O herpes genital tem como sintoma característico a formação de bolhas nos órgãos genitais, que podem romper-se e sangrar. A doença não tem cura, sendo necessário conviver com ela e, para isso, é importante conhecê-la.
A doença tem períodos ativos, em que a pessoa apresenta sinais e sintomas, e períodos silenciosos, quando o vírus não está ativo e, por isso, parece que a doença foi curada.
Mesmo quando o vírus está dormente, ele pode ser transmitido. Nessa fase, o uso de preservativos diminui bastante o risco de contaminação, porém ele não é zero. Na fase de sintomas ativos, o ideal é a abstenção sexual.
Os tratamentos têm como objetivo reduzir os sintomas, a frequência de manifestação e os riscos de transmissão.
Veja mais detalhes sobre o herpes genital, os sintomas, como prever uma crise, o tratamento disponível e como se prevenir.
O que é herpes genital?
O herpes genital é uma infecção sexualmente transmissível, causada pelo vírus do herpes simples (HSV). Esse vírus é transmitido, principalmente, através do contato sexual sem uso de preservativo. Essa doença também pode ser causada por herpes labial através da transmissão do vírus presente na boca, para os órgãos genitais.
O vírus não é transmitido através de assento de vaso sanitário, piscina, toalhas, sabonetes e outros objetos e locais, pois o vírus não sobrevive por muito tempo no ambiente.
Uma vez infectado pelo vírus, não há como eliminá-lo, para curar a doença. Ele se “esconde” nos gânglios nervosos da pessoa infectada durante a fase de latência (dormência), onde o sistema imune não consegue atacá-lo. E, durante uma baixa do sistema imune, o vírus aproveita para se multiplicar, utilizando a maquinaria celular do próprio hospedeiro para isso.
No entanto, há tratamentos para minimizar os sintomas e reduzir os riscos de transmissão para outras pessoas.
Sintomas do herpes genital
Muitas pessoas não sabem que têm herpes genital, porque são assintomáticas ou apresentam sinais e sintomas tão leves, que nem percebem. Os assintomáticos também podem transmitir o vírus, então os cuidados também são válidos para esse grupo de pessoas.
Nos casos sintomáticos, os sintomas podem se manifestar entre 2 e 12 dias após a exposição ao vírus, sendo eles:
- Ardor ou coceira
- Formigamento
- Sintomas parecidos com os de gripe: dor de cabeça, dor muscular, febre e ínguas na virilha.
- Manchas vermelhas que evoluem para pequenas bolinhas brancas agrupadas em forma de buquê.
- As bolhas podem estourar, vazar o líquido de seu interior e sangrar, formando úlceras. Se as úlceras estiverem na uretra, a pessoa sente dor ao urinar.
- A cicatrização das úlceras forma crostas na pele e nas mucosas atingidas.
O sistema imunológico age na infecção, levando à cicatrização e regressão das lesões, mas em pessoas imunossuprimidas, elas se alastram, podendo adquirir grandes proporções. Após a cicatrização, o vírus migra para um gânglio nervoso, onde fica dormente até a crise seguinte.
As lesões começam no local por onde a pessoa foi infectada, mas as feridas podem se espalhar para outras regiões, se a pessoa tocar ou coçar, e depois levar as mãos contaminadas para outra parte do corpo.
As feridas podem aparecer em qualquer lugar do corpo, sendo os locais mais comuns:
- Nádegas
- Coxas
- Ânus
- Vulva e vagina
- Colo do útero
- Pênis
- Bolsa testicular
- Uretra
Recidiva (reaparecimento) dos sintomas
A primeira manifestação dos sintomas costuma ser mais agressiva, porque o organismo ainda não tem anticorpos contra o vírus, durando em torno de 20 dias.
Depois de uma fase de latência, os sintomas podem voltar na fase de recidiva, mas costumam ser mais brandos, pelo fato do organismo já possuir uma resposta imunológica contra o vírus.
A frequência das recidivas varia de pessoa para pessoa. Algumas têm várias recidivas durante o ano, outras ficam com o vírus dormente durante muitos anos.
Antes das lesões aparecerem, existem alguns sinais e sintomas que fazem a pessoa perceber que terá uma recidiva:
- Queimação, formigamento e ardência no local onde a infecção começou.
- Dor na lombar, nádegas e pernas.
A resolução dos sintomas tende a ser mais rápida nas recidivas, do que foi na primeira manifestação sintomática.
O que desencadeia uma recidiva?
Qualquer fator que diminui as defesas do corpo, pode desencadear uma crise de herpes genital.
O estresse é uma das causas mais conhecidas de recidivas de herpes labial e genital, pois ele está diretamente ligado à nossa imunidade. Enfrentar situações estressantes pode causar uma “baixa” no sistema imune, permitindo a ativação e multiplicação do vírus HSV.
Além do estresse, outras causas podem desencadear uma recidiva:
- Traumas nos órgãos genitais
- Exposição prolongada ao sol
- Flutuações hormonais, comuns no ciclo menstrual.
- Fadiga
- Febre
- Uso de corticosteróides ou cortisona.
Como é feito o diagnóstico do herpes genital?
O diagnóstico quase sempre é clínico, ou seja, durante a avaliação médica na consulta, mas existem alguns testes laboratoriais que podem ser solicitados no caso de dúvidas:
- Cultura viral: é feita a raspagem das lesões ou coleta de uma amostra, para serem visualizadas em laboratório.
- Exame de PCR: feito para detectar a presença do vírus, a partir da análise do material genético do sangue ou do tecido da lesão.
- Exame de sangue: permite detectar anticorpos contra o vírus HSV, que tenham sido produzidos em uma infecção passada, revelando se a pessoa já teve contato com o vírus do herpes genital.
Tratamento do herpes genital
As medicações antivirais não curam o herpes genital, mas atuam na:
- Cicatrização mais rápida das lesões.
- Diminuição da gravidade e duração dos sintomas.
- Redução da frequência de recidivas.
- Diminuição do risco de transmissão do vírus para outras pessoas.
A principal droga utilizada é o Aciclovir, que só tem efeito quando há sintomas da doença, sendo indicado para períodos de recidiva. Alguns médicos também prescrevem Fanciclovir ou Valaciclovir.
O tratamento com esses antivirais precisar ser com comprimidos. A pomada não é eficaz, ficando reservada para casos específicos em que o paciente consegue saber que terá uma crise em breve, porque já reconhece os sintomas de coceira e ardência que em algumas pessoas aparecem 1 a 2 dias antes das feridas.
É recomendada a avaliação dos parceiros sexuais dos pacientes diagnosticados com herpes genital.
Como prevenir o herpes genital?
- Usar preservativos nas relações sexuais.
- Evitar múltiplos parceiros sexuais.
- Não ter relações sexuais durante os sintomas.
- Se uma mulher infectada com o vírus do herpes genital desejar ter filhos, ela deve comunicar ao médico, para maiores cuidados no pré-natal e para evitar a transmissão para o bebê.
- Se tocar nas lesões, lave as mãos com água e sabão, para evitar o espalhamento do vírus para outras partes do corpo.
Para quem já tem herpes e vem apresentando recidivas muito frequentes, elas podem ser prevenidas com tratamento a longo prazo com Aciclovir dose baixa e suplementação com L-lisina.
Apesar do risco de transmissão ser reduzido com o uso de preservativos, eles não protegem totalmente a região genital, podendo haver contato com lesões presentes fora da área de cobertura. Por isso, a melhor forma de prevenir a transmissão durante a recidiva é não ter relação sexual.
Complicações do herpes genital
A infecção pelo vírus do herpes genital aumenta em três vezes as chances da pessoa se infectar com o vírus HIV. Uma pessoa infectada com os dois tipos de vírus pode transmitir, com mais facilidade, o vírus HIV, causador da AIDS. Além disso, ter os dois vírus no organismo aumenta a frequência das recidivas e a gravidade dos sintomas.
O herpes neonatal pode ocorrer durante o parto normal, por isso o médico obstetra indica o parto cesárea. Essa condição é bem rara e, geralmente, acontece quando a mãe contrai o vírus nos últimos meses da gestação e tem uma carga viral muito alta no trato genital.
Quando a mãe contrai o vírus antes de engravidar, os riscos do bebê desenvolver herpes são bem menores, porque recebem os anticorpos da mãe.
Fontes e referências adicionais
- Herpes genital causa bolhas e feridas, Jornal da USP
- Conheça as semelhanças e diferenças entre o herpes oral e genital, Hospital Sírio-Libanês
- Genital Herpes, Johns Hopkins Medicine
Fontes e referências adicionais
- Herpes genital causa bolhas e feridas, Jornal da USP
- Conheça as semelhanças e diferenças entre o herpes oral e genital, Hospital Sírio-Libanês
- Genital Herpes, Johns Hopkins Medicine