Remédio leva um terço dos fumantes a largarem o cigarro e pode ser o primeiro tratamento em 20 anos

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Quem já tentou parar de fumar ou tem algum parente ou amigo lutando contra o tabagismo sabe como pode ser difícil abandonar o cigarro. Mas, uma nova esperança de tratamento pode estar surgindo.

Estamos falando da citisiniclina, um fármaco à base de plantas também conhecido como cistina. Caso seja aprovada pelas agências reguladoras, ela poderá se tornar a primeira nova alternativa para o tratamento do tabagismo em quase 20 anos.

A citisiniclina se liga aos receptores de nicotina no cérebro, aliviando o desejo pela substância e, com isso, a vontade de de fumar. Ela também diminui a gravidade dos sintomas relacionados à abstinência e possui um mecanismo similar à vareniclina, aprovada nos Estados Unidos e no Brasil.

Estudos clínicos da citisiniclina

Homem com barba fumando cigarro.
Não é raro conhecer alguém com dificuldades para abandonar o cigarro

Os resultados da terceira e última etapa de testes clínicos da citisiniclina foram publicados na revista científica JAMA.

Segundo a autora do estudo Nancy Rigotti, que é diretora do Centro de Tratamento e Pesquisa de Tabaco do Hospital Geral de Massachusetts, da Universidade de Harvard, há uma necessidade urgente de que surjam novos medicamentos, pois os atuais não ajudam todos os fumantes a parar e podem causar efeitos colaterais considerados inaceitáveis.

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Os estudos clínicos foram realizados pela farmacêutica Achieve Life Sciences e envolveram 810 participantes, que fumavam diariamente e desejavam abandonar o cigarro, em 17 centros de pesquisa nos Estados Unidos.

Os participantes foram divididos em três grupos de aproximadamente 270 pessoas, cada. Um dos grupos recebeu 3 mg do medicamento três vezes ao dia, durante um período de 12 semanas. 

Outro grupo recebeu a mesma dose, mas em um ciclo de apenas seis semanas. Nas demais, o medicamento foi substituído por um placebo (substância sem efeitos). O terceiro grupo, por sua vez, recebeu apenas o placebo ao longo das 12 semanas de estudo. 

Efeitos e benefícios a curto e longo prazo da citisiniclina

O estudo queria comparar não somente a utilização do medicamento, mas também a diferença entre um ciclo de 12 semanas e um ciclo de seis semanas.

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Observou-se que entre a 9º e a 12º semana, ⅓ ou 32,6% dos participantes que receberam a citisiniclina durante todo o período ainda estavam em abstinência, em comparação com somente 7% do grupo placebo.

Além disso, entre aqueles que usaram o medicamento por seis semanas, 25,3% estavam em abstinência entre a 3º e a 6º semana, em comparação com 4,4% do grupo placebo naquele período. 

Os participantes relataram uma rápida e consistente diminuição do desejo pelo cigarro durante o primeiro semestre do tratamento.

No longo prazo, também foram vistos efeitos positivos. Para o grupo das 12 semanas, entre a 9º e a 24º semana, ou seja, três meses após o término do tratamento, 21,1% permaneciam em abstinência, em comparação com apenas 4,8% do grupo placebo.

Segurança e tolerância da citisiniclina

Um ponto positivo da citisiniclina é que ele foi considerado seguro e bem tolerado, com poucos efeitos colaterais relatados, como náusea e insônia, afetando menos de 10% dos participantes de cada grupo. 

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Isso pode ser um diferencial importante, considerando que os fortes efeitos colaterais são um dos problemas dos tratamentos atuais,

A presidente e diretora médica da Achieve Life Sciences Cindy Jacobs acredita que o corpo de evidências até o momento demonstra que a citisiniclina aumenta as taxas de cessação do tabagismo sem provocar efeitos colaterais incômodos. 

A farmacêutica, que é especializada em tratamentos para o tabagismo, pretende submeter os dados do medicamento para aprovação de uso pela Food and Drug Administration (Administração de Medicamentos e Alimentos, tradução livre, FDA, sigla em inglês) dos Estados Unidos na primeira metade de 2024.

Embora o medicamento já seja utilizado em vários países europeus, esse foi o primeiro grande estudo clínico a comprovar a sua eficácia.

Devido à sua base de plantas, os critérios de liberação na Europa são menos rigorosos em comparação com outros tipos de medicamentos. As informações são de O Globo.

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