Osteomielite: o que é, causas, sintomas e tratamentos

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A osteomielite é uma infecção nos ossos causada, principalmente, por bactérias. Esses microrganismos podem acessar o tecido ósseo através de fraturas expostas, ferimentos abertos ou pela circulação sanguínea.

A osteomielite pode se desenvolver de maneira súbita (aguda) ou crônica, causando sintomas como dor no local do osso afetado, inchaço, vermelhidão, além de outros sintomas típicos de inflamação e infecção. 

Pessoas com a imunidade comprometida e portadores de doenças crônicas são mais suscetíveis à osteomielite, pois os microrganismos podem encontrar maior facilidade para se alojar nos ossos e causarem uma infecção, devido ao mau funcionamento do sistema imunológico e circulatório.

O tratamento da osteomielite consiste no combate à infecção com antibióticos, limpeza cirúrgica dos tecidos necrosados ou amputação do membro, em casos não responsivos aos remédios e cirurgia. 

Para evitar um quadro de osteomielite, é importante cuidar das feridas e procurar ajuda médica ou odontológica, caso perceba que possui uma ferida que não cicatriza. Pessoas com diabetes também devem ficar atentas, principalmente aos pés, para tratar eventuais feridas na região. 

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Veja mais detalhes sobre o que é a osteomielite, as principais causas, os sintomas e como são feitos o diagnóstico e o tratamento. 

Osteomielite: o que é?

bactérias, fungos e vírus
A osteomielite pode ser causada por bactérias, fungos ou vírus

A osteomielite é uma infecção que pode afetar qualquer osso do corpo, pela ação de bactérias, fungos ou vírus. Na maioria dos casos, a infecção é causada pela bactéria Staphylococcus aureus, comumente encontrada na pele e nas fossas nasais. 

Geralmente, a bactéria não causa nenhum problema de saúde, a não ser que consiga penetrar no organismo através de lesões abertas, pelas mucosas ou pela ingestão de alimentos contaminados.

Mesmo com a bactéria ganhando acesso ao organismo, o nosso sistema de defesa possui mecanismos para combatê-la. Mas, pessoas com imunidade baixa ou que realizaram algum procedimento cirúrgico recente podem ficar mais vulneráveis à ação da bactéria.

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Outra via de acesso aos ossos é através do sistema circulatório. Por exemplo, bactérias causadoras de outras doenças, como tuberculose e endocardite, podem chegar até os ossos pela circulação e causarem uma infecção, classificada como osteomielite hematogênica.  

A osteomielite também pode acompanhar complicações de doenças crônicas, como o pé diabético. Pessoas com diabetes podem perder a sensibilidade nos pés, ferindo-os com mais facilidade. Por causa dos altos níveis de açúcar no sangue, a cicatrização fica comprometida, facilitando a ocorrência de infecções, que podem afetar os ossos da região. 

A osteomielite pode ser classificada de acordo com o tempo de evolução da infecção e estabelecimento do diagnóstico: 

  • Aguda: quando os sintomas se manifestam logo após a infecção, sendo identificada rapidamente, em até 2 semanas.
  • Subaguda: quando o diagnóstico se dá em até 6 semanas.
  • Crônica: quando o diagnóstico ocorre após 6 semanas da infecção, ou quando a infecção evolui lentamente, durante meses ou até anos, devido à formação de algum abscesso que não foi identificado e, por isso, não foi tratado. 

Principais causas da osteomielite

As bactérias e outros microrganismos podem se alojar nos ossos e provocar a osteomielite de várias formas, que configuram as possíveis causas da infecção: 

  • Fratura exposta: pode possibilitar o contato direto dos microrganismos com os ossos. 
  • Ferimentos: objetos perfurantes contaminados com microrganismos podem ser uma via para bactérias se alojarem nos ossos, classificando-se como uma osteomielite pós-traumática nestes casos.  
  • Implantação de próteses: cirurgias ortopédicas corretivas podem ter como complicação a infecção da estrutura óssea. 
  • Periodontite: a infecção gengival pode afetar, além da gengiva, o osso maxilar, por meio de abscessos dentários e gengivais.  
  • Doenças infecciosas pré-existentes e abscessos: microrganismos causadores de outras infecções que já estejam ativas no organismo, como tuberculose, endocardite, brucelose e candidíase, podem se alojar nos ossos e causar a osteomielite. 

Grupos de risco 

A osteomielite pode afetar pessoas de qualquer idade, inclusive crianças e idosos, que são os mais vulneráveis. 

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Algumas condições de saúde deixam determinados grupos de pessoas mais vulneráveis, que são os chamados grupos de risco:  

  • Imunocomprometidos, que são pessoas com imunidade baixa.
  • Recém-operados
  • Portadores de diabetes descompensada 
  • Pessoas em tratamento com imunossupressores, que são medicamentos que inibem a ação do sistema imunológico. 
  • Pessoas que fazem quimioterapia, radioterapia ou hemodiálise.
  • Usuários de drogas injetáveis
  • Portadores de distúrbios do sistema circulatório
  • Portadores de doenças neurológicas
  • Pessoas com doenças infecciosas 

Sintomas da osteomielite

Dor no osso
A osteomielite provoca uma dor persistente no local da infecção

A osteomielite causa sintomas típicos de processos infecciosos e inflamatórios. Algumas pessoas, porém, podem ser assintomáticas. Muitas vezes, os sintomas são tão inespecíficos, que dificultam o diagnóstico da doença: 

  • Dor no local da infecção, que pode ser persistente num quadro crônico.
  • Inchaço local 
  • Calor e vermelhidão no local
  • Dificuldade para movimentar o local afetado
  • Necrose e destruição do tecido ósseo afetado, em casos mais graves. 
  • Abscesso ou fístula na pele, por onde pode haver saída de pus, sendo mais comum em quadros crônicos de osteomielite.
  • Febre e calafrios
  • Sudorese
  • Fadiga 
  • Mal-estar
  • Náuseas e vômitos
  • Irritação, no caso das crianças que não conseguem expressar que estão sentindo dor. 

Diagnóstico da osteomielite

Para o diagnóstico da osteomielite, o médico ou médica ortopedista faz, primeiramente, um exame físico do local dolorido. Neste exame, se verifica a intensidade da dor, a presença de inchaço e vermelhidão, e o nível de dificuldade encontrada pela pessoa para movimentar a estrutura afetada.

Exames laboratoriais são realizados para a investigação e identificação do microrganismo causador da infecção, e incluem um hemograma completo, hemocultura, exame de velocidade de sedimentação (VHS), dosagem de PCR e nível da proteína C-reativa.

Análises de fragmentos do tecido ósseo (biópsia) e de amostras de pus também podem ajudar a identificar o microrganismo que causou a osteomielite. 

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Exames de imagem, como tomografia computadorizada, cintilografia óssea e ressonância magnética podem ser feitos para verificar a gravidade e a extensão da infecção. 

Tratamentos da osteomielite

Medicação na veia
A medicação na veia é indicada para infecções bacterianas

O tratamento inicial para a osteomielite é direcionado ao combate do agente infeccioso responsável pelo quadro agudo, para impedir que a infecção avance e se torne crônica. 

No caso de infecções bacterianas, o tratamento é feito com antibiótico de amplo espectro na veia, com a finalidade de atingir uma ampla gama de espécies de bactérias, que possam estar alojadas no osso, causando a infecção. 

Se houver boa resposta do organismo aos antibióticos na veia, a forma de administração da droga pode ser alterada para via oral, de modo que a pessoa continue o tratamento em casa. 

É fundamental seguir corretamente os horários dos medicamentos, pois eles atuam no ciclo das bactérias e, por isso, o tempo de ação da droga é calculado com precisão. 

O tratamento dura, em média, de 4 a 6 semanas, podendo ser mais longo em quadros de osteomielite crônica. 

Se a osteomielite tiver sido causada por um fungo, o tratamento é feito com medicações antifúngicas, que pode durar vários meses até o microrganismo ser completamente combatido. 

Há casos em que os medicamentos não são suficientes para combater a infecção e demandam uma intervenção cirúrgica. 

Na cirurgia, o médico ou médica cirurgiã faz a limpeza da área afetada, retirando os tecidos ósseos necrosados (mortos) e, por segurança, retira também uma margem de tecido saudável, para garantir que não ficarão microrganismos no local, capazes de reiniciar a infecção. Os abscessos também são drenados, para retirar todos os focos bacterianos no local atingido. 

Nesta cirurgia, são aplicados enxertos vascularizados para restaurar o tecido ósseo retirado, de forma que o osso tenha condições de se recuperar, através do suprimento de oxigênio e nutrientes que chegam pelo sangue. 

Muitas vezes, a limpeza cirúrgica e os antibióticos são suficientes para curar a osteomielite mas, em alguns casos, a infecção persiste e apresenta potencial de se espalhar para outros tecidos e órgãos do corpo. 

Nesses casos, pode ser necessária uma amputação parcial ou total do membro afetado, para impedir que a infecção se espalhe para outros locais, colocando a vida da pessoa em risco. 

Fontes e referências adicionais

Você sabia que os ossos poderiam ser alvos de infecção? Qual possível causa mais te surpreendeu? Conhece algum caso de osteomielite que resultou em uma amputação? Comente abaixo!

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Sobre Dr. João Hollanda

Dr. João Hollanda é Médico Ortopedista - CRM-SP 113136. Formou-se pela Santa Casa de São Paulo, com especialização em cirurgia do joelho. É também médico da Seleção Brasileira de Futebol Feminino desde 2016 e médico voluntário do Grupo de Traumatologia do Esporte da Santa Casa de São Paulo desde 2010. Você pode entrar em contato com o Dr. João através de seu site.

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