Entenda se a neuropatia periférica é reversível, como isso acontece, bem como outras informações acerca desta doença.
Por um longo tempo, os médicos pensavam que o dano nervoso da neuropatia periférica também era irreversível – pelo menos usando os tratamentos disponíveis na época. No entanto, hoje em dia ela está fora desta lista, e sim, a neuropatia periférica é reversível.
Graças às pesquisas de ponta e às opções avançadas de tratamento, mais e mais pessoas que sofrem de neuropatia periférica não estão apenas reduzindo sua dependência de analgésicos, mas também recuperando a função nervosa que pensavam terem perdido para sempre.
Entenda o que é esta condição para saber como a neuropatia periférica é reversível.
O que é neuropatia periférica
O seu nome “neuropatia periférica” já diz um pouco sobre o que é a doença:
- Neuro-: Está relacionada aos nervos;
- -patia: Doença;
- Periférica: Além (neste caso, além do cérebro e da medula espinhal).
Neuropatia periférica refere-se às condições que ocorrem quando os nervos que transmitem mensagens de e para o cérebro e a medula espinhal para o resto do corpo danificam-se ou estão doentes.
Os nervos periféricos formam uma rede complexa que conecta o cérebro e a medula espinhal aos músculos, pele e órgãos internos.
Os nervos periféricos saem da medula espinhal e são dispostos ao longo de linhas no corpo chamadas dermátomos.
Normalmente, o dano causado em um nervo afetará um ou mais dermátomos, que podem estar localizados em áreas específicas do corpo.
Por fim, o dano a esses nervos interrompe a comunicação entre o cérebro e outras partes do corpo e pode prejudicar o movimento muscular, impedir a sensação normal nos braços e pernas e causar dor.
Diferentes tipos de neuropatia periférica
Existem alguns tipos diferentes de neuropatia periférica. São eles:
- Mononeuropatia: Afeta apenas 1 nervo;
- Mononeurite múltipla: Afeta vários nervos;
- Polineuropatia: Afeta todos os nervos do corpo.
A polineuropatia é o tipo mais comum e começa afetando primeiro os nervos mais longos, de modo que os sintomas da neuropatia periférica geralmente começam nos pés.
Com o tempo, ela gradualmente começa a afetar os nervos mais curtos e parece que está se espalhando para cima e afetando, em seguida, as mãos.
O que causa a neuropatia periférica
Existem muitos fatores que podem causar neuropatias periféricas. Por isso, muitas vezes é difícil identificar a origem.
As neuropatias ocorrem por uma das seguintes causas:
1. Neuropatias periféricas adquiridas
As neuropatias periféricas adquiridas podem ser causadas por fatores ambientais como toxinas, trauma, doença ou infecção.
As causas conhecidas das neuropatias periféricas adquiridas são:
- Várias doenças hereditárias raras;
- Diabetes – conhecida como neuropatia diabética;
- Doença renal ou tireoidiana;
- Má nutrição ou deficiência de vitaminas;
- Alcoolismo;
- Certos tipos de câncer e quimioterapia usadas para tratá-los;
- Certos medicamentos;
- Infecções como a AIDS, doença de Lyme ou herpes zoster;
- Condições em que os nervos são atacados por engano pelo próprio sistema imunológico do corpo ou danificados por uma resposta agressiva a lesões.
2. Neuropatias periféricas hereditárias
Esse tipo de neuropatia não é tão comum. As neuropatias periféricas hereditárias são doenças dos nervos periféricos. São geneticamente transmitidas de pai para filho.
A mais comum é a doença de Charcot-Marie-Tooth tipo 1, que caracteriza-se por fraqueza nas pernas e, em menor grau, nos braços. Esses sintomas geralmente aparecem entre a meia-infância e os 30 anos de idade.
3. Neuropatias periféricas idiopáticas
Não se conhece as causas de neuropatias idiopáticas. Até um terço dos casos de neuropatia são dessa maneira.
Como é feito o diagnóstico
Se o seu médico suspeitar que você possa ter uma forma de neuropatia periférica, ele poderá encaminhá-lo a um neurologista, que é um médico especializado em doenças dos nervos.
O profissional começará analisando seus sintomas e examinando se há sinais de dormência, fraqueza muscular e reflexos prejudicados.
Pode ser necessário fazer exames de sangue e urina para verificar se há deficiências metabólicas ou vitamínicas, diabetes e a presença de qualquer doença subjacente ou defeito genético que possa estar afetando a função nervosa.
Pode ser necessário fazer um eletromiograma e testes de velocidade de condução nervosa. Estes são usados para avaliar a função nervosa e muscular e medir as propriedades elétricas dos nervos.
Assim, pode-se identificar os nervos anormais e determinar qual parte de sua estrutura está danificada. Também pode-se realizar biópsias dos nervos e músculos para fornecer informações sobre o tipo e a causa da neuropatia.
Às vezes, recomenda-se uma punção lombar para ajudar a identificar infecções ou inflamações que possam estar associadas à neuropatia.
Se alguém em sua família tiver sido diagnosticado com neuropatia periférica ou tiver sintomas semelhantes, seu médico poderá procurar por possíveis vínculos hereditários da condição. Você precisará analisar seriamente sua ingestão de álcool e quais medicamentos está tomando.
Tratamentos para neuropatia periférica
Conforme falamos, a neuropatia periférica é reversível e por isso é muito importante seguir o tratamento corretamente.
O prognóstico e o tratamento eficaz da neuropatia periférica irão depender fortemente da causa do dano no nervo. Por exemplo, fazendo uma terapia vitamínica e melhorando a dieta, pode-se tratar e reverter uma neuropatia periférica causada por uma deficiência de vitamina.
Evitando o consumo destas bebidas, pode-se interromper e melhorar os danos nos nervos causados pelo abuso destas bebidas. Geralmente, o mesmo ocorre com a neuropatia periférica causada por substâncias ou medicamentos tóxicos.
Por outro lado, quando a doença está relacionada à diabetes, o monitoramento cuidadoso dos níveis de açúcar no sangue pode retardar sua progressão e conter seus sintomas.
O diagnóstico e o tratamento precoces da neuropatia periférica são importantes porque os nervos periféricos têm uma capacidade baixa de se regenerar. O tratamento é capaz apenas interromper sua progressão, mas não reverter os danos.
Fisioterapia e cirurgia
Se você ficou gravemente comprometido, pode precisar de fisioterapia para ajudar a reter a força e evitar cãibras e espasmos musculares.
Por outro lado, o tratamento cirúrgico pode ser recomendado para pessoas com lesão do nervo causado por compressão ou lesão do nervo.
Auxiliares de mobilidade, como cadeira de rodas, bengala ou andador, por exemplo, podem ser úteis. Caso esteja com muita dor, o seu médico pode prescrever medicamentos para a dor.
Como prevenir a neuropatia periférica
Mantendo bons hábitos de saúde, podemos evitar algumas formas de neuropatia periférica. Manter uma dieta saudável e bastante nutritiva, exercitar-se regularmente e abster-se do consumo excessivo de álcool, por exemplo, pode ajudar a evitar os danos causados nos nervos.
Além disso, evitar lesões, produtos químicos tóxicos e gerenciar cuidadosamente os distúrbios subjacentes como a diabetes também pode ajudar a prevenir a neuropatia periférica.
Como você pode ver, a neuropatia periférica é reversível, mas é muito importante cuidar da sua saúde, mantendo uma boa dieta e praticando exercícios físicos, para prevenir não apenas esta, como várias outras doenças.
Fontes e Referências Adicionais:
- Society for Clinical Trials – National Institute of Neurological Disorders and Stroke Common Data Element Project – approach and methods
- Thieme Medical Publishers – Evaluation and Treatment of Painful Peripheral Polyneuropathy
- NHS UK – Diabetes
Recentemente fui diagnosticado com Diabetes tipo 2, isso a cerca de 08 meses, mas o que me levou ao médico foram os sintomas de dores e incapacidades locomotoras. Subir escadas por exemplos e me levantar caso ficasse de joelhos, ou seja, já estava lutando com os sintomas sem saber que estava diabético. Nesses 08 meses ouvi de 03 médicos diferentes: “O estrago feito não tem volta”. Me sinto um semi-aleijado…
Elimine o diabetes tipo 2, sua condição vai melhorar muito, infelizmente a neuropatia não tem cura, mas você ainda pode ter uma vida normal se a mantiver sob controle.