Progesterona é um hormônio que atua na regulação do ciclo menstrual e prepara o corpo da mulher para uma gravidez.
Se seu médico ou médica solicitou um exame de progesterona, é importante saber para que ele serve e o que significa quando os níveis estão altos ou baixos.
Veja o que é a progesterona, para que serve e por que pode resultar em níveis baixos e altos no exame.
A progesterona pertence a um grupo de hormônios esteróides chamados progestágenos. Os principais componentes utilizados na produção dos progestágenos são moléculas de colesterol.
A progesterona é produzida, principalmente, pelo corpo lúteo dos ovários. O corpo lúteo é uma pequena glândula produtora de progesterona, que se desenvolve logo após a ovulação, que ocorre durante a segunda metade do ciclo menstrual.
Os ovários são os principais produtores de progesterona, mas não são os únicos. As glândulas suprarrenais, que ficam em cima dos rins, também produzem uma parte da progesterona em nosso corpo. E, durante a gravidez, quem assume o papel de principal produtor de progesterona é a placenta.
Os homens também produzem progesterona, mas em quantidades bem menores que as mulheres. Nos homens, a progesterona inibe a conversão do hormônio testosterona em dihidrotestosterona (DHT), um hormônio que está associado à calvície e ao câncer de próstata. Veja como é feito o exame de próstata, importante para prevenir o câncer.
Nas mulheres, a progesterona age localmente no útero, tendo importância para o ciclo menstrual e para a gravidez, na vagina, no colo do útero, nas mamas, no cérebro, vasos sanguíneos e nos ossos.
Durante o ciclo menstrual, um ovócito é liberado durante a ovulação, que acontece em torno do 14° dia do ciclo. É o folículo ovariano, que envolvia o ovócito no útero, que se rompe e o libera. Os remanescentes desse folículo ovariano formam o corpo lúteo que, como vimos, produz a progesterona.
Assim, o corpo lúteo permanece produzindo progesterona para que, se o ovócito liberado for fertilizado, o óvulo fertilizado possa se implantar no endométrio e iniciar uma gravidez.
Se o ovócito não é fertilizado, então o corpo lúteo se decompõe, levando à descamação do endométrio. Neste caso, um novo ciclo se inicia com a menstruação.
A progesterona também serve para sustentar a gravidez inicial e mantê-la até o momento do parto.
Então, nos estágios iniciais da gravidez, o corpo lúteo ainda é o maior responsável por manter os níveis de progesterona altos, até que a placenta se estabeleça e assuma a produção do hormônio. Isso ocorre em torno da 10ª semana de gestação.
Nas mamas, durante a gravidez, a progesterona estimula o crescimento do tecido mamário e previne a lactação, nesse momento. O hormônio também fortalece os músculos da região pélvica da mulher, preparando-o para o parto.
O hormônio progesterona também diminui a contratilidade uterina, evitando as contrações durante a gravidez. E diminui a atividade intestinal, que pode resultar em constipação (prisão de ventre).
Os níveis de progesterona podem estar acima ou abaixo do normal.
Isso é descoberto no exame de progesterona, que pode ser solicitado caso a mulher esteja enfrentando dificuldades para engravidar ou tenha uma gravidez de risco. Mulheres com ciclos menstruais irregulares também podem ter que fazer esse exame.
Para este exame, é preciso que:
É possível que seu exame seja planejado para acontecer 7 dias após a sua ovulação, que é quando os níveis de progesterona estão mais altos.
Agora, se o exame estiver sendo feito para avaliar se os níveis desse hormônio permanecem altos quando não deveriam, ele pode ser feito antes da ovulação.
A progesterona pode estar baixa se a sua ovulação não estiver ocorrendo normalmente, pois ela precisa ocorrer, para que o corpo lúteo se forme e produza o hormônio.
Ou então, a ovulação ocorre, mas seu organismo não produz hormônio suficiente.
Alguns problemas de saúde podem prejudicar a ovulação:
Se você estiver sentindo os sintomas de progesterona baixa, procure um médico ou médica ginecologista, para investigar se há algum problema de saúde que está prejudicando a sua ovulação ou levando à uma baixa produção hormonal.
Os principais sintomas de progesterona baixa são:
A baixa produção de progesterona é chamada de defeito da fase lútea, um tema complexo que divide a opinião de pesquisadores e profissionais da área, referente à sua relação com a infertilidade.
Alguns defendem que, como a progesterona é importante para manter a gravidez nos estágios iniciais, sua produção baixa pode ser a causa de infertilidade e abortos espontâneos. Mas isso segue como um tema em debate e necessita de mais estudos.
O tratamento para correção de níveis baixos de progesterona é feito com comprimidos de progesterona, indicados especialmente para mulheres que estão tentando engravidar.
Mulheres com gravidez de risco também podem precisar de progesterona externa, que é normalmente injetada diretamente na vagina pelo médico ou médica obstetra.
As doses e a duração do tratamento variam de caso para caso.
Como todo medicamento, existem os efeitos colaterais, que envolvem ganho de peso, inchaço por maior retenção de líquidos, dor nas mamas, dor de cabeça e ciclo irregular.
Seu uso deve ser prescrito pelo médico ou médica ginecologista, que irá avaliar as condições gerais da saúde da mulher, já que o medicamento deve ser evitado por quem tem doenças arteriais, doenças no fígado, sangramento de escape, câncer de mama e depressão.
Níveis altos de progesterona não são tão comuns como os níveis baixos do hormônio e podem ser causados por alguns distúrbios, como:
Se os níveis de progesterona estiverem altos, o médico ou médica poderá solicitar outros exames ou uma ecografia, para tentar encontrar a causa do problema e tratá-la.
Os níveis de progesterona variam durante o ciclo menstrual, aumentando após o estímulo do hormônio luteinizante, produzido no cérebro, pela hipófise anterior. Isso ocorre no meio do ciclo menstrual (14° dia), estimulando a liberação de um ovócito pelo ovário e formação do corpo lúteo.
Os níveis de progesterona também podem variar de pessoa para pessoa.
Os laboratórios que fazem a quantificação dos níveis de progesterona podem usar diferentes técnicas, por isso é sempre importante comparar o seu resultado com os valores de referência dados pelo laboratório que fez a sua análise.
Além disso, se houver alterações nos níveis de progesterona, aguarde o retorno com seu médico ou médica, que poderá dizer se a alteração está dentro da normalidade ou se pode indicar algum problema de saúde.
Para você ter uma ideia de como os níveis de progesterona podem variar de acordo com o ciclo menstrual e a fase de vida, veja os valores considerados normais, segundo uma literatura de enfermagem, com autoria de Van Leeuwen e Poelhuis-Leth:
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