Além do gosto desagradável que deixa, já era de se esperar que o óleo reaproveitado pudesse causar danos à saúde. Um novo estudo sugeriu haver uma possível relação entre o consumo de frituras feitas com produtos antigos e o aumento da neurodegeneração.
Os novos resultados foram relatados na reunião anual da Sociedade Americana de Bioquímica e Biologia Molecular, que aconteceu em San Antonio, nos Estados Unidos.
No trabalho, foram analisados camundongos que só consumiam óleo de cozinha de fritura reutilizada, comparados a animais que receberam uma dieta normal. Foram encontrados danos neurológicos no primeiro grupo, além de serem observados que os problemas estavam presentes até mesmo na prole desses indivíduos.
“A fritura em altas temperaturas tem sido associada a vários distúrbios metabólicos, mas não houve investigações de longo prazo sobre a influência do consumo de óleo de fritura e seus efeitos prejudiciais à saúde. Até onde sabemos, somos os primeiros a relatar que a suplementação de longo prazo com óleo de fritura aumenta a neurodegeneração na prole de primeira geração”, relatou Kathiresan Shanmugam, professor associado da Universidade Central de Tamil Nadu, na Índia, que liderou a equipe de estudos.
Os camundongos fêmeas foram divididas em cinco grupos por 30 dias e cada um recebeu ou ração padrão, ou alimento com 0,1 ml de vários óleos: gergelim não aquecido, girassol não aquecido, gergelim reaquecido ou girassol reaquecido.
Os produtos reaquecidos simulavam o óleo de fritura reutilizado no dia a dia de muitas cozinhas e restaurantes mundo afora. Os animais que consumiram esta dieta específica apresentaram aumento do estresse oxidativo e inflamação no fígado.
“Como resultado, o metabolismo lipídico do fígado foi significativamente alterado e o transporte do importante ácido graxo ômega-3 DHA para o cérebro foi reduzido. Isso, por sua vez, resultou em neurodegeneração, que foi observada na histologia do cérebro dos ratos que consumiram o óleo reaquecido, bem como em seus filhotes”, disse o estudo.
Por fim, eles destacaram que fritar alimentos remove muitos dos antioxidantes naturais e positivos do óleo, deixando, assim, componentes prejudiciais na comida, como acrilamida, gordura trans, peróxidos e compostos polares.
- Veja também: Fritura faz mal mesmo? Tipos de óleo e análise
Entretanto, é importante acrescentar que são necessários estudos mais aprofundados sobre o tema, especialmente com humanos, para comprovar o impacto nocivo à saúde e pensar em maneiras de contê-lo ou amenizá-lo.
Você costuma reutilizar o óleo na sua cozinha? O que achou do estudo? Comente abaixo!
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