Diabético Pode Comer Beterraba?

atualizado em

Com suas 43 calorias encontradas em cada porção de 100 g, a beterraba é um alimento considerado amigo da saúde. Isso porque a raiz traz diversos benefícios como a diminuição da pressão alta, o fortalecimento do sistema imunológico, o combate à anemia, a proteção do sistema nervoso e do coração, o controle do colesterol e a prevenção de problemas no fígado e nos pulmões.

O alimento ainda é fonte de nutrientes como carboidratos, fibras, proteínas, vitamina A, vitamina B1, vitamina B2, vitamina B5, vitamina B6, vitamina C, cálcio, ferro, magnésio, potássio, zinco e manganês.

O diabético pode comer beterraba?

Será que mesmo sendo tão positiva assim, existe alguma restrição em relação à raiz ou todos podem consumi-la tranquilamente? E as pessoas diagnosticadas com diabetes? Será que o diabético pode comer beterraba?

A diabetes é desenvolvida quando o organismo não é capaz de produzir insulina ou não consegue utilizar adequadamente o hormônio produzido pelo corpo. A insulina trabalha no controle da quantidade de glicose (açúcar) encontrada no sangue.

E quando existe um quadro de diabetes não controlado, os níveis de glicose no sangue aumentam, o que pode resultar em complicações como danos a órgãos, vasos sanguíneos e nervos do organismo, caso não haja tratamento.

  Continua Depois da Publicidade  

Esse tratamento exige algumas mudanças na vida do paciente e isso inclui a adaptação da alimentação, que precisa trazer pratos que favoreçam o controle dos níveis de açúcar no sangue. É por isso que podem surgir dúvidas em relação ao que o diabético pode ou não pode comer, inclusive em relação à beterraba.

Um dos pontos a favor da ideia de que o diabético pode comer beterraba é que o alimento pode beneficiar a saúde dessas pessoas. De acordo com o Medical News Today, uma pesquisa já mostrou que a ingestão de beterraba ou de suco de beterraba pode beneficiar pessoas que sofrem com pressão alta.

Isso porque o alimento possui nitratos que melhoram a habilidade de expansão dos vasos sanguíneos, o que também traz uma melhoria no fluxo sanguíneo.

E o que isso tem a ver com a diabetes? A pressão arterial alta é uma condição comum em pacientes que têm diabetes, principalmente diabetes do tipo 2.

  Continua Depois da Publicidade  

Função cognitiva

Um estudo publicado no jornal Nitric Oxide Society (Sociedade do Óxido Nítrico, tradução livre) indicou que devido ao fato de ser rica em nitratos, a ingestão de beterraba auxilia a melhorar a função cognitiva de pacientes diagnosticados com diabetes quando o alimento é consumido ao longo de uma quinzena.

Betalaína e neo betanina

A presença desses dois componentes na composição do alimento é outro argumento a favor da afirmação que o diabético pode comer beterraba.

Essas substâncias encontradas na raiz ajudam a diminuir os níveis de açúcar no sangue, aumentam a sensibilidade à insulina (a diabetes é a principal complicação da resistência à insulina) e a prevenção de mudanças provenientes do estresse oxidativo (excesso de radicais livres nas células) em pacientes com diabetes.

A contagem de carboidratos 

Um nutriente que afeta os níveis de glicose no sangue são os carboidratos. Isso porque eles são formados por pequenos blocos de moléculas de açúcar, quebrados pelo sistema digestivo e adquirem a forma de açúcar para, então, serem utilizados como fonte de energia por parte do organismo.

Pelo fato de conter carboidratos, a quantidade e o tamanho das porções da beterraba também deve ser motivo de preocupação para a dieta do diabético. Por exemplo, enquanto 100 g da raiz são compostas por 10 g de carboidratos, uma porção de uma xícara do alimento traz 13 g de carboidratos.

  Continua Depois da Publicidade  

O nutriente precisa ser controlado na dieta do diabético, logo a quantidade de beterraba que o paciente consome também deve ser regulada. Entretanto, não podemos afirmar aqui qual o limite de carboidratos que o diabético deve consumir diariamente.

Isso porque, de acordo com Associação Americana de Diabetes, as repostas em relação aos níveis de açúcar no sangue variam de pessoa para pessoa. Isso significa que diferentes pessoas respondem de maneiras divergentes em relação ao aumento dos níveis de açúcar no sangue quando comem a beterraba.

Por isso é tão importante ter o acompanhamento de um médico e de um nutricionista durante o tratamento da diabetes no processo de adaptação da dieta e montagem dos novos cardápios. Com a ajuda desses profissionais é que o paciente saberá qual a melhor maneira de consumir carboidratos em sua dieta e em que quantidade eles devem aparecer, tendo em vista as particularidades do seu caso.

O índice glicêmico 

É um indicativo da velocidade pela qual o açúcar que vem dos alimentos demora para atingir a corrente sanguínea. Quanto mais alto for o índice glicêmico de um alimento, maior será a velocidade que seu açúcar chegará ao sangue, o que torna mais difícil o controle dos níveis de glicose.

Neste aspecto, a beterraba mostra-se problemática para os diabéticos. Ela possui um índice glicêmico alto, de valor 88. Para você ter uma ideia, para um alimento ser considerado de índice glicêmico alto, ele precisa apresentar um valor a partir de 70.

  Continua Depois da Publicidade  

Isso significa que nunca mais o diabético pode comer beterraba? Não necessariamente. Porém, é um indicativo de que a raiz precisa ser consumida com bastante cuidado, principalmente ao lado de alimentos que apresentem um índice glicêmico baixo. Dessa forma, a refeição como um todo terá um índice glicêmico mais baixo.

Caso você tenha diabetes, consulte o seu médico e nutricionista para saber a melhor maneira de incluir a raiz na sua dieta. 

Recomendações para o uso da beterraba na dieta da diabetes 

Pesquisas indicam que o alimento é mais benéfico para os diabéticos quando consumido na forma de suco. Para quem quiser outra opção, a sugestão é incluir o alimento em uma salada para o lanche da manhã ou em conjunto com outros vegetais na hora do almoço.

No entanto, a preferência é que a raiz seja ingerida no período da manhã e que seu consumo seja evitado no final do dia. O motivo é para que o corpo a converta em glicose de maneira lenta e constante, de modo que isso sirva de energia para as horas que estão por vir.

Cuidados

Os sintomas da diabetes incluem: sede excessiva, fome excessiva, infecções frequentes nos rins, na pele e na bexiga, demora na cicatrização de feridas, alterações na visão, formigamento nos pés, furúnculos, vontade frequente de urinar, emagrecimento, fraqueza, fadiga, nervosismo, mudança de humor, náusea e vômito.

Ao experimentar esses sintomas, é fundamental buscar ajuda médica para verificar se tem a condição ou não. E uma vez que ela for diagnosticada, é essencial dar início ao tratamento completo.

Em relação à dieta, mais importante do que saber se um alimento ou outro serve ou não para quem tem diabetes é contar com um acompanhamento individual. Como já falamos aqui, cada quadro da doença é diferente do outro.

Se você possui diabetes, converse com seu médico para saber como incluir a beterraba e outros alimentos na sua dieta e solicite que ele te ensine a escolher as melhores opções para o seu cardápio individual, tendo em vista como o seu organismo responde à doença e à ingestão de diferentes comidas.

Vídeos:

Gostou das dicas?

Você já foi diagnosticado com diabetes? O seu médico deu um parecer se o paciente diabético pode comer beterraba ou não? Comente abaixo!

Foi útil?
1 Estrela2 Estrelas3 Estrelas4 Estrelas5 Estrelas
Loading...
Sobre Dra. Patricia Leite

Dra. Patricia é Nutricionista - CRN-RJ 0510146-5. Ela é uma das mais conceituadas profissionais do país, sendo uma referência profissional em sua área e autora de artigos e vídeos de grande sucesso e reconhecimento. Tem pós-graduação em Nutrição pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, é especialista em Nutrição Esportiva pela Universidad Miguel de Cervantes (España) e é também membro da International Society of Sports Nutrition.

Deixe um comentário

5 comentários em “Diabético Pode Comer Beterraba?”

  1. Minha bulldog tem diabetes (quando descobri estava praticamente cega) e, apesar de administrar insulina antes das 2 refeições, o Hg verificado variava muito, de 100 a 300, ou mais, até. Depois de administrar cenoura ralada ou beterraba junto com a ração, tipo 2 colheres bem cheias, o problema praticamente desapareceu.

    Responder