O Brasil enfrenta um preocupante aumento nos diagnósticos de hepatite A em 2023, de acordo com a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed).
Os dados revelam um crescimento de 56,2% nos casos positivos de janeiro a junho, em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Registro de casos positivos de hepatite A
A pesquisa concentra os dados obtidos em 60% dos laboratórios privados do país. Até então, já foram registrados 1.567 casos positivos de hepatite A nas centrais de diagnóstico, em comparação a um número de 1.003 no primeiro semestre do ano passado.
Embora parte dessa elevação possa ser atribuída a uma maior quantidade de exames realizados, com 463 mil testes em 2023 e 382 mil no primeiro semestre de 2022, o crescimento na quantia de exames foi de 21%. Essa taxa é menos da metade do aumento observado nos diagnósticos. Além disso, houve um aumento na taxa de positividade: de 0,26% para 0,34%.
De acordo com o que a hepatologista Liliana Mendes disse ao Metrópoles, o aumento nos casos pode ser fruto de um contato da população com o vírus e da falta de vacinação adequada.
Afinal, o que é a hepatite A?
A hepatite A é uma infecção viral que afeta principalmente o fígado. Ela é transmitida pelo contato com partículas das fezes contaminadas, sendo mais comum em áreas com saneamento básico precário.
No entanto, a doença também pode ser transmitida por sexo anal desprotegido e pelo contato com objetos, alimentos ou água contaminada.
Segundo a Dra. Liliana, o período de incubação do vírus varia de 15 dias a dois meses, e os sintomas geralmente aparecem após o primeiro mês. Assim, a pessoa pode transmitir a doença sem saber, por até 30 dias.
Sintomas
Muitas vezes, a pessoa não tem sintomas. Já quando os sinais aparecem, eles não são específicos. Ainda assim é importante saber que eles podem incluir fadiga, febre, dores musculares e problemas gastrointestinais, como enjoo a diarreia.
Os sintomas mais graves, como urina escura, pele e olhos amarelados, aparecem posteriormente e duram no máximo dois meses. Em geral, o paciente se recupera completamente em seis meses, e apenas os sintomas são tratados.
O quadro é considerado raro, mas a hepatite A pode causar complicações e evoluir para uma hepatite fulminante. Segundo a hepatologista Liliana Mendes, isso leva a uma falência muito rápida do fígado.
Adultos com hepatite A têm maior risco de desenvolver a condição e o único tratamento possível nesses casos é o transplante de fígado, acrescentou a especialista.
Prevenção da hepatite A
A prevenção mais eficaz contra a hepatite A é tomar a vacina, administrada por meio de duas doses em crianças de 15 meses e menores de cinco anos.
Além disso, é necessário seguir diversas medidas sanitárias, como lavar as mãos com frequência, higienizar, preparar e cozinhar os alimentos adequadamente, manter a higiene íntima e usar preservativo durante o sexo anal. As informações são do Metrópoles.