sebo e cartilagem. Os cistos podem se desenvolver tanto no cérebro, quanto na medula espinhal. 

Cistos epidermoides

Os cistos epidermoides contêm células simples da pele, que ficam presas no cérebro ou na medula espinhal, durante a fase de desenvolvimento intrauterino. 

Esses cistos tendem a se manifestar na idade adulta, em torno dos 30 anos de idade, próximo ao tronco encefálico ou ao longo do crânio. 

Sintomas de cisto na cabeça

Dor de cabeça
A dor de cabeça constante é um dos principais sintomas do cisto na cabeça

Os sintomas de cisto na cabeça variam de acordo com o local, tipo e tamanho do cisto. 

Em muitos casos, os cistos não causam nenhum sintoma, principalmente quando são pequenos

Cistos maiores podem provocar sintomas funcionais, relacionados ao local onde se desenvolveram, causando uma deficiência visual ou auditiva, por exemplo, ou sintomas relacionados com o aumento da pressão intracraniana, devido ao acúmulo de líquido cefalorraquidiano. 

De modo geral, os sintomas mais comuns de cisto na cabeça são: 

  • Dor de cabeça 
  • Convulsões 
  • Náuseas e vômitos 
  • Tontura
  • Problemas relacionados à visão, como visão dupla. 
  • Problemas de memória e concentração.

Tratamentos de cisto na cabeça

Se o cisto na cabeça causar sintomas e apresentar sinais de crescimento, o médico ou médica neurocirurgiã pode indicar a remoção cirúrgica

Cistos assintomáticos tendem a ser apenas monitorados com exames de imagens, feitos com uma frequência determinada para cada caso. 

O tratamento de um cisto na cabeça depende do tipo e do local desse cisto: 

Cistos aracnóides 

O tratamento de um cisto aracnoide consiste em perfurá-lo com uma agulha para a drenagem do líquido, que escoa de volta para o fluxo natural de líquido cefalorraquidiano no cérebro ou é puxado para fora com a agulha. 

É importante que toda a membrana do cisto seja removida ou que se coloque um tubo de drenagem permanente, caso contrário, o cisto pode voltar a se encher de líquido. 

Cistos da glândula pineal

O tratamento de um cisto da glândula pineal, na maioria dos casos, limita-se ao acompanhamento médico, sem a necessidade de remoção cirúrgica, pois é muito raro causar algum sintoma. 

Cistos coloides

Normalmente, os cistos coloides causam hidrocefalia, pelo acúmulo de líquido cefalorraquidiano. Nesse caso, é preciso aliviar a pressão intracraniana, colocando um tubo de drenagem no cisto. 

Esses cistos são difíceis de acessar, por causa de sua localização central no cérebro. Por isso, são usados instrumentos endoscópicos muito finos, para realizar a inserção do tubo de drenagem. 

Cistos dermoide e epidermoide

Cistos dermoides e epidermoides são removidos cirurgicamente, com a retirada tanto de seus conteúdos, quanto das membranas que os envolvem.  

Se esses cistos não forem removidos totalmente, eles podem voltar a crescer e causar sintomas anos depois da cirurgia.

Fontes e referências adicionais

Você já sabia que nem todo cisto na cabeça é motivo de preocupação? Conhece algum caso de alguém que descobriu um cisto na cabeça por acaso? Comente abaixo!

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Sobre Dr. Lucio Pacheco

Dr. Lucio Pacheco é Cirurgião do aparelho digestivo, Cirurgião geral - CRM 597798 RJ/ CBCD. Formou-se em Medicina pela UFRJ em 1994. Em 1996 fez um curso de aperfeiçoamento em transplantes no Hospital Paul Brousse, da Universidade de Paris-Sud, um dos mais especializados na Europa. Concluiu o mestrado em Medicina (Cirurgia Geral) em 2000 e o Doutorado em Medicina (Clinica Médica) pela UFRJ em 2010. Dr. Lucio Pacheco é autor de diversos livros e artigos sobre transplante de fígado. Atualmente é médico-cirurgião, chefe da equipe de transplante hepático do Hospital Copa Star, Hospital Quinta D'Or e do Hospital Copa D'Or. Além disso é diretor médico do Instituto de Transplantes. Suas áreas de atuação principais são: cirurgia geral, oncologia cirúrgica, hepatologia, e transplante de fígado. Para mais informações, entre em contato.

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