Guiné (planta) – Para que serve, propriedades e efeitos adversos

As propriedades terapêuticas mais importantes da planta guiné são a sua ação anti-inflamatória e analgésica.

Ela é encontrada no Brasil, principalmente no nordeste e na região amazônica. Tradicionalmente, a planta é usada para melhorar a imunidade, combater infecções e tratar a dor. Porém, ela é tóxica e pode causar efeitos adversos indesejados e perigosos para a saúde.

Além disso existe uma mística que envolve a utilização da planta, onde acredita-se que ela protege o ambiente e as pessoas contra as más energias, emanando boas vibrações. 

Então, saiba mais sobre os usos dessa planta e confira os cuidados que você deve ter ao utilizá-la.

Para que serve a guiné

A guiné (Petiveria alliacea), conhecida também por outros nomes como amansa-senhor e rabo de gambá, é uma planta medicinal abundante em climas tropicais.

As folhas e raízes do arbusto tem um odor bem forte e característico por causa da presença de compostos de enxofre. Por conta disso, antigamente as pessoas queimavam as folhas de guiné para afastar mosquitos e outros insetos. 

De acordo com uma pesquisa publicada em 2008 na revista BMC Complementary and Alternative Medicine, os compostos como os flavonoides, lipídios, cumarina, triterpenos e compostos de enxofre são os responsáveis pelas propriedades terapêuticas da planta guiné, como o seu efeito antioxidante, por exemplo.

Alguns estudos preliminares indicam que a guiné diminui a inflamação, alivia a dor, melhora a função cerebral e pode inclusive prevenir o câncer. Outros benefícios que também vêm sendo estudados incluem as propriedades antimicrobianas da guiné e a sua capacidade de fortalecer o sistema imunológico e reduzir a ansiedade. No entanto, ainda não é possível comprovar esses benefícios.

Os usos tradicionais não comprovados pela ciência envolvem o alívio de sintomas como a dor de cabeça, a dor nos olhos, a dor de dente e a dor de garganta. Também há relatos de que a guiné pode ser útil para ajudar no tratamento do reumatismo e de infecções.

Como usar e efeitos adversos

A guiné pode ser encontrada em algumas lojas de produtos naturais ou em farmácias de manipulação na forma de cápsula, pó, extrato e folhas secas. Na maioria dos rótulos desses produtos, é recomendada uma dose diária que varia de 400 a 1.250 miligramas. Porém, nenhum estudo em humanos foi feito para saber se estas dosagens são seguras.

Também é possível preparar um chá com as folhas secas de guiné. Para isso, ferva um punhado de folhas em uma xícara de chá de água e deixe em infusão por 10 minutos. Em seguida, é só coar e beber o chá. Além disso, algumas pessoas também gostam de inalar o vapor da guiné em água fervente.

Por outro lado, outras preferem tomar um banho preparado com a infusão de 7 folhas de guiné para cada litro de água devido à crença de que a planta é capaz de afastar as energias negativas do ambiente, trazendo sorte, prosperidade, superação de problemas e afastando maus-olhados. 

Segundo dados divulgados em 2016 na revista Journal of Ethnopharmacology, o uso prolongado da planta guiné em altas doses pode causar efeitos colaterais como confusão mental, tremores, problemas de coordenação e convulsões. Efeitos adversos adicionais podem incluir:

• Insônia;
• Alucinações;
• Apatia;
• Alterações no sistema nervoso central.

Por causa desses possíveis efeitos adversos e devido à escassez de estudos sobre a segurança da guiné na forma de suplemento, mulheres grávidas não devem usar a erva.

Não se esqueça que a guiné é uma planta tóxica quando consumida em grandes quantidades. Ainda que você escolha consumir o chá de guiné, que contém uma concentração menor da planta em relação aos suplementos, é importante consultar um médico ou fitoterapeuta antes de incluí-lo na sua rotina.

Fontes e referências adicionais

• Plantas medicinais utilizadas na comunidade urbana de Muribeca, Nordeste do Brasil, Acta Bot. Bras. 2010, 24(2)
• Preferential Activity of Petiveria alliacea Extract on Primary Myeloid Leukemic Blast”, Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine, vol. 2020, Article ID 4736206, 14 pages
• Ethnobotany, phytochemistry and neuropharmacological effects of Petiveria alliacea L. (Phytolaccaceae): A review. J Ethnopharmacol. 2016 Jun 5;185:182-201.
• Petiveria alliacea extracts uses multiple mechanisms to inhibit growth of human and mouse tumoral cells. BMC Complement Altern Med. 2008 Nov 18;8:60. 
• Petiveria alliacea exerts mnemonic and learning effects on rats. J Ethnopharmacol. 2015 Jul 1;169:124-9. 
• Petiveria alliacea Suppresses Airway Inflammation and Allergen-Specific Th2 Responses in Ovalbumin-Sensitized Murine Model of Asthma. Chin J Integr Med. 2018 Dec;24(12):912-919. 
• Petiveria alliacea, Memorial Sloan Kettering Cancer Center

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