Dor nos testículos: 6 principais causas e como tratar

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Sentir dor nos testículos é algo que pode chamar a atenção de qualquer homem, especialmente daqueles que já tiveram algum problema nos órgãos ou que fazem parte dos grupos de risco para doenças testiculares.

Os testículos são dois órgãos pequenos da anatomia masculina, localizados dentro da bolsa escrotal. Eles são responsáveis pela produção de esperma e também estão envolvidos na produção de testosterona.

Assim, a dor nos testículos pode ser descrita como um desconforto que atinge a bolsa escrotal, que é o que circunda e protege os testículos. Como eles são órgãos muito sensíveis, podem ficar doloridos devido a traumas ou pequenas infecções.

A dor nos testículos pode afetar homens de todas as idades, dos recém-nascidos aos idosos, de forma aguda ou crônica. 

Ainda que mesmo um pequeno desconforto nos testículos já deva ser informado ao médico, é preciso dar uma atenção especial ao problema quando a dor na região é intensa e aparece na companhia de sintomas como inchaço, bolhas, coloração diferente nos testículos, febre, dificuldade para respirar, suor e tontura.

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6 principais causas de dor nos testículos

Dor nos testículos
Existem algumas condições de saúde que podem provocar as dores nos testículos

1. Hérnia inguinal

Comum em crianças e jovens adultos na faixa dos 25 anos de idade, ela pode ser desenvolvida quando parte do intestino ou outra porção abdominal passa por uma região enfraquecida dos músculos, atingindo o saco escrotal.

Isso provoca inchaço e dor constantes, que podem se agravar durante a prática de exercícios físicos. O incômodo ainda pode aparecer na hora de tossir, se dobrar ou levantar um objeto.

A hérnia inguinal também pode provocar uma sensação de ardor na saliência característica da condição.

Como tratar?

Se a hérnia é pequena e não incomoda, o médico pode recomendar que o paciente espere e monitore o problema. 

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Em alguns casos, usar um suporte pode ajudar a aliviar os sintomas, mas é fundamental consultar o médico antes de recorrer ao acessório. Isso porque é necessário que o suporte esteja ajustado adequadamente e que o uso seja feito da maneira correta.

Já hérnias alargadas ou dolorosas geralmente exigem a realização de cirurgia para aliviar o desconforto e prevenir complicações. Além disso, o paciente pode precisar fazer reforço muscular abdominal.

2. Varicocele

A varicocele, conhecida ainda como varizes do testículo, é a dilatação anormal das veias testiculares, especialmente após esforço físico. Ela afeta mais frequentemente o testículo esquerdo, mas também pode atingir somente o direito ou ambos.

As veias afetadas fazem parte do cordão espermático e a sua dilatação pode dificultar o retorno venoso, resultando em disfunção testicular e piora da qualidade do sêmen. A condição pode levar à infertilidade masculina, mas não leva a distúrbios de potência sexual.

A causa da doença é a má formação das válvulas presentes nas veias testiculares ou a ausência dessas válvulas, algo que impede que o sangue flua como deve pelo cordão espermático.

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A condição pode ser assintomática, mas em alguns casos, provoca uma dor, que varia de intensidade e fica mais acentuada no fim do dia, principalmente quando o paciente fica muito tempo de pé. Além disso, ela pode provocar peso, desconforto e interferir na estética da região.

Como tratar?

Caso o paciente não esteja com dor, já tenha filhos e não queira ter mais filhos, o médico pode indicar que o tratamento seja dispensado. 

Já se houver dor e outros problemas como atrofia testicular e infertilidade ou se o paciente estiver pensando em aderir a técnicas de reprodução assistida, a saída pode ser a reparação cirúrgica da varicocele.

O tratamento tem o objetivo de lacrar as veias atingidas como forma de redirecionar o fluxo de sangue para as veias normais.

3. Epididimite

A epididimite é a inflamação do tubo enrolado chamado epidídimo, que fica atrás dos testículos, que é responsável por armazenar e carregar esperma. 

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A condição é geralmente causada por uma infecção bacteriana, o que inclui as infecções sexualmente transmissíveis como gonorreia ou clamídia.

Ela pode provocar dor ao urinar, dor ou desconforto no baixo-ventre (abdômen inferior) ou na região pélvica e dor e sensibilidade no testículo, normalmente de um lado, que costuma aparecer lentamente. 

Outros sintomas da epididimite são: uma bolsa escrotal morna, inchada ou descolorida, necessidade frequente ou urgente para urinar, secreção no pênis, sangue no sêmen e febre, embora ela seja menos comum.

Como tratar?

Para tratar a epididimite bacteriana é feito o uso de antibióticos. Entretanto, apenas o médico pode prescrever o medicamento e é fundamental que o paciente siga todo o tratamento conforme as instruções do profissional de saúde, mesmo que os sintomas melhorem antes.

Além disso, o médico pode indicar algumas medidas para dar mais conforto ao paciente, já que a dor e o inchaço podem levar semanas para melhorar. Essas estratégias incluem descanso, usar um suporte atlético para a bolsa escrotal, aplicar compressas de gelo e tomar remédios para a dor.

Já se um abscesso se formar, pode ser necessária uma cirurgia para drená-lo. Há casos em que parte ou todo o epidídimo precisa ser removido. 

Além disso, um reparo cirúrgico pode ser indicado quando problemas na anatomia do trato urinário levam à epididimite.

4. Torção

A torção testicular é descrita como a rotação do testículo no interior da bolsa escrotal. Ela não tem uma causa específica, porém é mais comum após pancadas ou atividade física intensa, principalmente em crianças e adolescentes.

Esse tipo de torção pode causar dor intensa e repentina no testículo, na parte inferior do abdômen e/ou na virilha. A dor da torção testicular pode ser contínua ou apresentar intervalos de poucas horas de melhora.

Os seus principais sintomas também incluem náusea, vômitos, inchaço, vermelhidão e sensação de calor na bolsa escrotal, endurecimento do testículo afetado e um testículo mais elevado que o outro.

A torção testicular é considerada uma situação grave e de emergência, que exige buscar ajuda médica imediatamente. Isso porque ela pode provocar a morte do testículo, por conta da falta de circulação, e complicações como infecção, que são mais frequentes quando o problema demora a ser tratado.

Em casos mais sérios, a condição também pode impactar a fertilidade e prejudicar a produção de hormônios do paciente.

Como tratar?

É necessária a realização de uma cirurgia para reverter a torção e fixar o testículo na bolsa escrotal. 

O ideal é que o procedimento seja feito nas primeiras quatro a seis horas depois do início dos sintomas, já que as chances de preservar o funcionamento completo do testículo serão maiores.

Há casos em que o médico pode tentar reverter a torção do testículo manualmente, mas isso não elimina a necessidade de uma cirurgia, que permite avaliar melhor a situação do testículo e fixá-lo na bolsa escrotal, reduzindo as chances de que ocorra uma nova torção.

5. Prostatite

Dor nos testículos
A prostatite é uma doença que afeta a glândula prostática e geralmente está associada à inflamação

A prostatite é uma doença que afeta a glândula prostática e geralmente está associada à inflamação. Ela costuma provocar dor ou dificuldade para urinar, assim como dor na virilha, na região pélvica, nas genitais e na área entre a bolsa escrotal e o reto (períneo).

Adicionalmente, é comum sentir uma dor nos testículos, que piora quando a região é apalpada. A condição ainda pode causar dor no abdômen e na região lombar e dor ou desconforto no pênis, além de provocar uma ejaculação dolorosa.

A lista de sintomas da prostatite também inclui sensação de ardor ao urinar, urina frequente, principalmente à noite, urgência para urinar, urina turva, sangue na urina, febre, calafrios, dores musculares e outros sintomas parecidos com os da gripe.

É especialmente importante buscar ajuda médica imediatamente ao ter dificuldade ou dor para urinar acompanhada de febre, perceber a presença de sangue na urina, sentir uma dor ou desconforto severo na região pélvica ou nas genitais e não conseguir urinar.

Como tratar?

No caso de prostatite bacteriana, o tratamento é feito com o uso de antibióticos prescritos pelo médico, que devem ser tomados exatamente conforme as instruções da receita médica.

Além disso, conforme o quadro, o médico pode indicar o uso de remédios alfa-bloqueadores, que ajudam a relaxar o colo vesical e as fibras musculares onde a próstata se junta à bexiga. Esse tratamento pode aliviar sintomas urinários, como dor ou dificuldade para urinar.

Adicionalmente, o médico também pode recomendar o uso de medicamentos para dor, inclusive aqueles que não exigem receita médica, como paracetamol e ibuprofeno.

6. Câncer testicular

O câncer testicular não é um tipo comum de câncer e pode afetar homens de qualquer idade, entretanto, acontece com maior frequência entre os pacientes de 15 a 45 anos de idade.

Geralmente, ele afeta apenas um dos testículos. O primeiro sintoma é um caroço, protuberância ou inchaço em um testículo. No entanto, a doença também pode causar dor ou desconforto em um testículo ou na bolsa escrotal. 

Os sintomas do câncer testicular também são: sensação de peso na bolsa escrotal, dor na parte inferior da barriga ou na virilha, inchaço repentino na bolsa escrotal, alargamento ou sensibilidade do tecido mamário e dor nas costas.

Como as células cancerígenas podem crescer rapidamente e geralmente se espalham do testículo para outras partes do organismo, ao desconfiar que tem os sintomas da doença, é fundamental procurar ajuda médica.

Como tratar?

O câncer testicular é altamente tratável, mesmo quando se espalha para outras regiões do corpo. 

O tratamento pode ser feito por meio de cirurgia para remover o testículo ou para a retirada dos linfonodos próximos, que pode ser feita quando há uma preocupação de que o câncer pode ter se espalhado para além do testículo.

Além disso, a doença pode ser tratada por meio de quimioterapia, radioterapia e imunoterapia.

Fontes e referências adicionais

Você tem sofrido com dor nos testículos ultimamente? Já procurou um médico para investigá-la? Comente abaixo!

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Sobre Dr. Lucio Pacheco

Dr. Lucio Pacheco é Cirurgião do aparelho digestivo, Cirurgião geral - CRM 597798 RJ/ CBCD. Formou-se em Medicina pela UFRJ em 1994. Em 1996 fez um curso de aperfeiçoamento em transplantes no Hospital Paul Brousse, da Universidade de Paris-Sud, um dos mais especializados na Europa. Concluiu o mestrado em Medicina (Cirurgia Geral) em 2000 e o Doutorado em Medicina (Clinica Médica) pela UFRJ em 2010. Dr. Lucio Pacheco é autor de diversos livros e artigos sobre transplante de fígado. Atualmente é médico-cirurgião, chefe da equipe de transplante hepático do Hospital Copa Star, Hospital Quinta D'Or e do Hospital Copa D'Or. Além disso é diretor médico do Instituto de Transplantes. Suas áreas de atuação principais são: cirurgia geral, oncologia cirúrgica, hepatologia, e transplante de fígado. Para mais informações, entre em contato.

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