Casos de câncer em jovens cresceram 80% em 30 anos; veja

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Segundo um estudo realizado e publicado nesta semana por uma equipe internacional de pesquisadores na revista científica BMJ Oncology, nos últimos 30 anos, precisamente entre 1990 e 2019, o número de casos de câncer em pessoas com menos de 50 anos cresceu pelo menos 79% em todo o mundo. 

Cientistas de instituições como a Universidade de Zhejiang, na China, a Universidade de Edimburgo e o Imperial College London, ambos no Reino Unido, o Instituto Karolinska, na Suécia, e a Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, verificaram os números de novos casos, mortes, consequências para a saúde e sinais de risco para pessoas entre 14 e 49 anos por meio do denominado Global Burden of Disease, um vasto estudo que reúne informações sobre 29 tipos de câncer em 204 países.

Nas últimas três décadas, os casos de câncer aumentaram em 80%

A tendência, de acordo com os responsáveis pela pesquisa, é que os casos e as mortes por câncer nessa faixa etária aumentem em 31% e 21%, respectivamente, sendo os indivíduos com 40 anos como os mais afetados.

Ainda foi relatado que muitas evidências apontavam para o aumento dos diagnósticos em pessoas jovens pelo mundo, mas até então, as pesquisas se concentravam em regiões ou países específicos, sem uma perspectiva global das circunstâncias e fatores de risco.

Foi observado que em 2019 foram diagnosticados 1,82 milhões de novos casos de câncer em pessoas com menos de 50 anos, o que representa um aumento de 79% quando comparado aos dados de 1990, quando foram pouco mais de um milhão de casos. Além disso, houve um aumento de 28% na taxa de mortalidade, totalizando 1,06 milhão de mortes pela doença em 2019.

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Jovem mulher sendo atrendida por uma médica e obtendo do diagnóstico de câncer de mama
Em 2019, o câncer de mama teve a maior taxa de casos e mortes

O câncer de mama foi responsável pela maioria dos casos em 2019, registrando uma taxa de 13,7 diagnósticos a cada 100 mil habitantes no mundo, além de causar 3,5 mortes a cada 100 mil pessoas. No entanto, durante o período de análise, os tumores de traqueia (nasofaringe) e de próstata apresentaram os maiores aumentos, com taxas de crescimento anual de 2,28% e 2,23%, respectivamente.

Contudo, os casos de câncer no fígado reduziram nessa faixa etária, cerca de 2,88% a cada ano. Em relação à influência nas taxas de óbito e na qualidade de vida, além do câncer de mama, os mais graves foram os de traqueia, pulmão, intestino e estômago. Por outro lado, os que apresentaram um desenvolvimento mais rápido em termos de agressividade foram os de rim e ovário.

As taxas de maior ocorrência foram observadas nas regiões da América do Norte, Austrália e Europa Ocidental. Entretanto, as taxas de mortalidade mais altas foram registradas em países de baixa a média renda na Oceania, Europa Ocidental e Ásia Central. Nestes continentes, as mulheres representam a maioria nas taxas de óbito e na qualidade de vida.

Apesar de fatores genéticos influenciarem no diagnóstico do câncer em jovens, os cientistas ressaltam a influência da má alimentação, com dietas ricas em carne vermelha e sal e pobres em frutas e leite, além de outros hábitos como o consumo de álcool e tabaco, o sedentarismo, a obesidade e o excesso de açúcar no sangue, que aumentam as chances de desenvolver a doença.

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Todavia, reconhecem algumas limitações da pesquisa, incluindo a potencial falta de registro e diagnóstico inadequado em várias nações. Além disso, ainda não se sabe ao certo se o aumento pode ser atribuído, em parte, aos avanços na capacidade de realizar diagnósticos precoces por meio de exames de rastreamento, ou se está relacionado à exposição a fatores ambientais.

De acordo com médicos do Centro de Saúde Pública da Universidade Queen’s Belfast, ainda não se sabe exatamente o que está impulsionando essas novas tendências, embora seja provável que fatores de estilo de vida estejam contribuindo. Além disso, novas áreas de pesquisa, como o uso de antibióticos, o microbioma intestinal, a poluição do ar externo e as exposições na infância, estão sendo exploradas.

Os especialistas defendem ainda que é necessário desenvolver medidas de prevenção e detecção precoce, juntamente com formas de tratamento para cânceres diagnosticados precocemente, específicos para a idade dos pacientes mais jovens.

Você conhece pessoas que lutam contra o câncer? Alguma dessas pessoas entrou nas estatísticas desta pesquisa? Como elas receberam o tratamento? Comente abaixo!

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Sobre Valdir Campos

Valdir de Campos Júnior é estudante de jornalismo, e combina sua paixão pela escrita com um forte interesse pelo universo da saúde e boa forma. Valdir é motivado pela curiosidade e pelo desejo de adquirir conhecimento, visando inspirar e informar as pessoas sobre um estilo de vida saudável.

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