Remédios para emagrecer podem causar paralisia estomacal, conclui estudo

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Os remédios injetáveis, inicialmente feitos para tratar diabetes e obesidade, mas que vem sendo usados para emagrecimento rápido podem causar um grave efeito colateral. Novos dados apontam o aumento no risco de paralisia do estômago nos usuários.

Remédios injetáveis para emagrecer foram associados ao aumento no risco de paralisia do estômago

Pelo menos três estudos, baseados em grandes coleções de informações de pacientes, apontaram que esse aumento no risco de desenvolver paralisia do estômago ou gastroparesia é maior em pessoas que tomam agonistas do GLP-1 (como Wegovy e Zepbound), comparadas aos que não fazem uso do medicamento.

Dois desses estudos foram apresentados na conferência médica Digestive Disease Week 2024, realizada em Washington, nos Estados Unidos. Veja também: Ozempic e Saxenda podem causar paralisia estomacal, diz estudo.

Em um deles, realizado pela University Hospitals, em Cleveland, Estados Unidos, foi usado o banco de dados TriNetX, que inclui milhões de informações de pacientes de 80 organizações de saúde contribuintes.

A análise foi feita com foco em adultos obesos, com índice de massa corporal superior (IMC) a 30, que tinham diagnóstico de diabetes e não sofreram de gastroparesia ou pancreatite pelo menos seis meses antes de começar a tomar o medicamento GLP-1.

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Dos que receberam prescrição de medicamento GLP-1 para perda de peso, como semaglutida (Ozempic e Wegovy), exanatida (Byetta) e litaglutida (Victoza), 10 a cada 10.000 (ou 0,1%) foram diagnosticados com gastroparesia pelo menos seis meses depois.

Em comparação, quatro a cada 10.000 pessoas (0,04%), que foram procuradas no banco de dados com base em idade, sexo, etnia e outros fatores, mas, principalmente, por não tomarem medicamentos GLP-1, desenvolveram a condição.

Homem obeso
Os adultos obesos foram o foco da análise em um dos estudos

A diferença foi significativa, resultando em um aumento de 52% no risco de ser diagnosticado com paralisia do estômago quando se usa medicamentos GLP-1.

O segundo estudo, liderado por integrantes da Universidade do Kansas, incluu pacientes que receberam prescrição de medicamentos GLP-1 para diabetes ou obesidade entre dezembro de 2021 e novembro de 2022.

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A pesquisa os comparou com pessoas que tinham diabetes ou obesidade e foram atendidas por um médico durante este mesmo período, mas sem prescrição de medicamentos GLP-1. Cerca de 300.000 registros foram incluídos no estudo.

As pessoas que tomaram o medicamento eram cerca de 66% mais propensas a serem diagnosticadas com gastroparesia. O estudo descobriu que 0,53% dos pacientes que se medicam com GLP-1 foram diagnosticadas com paralisia do estômago, ou cerca de um caso de gastroparesia para cada 200 pessoas que tomam os medicamentos.

Ademais, os adeptos a medicamentos GLP-1 também eram mais propensos a ter náuseas e vômitos ou doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), a remover a vesícula biliar e ter pancreatite induzida por medicamentos.

“Embora esses medicamentos funcionem e devam ser usados por razões adequadas, queremos alertar a todos que, se você decidir usá-los, esteja preparado para ter 30% de chance de ter efeitos colaterais gastrointestinais, e então o medicamento pode ter que ser descontinuado”, concluiu o autor do segundo estudo, Prateek Sharma, professor na Escola de Medicina da Universidade de Kansas e presidente eleito da American Society of Gastrointestinal Endoscopy.

Alguns dos efeitos colaterais, no entanto, podem diminuir com o tempo à medida que a pessoa se acostuma com as doses.

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“O medicamento foi a única coisa que foi diferente entre esses dois grupos. Nós mostramos que todos os efeitos colaterais gastrointestinais ou sintomas, como náusea, vômito e gastroparesia, forma significativamente maiores nos usuários de GLP-1”, declarou Sharma.

Você já usou remédios injetáveis para emagrecer? Notou algum efeito colateral? Comente abaixo!

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