A cantora Jojo Todynho anunciou no início do ano que, seguindo uma orientação médica, pretendia passar por uma cirurgia bariátrica. Em março, ela recebeu o diagnóstico de esteatose hepática, condição que também é chama de gordura no fígado.
Por conta disso, a artista recorreu a um estilo de vida mais saudável, o que envolveu a sua alimentação e a prática de exercícios físicos, levando-a a eliminar bastante peso.
De acordo com o que cirurgião especializado em cirurgia bariátrica Fábio Rodrigues disse ao Saúde em Dia, essas estratégias já podiam ser uma preparação para a cirurgia.
Então, na manhã da terça-feira (8/8), Jojo finalmente passou pela cirurgia bariátrica, informação que foi confirmada pela assessoria do plano de saúde da cantora.
Jojo fez uma publicação nas redes sociais usando roupas de hospital para comunicar que estava bem e pediu: “Orem por mim”.
A cirurgia bariátrica
Conhecida como “redução de estômago“, a intervenção é recomendada para pacientes obesos que já tentaram diversos métodos sem obter resultados.
Mas, para poder fazer o procedimento, o paciente precisa cumprir alguns requisitos, como ter obesidade grau 1 associada a diabetes, ter obesidade grau 2 com comorbidades ou obesidade grau 3, com Índice de Massa Corporal (IMC) maior que 40.
O proctologista e cirurgião do aparelho digestivo Rodrigo Barbosa explicou ao Saúde em Dia que a cirurgia bariátrica combina a perda de peso com a melhoria de comorbidades como pressão alta, diabetes, refluxo, colesterol alto e outras.
Conforme o especialista, existem diversas técnicas de cirurgia que podem tratar a obesidade, entretanto, as mais comuns são: a gastrectomia vertical (sleeve) e o bypass gástrico.
O primeiro procedimento envolve a remoção de parte do estômago sem afetar o intestino, sendo indicado para casos menos graves de obesidade.
Por sua vez, o segundo método reduz parte do órgão por meio de cortes ou grampos que conectam o intestino ao estômago, com a finalidade de gerar menos fome e maior saciedade.
No Brasil, o método do bypass é adotado em 70% das cirurgias, sendo o mais praticado no Sistema Único de Saúde (SUS).
Efeitos da bariátrica na diabetes e hipertensão
Uma pesquisa da Universidade de Michigan apontou que a cirurgia bariátrica pode trazer resultados positivos em relação a certas complicações da diabetes.
O estudo indicou uma melhora expressiva na neuropatia periférica, enquanto a retinopatia e a neuropatia autonômica cardíaca se mantiveram estáveis. A pesquisa também demonstrou que há uma melhora na maioria dos fatores de risco metabólicos, como a diminuição de peso.
Além disso, a cirurgia bariátrica também mostrou efeitos positivos na diminuição dos riscos de hipertensão arterial (pressão alta), uma das consequências da obesidade.
No Brasil, a hipertensão é comum e causa cerca de 300 mil óbitos anualmente, correspondendo a 820 mortes diárias, 30 por hora ou uma a cada dois minutos, conforme o Ministério da Saúde.
Um estudo publicado na revista Annals of Internal Medicine apontou que a cirurgia bariátrica teve um efeito promissor no controle da pressão alta em pacientes obesos depois de três anos de acompanhamento.
A pesquisa apontou que 35% dos pacientes que passaram pelo procedimento mantiveram a pressão sob controle sem remédios e que aproximadamente 40% deles reduziram a quantidade de medicamentos para hipertensão. As informações são do Saúde em Dia.