O que comer besteiras pode fazer no cérebro

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Você é daqueles que não consegue resistir a comer uma besteirinha doce ou gordurosa no seu dia a dia? Mas, já parou para pensar de onde é que vem o seu gosto por essas comidas?

Uma pesquisa publicada em março na revista científica Cell Metabolism, sugeriu que lanchinhos gordurosos ou açucarados podem alterar a atividade cerebral e criar uma preferência duradoura por esses itens que não são exatamente saudáveis.

Iogurte
Iogurte foi usado no experimento

No estudo, pesquisadores da Universidade Yale e do Instituto Max Planck para Pesquisa do Metabolismo deram a um grupo de participantes um iogurte rico em gordura e rico em açúcar duas vezes ao dia por oito semanas.

Enquanto isso, outro grupo recebeu uma versão com baixo teor de gordura e baixo teor de açúcar do alimento. Fora isso, os dois grupos mantiveram os seus hábitos alimentares normalmente.

Então, ambos os grupos de participantes avaliaram pudins com concentrações variadas de gordura e sucos de maçã que tinham variações em seus níveis de açúcar. O grupo que consumiu o iogurte com alto teor de gordura e de açúcar apontou que não gostou do pudim com baixo teor de gordura e que não queria o suco de maçã com baixo teor de açúcar tanto quanto no início.

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Os participantes também passaram por ressonâncias magnéticas enquanto tomavam milkshakes. Os exames apontaram que ele aumentou a atividade cerebral no grupo que tinham consumido o iogurte com alto teor de gordura e de açúcar, mas não no outro grupo.

A partir disso, os pesquisadores concluíram que os lanchinhos gordurosos e açucarados podem ativar o sistema dopaminérgico do cérebro, que dá uma sensação de motivação ou recompensa ao ser humano.

A autora sênior do estudo e diretora do Centro de Pesquisa de Dieta Moderna e Fisiologia da Escola de Medicina da Universidade Yale, Dana Small, exemplificou que apenas o hábito de começar a comer um bolinho toda manhã na padaria perto do trabalho pode mexer com os circuitos dopaminérgicos.

Para ficar mais claro, talvez você se identifique com o fato de ser mais difícil voltar à dieta normal depois de passar um tempo comendo sobremesas com frequência, o que pode acontecer na época das festas de fim de ano, por exemplo.

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Segundo Small, a dieta tem um efeito tão forte na atividade cerebral que a sinalização dopaminérgica pode disparar até mesmo quando prevê o consumo de um alimento gorduroso ou açucarado, como ao passar por uma padaria ou sentir o cheiro de um doce.

No entanto, a pesquisa foi pequena: contou apenas com 49 pessoas e todas eram saudáveis, não fumavam, não tomavam medicamentos, não tinham sobrepeso ou obesidade.

No geral, os participantes não ganharam uma quantidade significativa de peso durante as oito semanas do experimento.

Outros estudos

Small disse que o estudo foi o primeiro a demonstrar em humanos que mesmo pequenas mudanças na dieta podem reconfigurar os circuitos do cérebro e aumentar o risco de comer em excesso ou ganho de peso em longo prazo.

Pesquisas anteriores apontaram que a obesidade pode alterar a atividade cerebral das pessoas e que as pessoas têm uma aversão inata a alimentos amargos e uma inclinação por coisas com gosto doce.

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Além disso, experimentos conduzidos em roedores indicaram que alimentos ricos em gordura e ricos em açúcar podem reconfigurar neurônios dopaminérgicos e levar ao comer em excesso. 

Mas, os cientistas sabiam menos a respeito de como os hábitos de dieta dos seres humanos influenciam as suas preferências alimentares.

É possível mudar as preferências?

Small disse que talvez se a pessoa diminuir o seu consumo gradualmente para níveis mais aceitáveis de gordura, eventualmente, ela pode mudar as suas preferências de modo mais duradouro.

Um estudo de 2012 apontou que após serem expostas rotineiramente a uma sopa sem adição de sal, pessoas eventualmente gostaram daquelas sopas tanto quanto gostavam das versões com mais sal. Para Small, é possível que o processo também possa funcionar para a gordura e o açúcar.

Já segundo o professor de neurociência da Universidade de Washington, Garret Stuber, que não participou do estudo de Small, é difícil para as pessoas esquecerem que os alimentos gordurosos e açucarados são gostosos. 

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Sobre não gostar de certos alimentos, ele disse que essas preferências podem durar a vida toda. Stuber deu o exemplo da intoxicação alimentar: ao comer um alimento e ficar doente por conta dele, a pessoa passa a ter uma aversão duradoura àquela comida. As informações são da NBC.

Fontes e referências adicionais

Você já tentou mudar os seus gostos em termos de comida? Deu certo? Comente abaixo!

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