Manchas de estresse na pele: o que são e como tratar

A pele é o maior órgão do nosso corpo e, como todos os sistemas do nosso organismo são interligados, ela reflete as condições gerais de saúde e, também, o nosso estado mental. O estresse crônico, que é aquele tipo de pressão emocional prolongada e sobre a qual não se tem muito controle, pode provocar manchas de estresse na pele.

Veja quais são os impactos do estresse sobre a pele e o que você pode fazer para gerenciar suas emoções e melhorar a sua saúde física e mental.

Estresse: o que é?

Antes de saber mais sobre as manchas de estresse é importante entender o que é o estresse, tema muito comentado em nossos dias.

O estresse não é, necessariamente, algo ruim. Na verdade, ele é uma resposta de proteção frente a uma ameaça que pode, ou não, ser real. Diante de uma situação perigosa, o estresse nos faz lutar ou fugir, para continuarmos vivos.

Essa resposta é mediada por várias substâncias que são liberadas no organismo, sob comando do nosso sistema nervoso. Dentre essas substâncias, destacam-se os hormônios estimulantes, que são bem conhecidos: o cortisol e a adrenalina. Além deles, há uma descarga de radicais livres e de substâncias (citocinas) pró-inflamatórias.

Continua Depois da Publicidade

Quando essa resposta é pontual, ativada apenas em situações estressantes passageiras, ela nos ajuda a solucionar problemas e, em uma situação de perigo real, a sobreviver.

O problema é quando esse sistema é constantemente ativado e se mantém por longos períodos, isso é chamado de estresse crônico e é extremamente danoso à nossa saúde.

Os malefícios do estresse crônico provêm da liberação excessiva das substâncias pró-inflamatórias, radicais livres e dos hormônios estimulantes, que prejudicam o nosso organismo, inclusive a pele, promovendo o envelhecimento precoce, o desencadeamento ou piora de doenças autoimunes e o aparecimento de manchas de estresse na pele.

Como o estresse afeta a nossa pele

Mancha de estresse — Acnes podem surgir na pele por conta do estresse

O estresse pode afetar a pele de várias maneiras. Algumas pessoas podem desenvolver um ou mais desses problemas, quando vivem em um estado constante de estresse crônico:

Continua Depois da Publicidade

Envelhecimento precoce da pele, com o aparecimento de rugas e marcas de expressão.
Branqueamento dos cabelos.
Aparecimento de acnes, mesmo na fase adulta.
Aparecimento de escamas e manchas na pele, em várias partes do corpo.

A pele acaba refletindo o nosso estado mental, porque possui muitas terminações nervosas, que recebem os sinais transmitidos através dos hormônios estimulantes.

Além disso, como o estresse prejudica o funcionamento do sistema imunológico, o organismo fica mais vulnerável a infecções, o que é ainda agravado pela ação das citocinas pró-inflamatórias.

Os radicais livres em excesso também prejudicam o estado da nossa pele ao promover a quebra das fibras de colágeno, que servem para manter a sustentação e a elasticidade da pele. Com menos colágeno, a pele fica flácida e com rugas.

Manchas de estresse na pele

O estresse crônico pode desencadear um quadro de dermatite atópica, caracterizada pelo aparecimento de manchas avermelhadas na pele, que coçam muito e às vezes descamam.

Essas manchas ainda podem apresentar escoriações e pequenas vesículas que funcionam como porta de entrada para bactérias. Assim, com o funcionamento do sistema imunológico prejudicado e a vulnerabilidade da pele, a pessoa pode ficar mais sensível a infecções na pele.

Continua Depois da Publicidade

Essa reação alérgica é desencadeada pelo excesso de cortisol no organismo, conhecido como o hormônio do estresse.

A alergia de fundo emocional é uma forma não verbal de expressar os sentimentos e as emoções. Esse processo também é chamado de somatização, que é uma forma não intencional de liberar a alta carga de estresse acumulado através do corpo.

Como combater as manchas de estresse na pele

Para combater as manchas de estresse na pele, é preciso reduzir o seu nível de estresse, encontrando maneiras de desacelerar e acalmar a mente.

Existem muitas maneiras de buscar esse equilíbrio, algumas envolvem ações simples, outras dependem da atuação de profissionais qualificados.

Veja algumas estratégias que você pode incluir no seu dia a dia, a fim de reduzir o estresse crônico:

Continua Depois da Publicidade

Cuide de sua alimentação

Certos alimentos podem piorar o estado inflamatório do organismo, enquanto outros podem diminuir a resposta inflamatória na pele e aliviar os sintomas de alergia, manifestada com manchas, coceira e descamação.

Tais alimentos ajudam a diminuir os níveis de açúcar no sangue, que é pró-inflamatório, eliminar toxinas e promover a cicatrização da pele. Veja mais detalhes sobre a influência do estresse nos níveis de glicose no sangue.

Sendo assim, é recomendado que você reduza o consumo de alimentos potencialmente inflamatórios, alergênicos ou que não são bem tolerados pelo seu organismo, por exemplo:

Amendoim e pasta de amendoim (se tiver alergia)
Clara de ovo (se tiver alergia)
Crustáceos (se tiver alergia)
Leite (se tiver alergia ou for intolerante)
Alimentos com glúten
Adoçantes artificiais
Alimentos feitos com farinhas e açúcares refinados

Substitua esses alimentos por outros que promovam a sua saúde e exerçam atividade anti-inflamatória no organismo, como:

Frutas vermelhas
Vegetais verdes-escuros
Especiarias
Azeite de oliva
Abacate
Cereais
Peixes
Carnes magras
Semente de chia, linhaça, gergelim e abóbora.
Suplementos de proteína (whey protein)
Suplementos de colágeno

Durma bem

Um sono de qualidade é essencial para o controle do estresse, e isso não se resume apenas às horas dormidas. É importante que você passe por todas as fases do sono, sem ficar acordando no meio da noite, para que obtenha os benefícios de cada uma delas.

Para que você tenha um sono de qualidade, é preciso que em 85% do tempo que você passa na cama, esteja, de fato, dormindo. Alguns especialistas relatam que se você consegue pegar no sono em menos de 30 minutos, é provável que seu sono seja de qualidade.

Para conseguir dormir rapidamente, você pode colocar em prática a rotina da higiene do sono, que inclui, entre outras coisas, a limitação do uso de telas à noite, perto da hora de dormir.

Pratique exercícios físicos

A prática regular de exercícios físicos ajuda a aliviar o estresse e promove a sensação de bem-estar, porque libera hormônios, como a serotonina, que estão ligados diretamente ao bom humor e ao combate de pensamentos negativos.

A prática regular de exercícios físicos também ajuda a controlar os níveis de glicose no sangue, o que também contribui para a redução do estresse crônico.

Pratique meditação

Durante a meditação, quando você entra em um estado calmo e relaxado, seu organismo também libera serotonina, além de oxitocina e dopamina, conhecidos como “neurotransmissores da felicidade”. Eles ajudam a aliviar quadros de estresse, ansiedade e depressão.

Para quem não está habituado a fazer meditação, pode começar com a prática de mindfulness, que pode ajudar a pessoa a se voltar para o momento presente e tirá-la de um padrão mental de antecipação, que leva ao estresse e ansiedade.

Tratamento medicamentoso

As manchas de estresse na pele podem ser tratadas com corticoides de uso tópico ou oral, e a coceira na pele pode ser aliviada com o uso de anti-histamínicos.

O médico ou médica dermatologista é o profissional capacitado para fazer a avaliação da sua pele e propor a forma de tratamento mais adequada.

Você também pode precisar de suplementos ou medicações imunomoduladoras, para melhorar o funcionamento do sistema imune.

Além do(a) dermatologista, você pode precisar fazer um acompanhamento com um/uma psicóloga para compreender e buscar soluções para as causas do seu estresse crônico. Somente com o tratamento da causa, as manchas de estresse na pele poderão ser tratadas com eficácia.