Ruptura do baço: sintomas, causas e tratamentos

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Uma ruptura no baço pode ser causada por traumas na região do abdômen ou por aumento do baço decorrente de doenças infecciosas ou linfomas. O principal sintoma é uma dor que afeta o quadrante superior esquerdo do abdômen, podendo irradiar para o ombro esquerdo. 

A principal complicação de uma ruptura no baço é a hemorragia, que causa a queda na pressão arterial, taquicardia e falta de suprimento sanguíneo em órgãos importantes, como o cérebro. 

É muito importante que o socorro seja imediato, para que o médico ou médica identifique se há hemorragia na cavidade abdominal e se outros órgãos foram atingidos. 

O tratamento pode ser feito com transfusão de sangue e, em alguns casos, é preciso fazer uma cirurgia para retirar o baço.

Veja qual é a importância desse órgão para o nosso corpo, os sintomas de ruptura, as principais causas e como são os tratamentos para ruptura no baço. 

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Importância do baço

Baço
baço é o maior órgão do nosso sistema linfático

O baço é um órgão que faz parte do sistema linfático do nosso organismo, logo participa diretamente do nosso sistema de defesa. Neste pequeno órgão, são produzidas e armazenadas as células de defesa do corpo e os anticorpos, que são liberados na corrente sanguínea quando há algum agente invasor.

O baço também é o local onde as células vermelhas do sangue, as hemácias, são destruídas, quando estão velhas ou apresentam algum defeito em sua forma, tamanho ou conteúdo. 

Ele está localizado na porção superior esquerda do abdômen, bem abaixo do diafragma, o músculo que separa os pulmões dos outros órgãos da cavidade abdominal. 

O baço é considerado um órgão frágil, por isso, pancadas no abdômen podem facilmente provocar a sua ruptura, rompendo a membrana externa que o envolve e, também, os tecidos internos. 

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Os riscos de ruptura do baço são maiores, quando ele se encontra aumentado, uma condição clínica chamada “esplenomegalia“. Várias síndromes e doenças podem causar o aumento do baço, como a cirrose hepática, linfoma, infecções, insuficiência cardíaca e trombose da veia esplênica. 

Sintomas de ruptura no baço

Quando ocorre a ruptura do baço, há liberação de uma grande quantidade de sangue na cavidade abdominal, provocando intensa dor e contração da musculatura abdominal. 

Se a ruptura não for grande o suficiente para provocar um sangramento rápido e intenso, os sintomas não se manifestam até que a hemorragia cause a queda da pressão arterial, fazendo com que menos oxigênio chegue ao cérebro. Neste estágio, a pessoa pode sentir tontura, apresentar confusão mental e até desmaiar.

A queda na pressão arterial também provoca taquicardia, pois o coração bate mais vezes por minuto, para tentar suprir a falta de oxigênio no cérebro e nos outros órgãos.

A dor é localizada na parte superior esquerda do abdômen e pode ser irradiada para o ombro esquerdo. 

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Principais causas de ruptura do baço

Uma causa comum de ruptura no baço é o trauma, que pode ser causado por pancadas sofridas em acidentes de trânsito ou durante a prática de algum esporte de contato, como lutas e artes marciais. 

O baço também pode se romper por causas não traumáticas, sendo referida como ruptura espontânea ou atraumática

Quando não há trauma envolvido, a ruptura do baço pode ser idiopática, quando ela ocorre sem ter relação com nenhum distúrbio, doença ou fator de risco, ou patológica, quando é causada por algum quadro infeccioso, neoplásico (câncer) ou por problemas de coagulação sanguínea. 

A ruptura do baço por quadros infecciosos ocorre por causa do aumento do tamanho desse órgão, que costuma afetar crianças e jovens. 

A gravidade da ruptura do baço depende do problema que a causou. Quando está relacionada com problemas neoplásicos, tende a apresentar maior taxa de mortalidade. A idade também é um fator de risco, sendo mais grave em pessoas acima de 40 anos de idade, com histórico de esplenomegalia e câncer. 

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Tratamentos para ruptura do baço

Tomografia
A tomografia é o exame que ajuda a verificar possíveis lesões

Quando há suspeita de ruptura no baço, deve-se procurar ajuda médica com urgência e relatar os sintomas, bem como informar se houve algum tipo de trauma, se está com alguma infecção ou outra doença, e se está fazendo terapia com anticoagulante. 

A partir disso, é feito um exame de tomografia computadorizada para verificar se há sangramento na cavidade abdominal e se houve lesão em outros órgãos.  

Uma ruptura no baço representa uma situação de emergência, que requer uma rápida intervenção médica para resolver o problema da hemorragia.

Nos casos em que a ruptura do baço é leve ou moderada, geralmente resultante de quadros infecciosos em pacientes mais jovens, o tratamento é conservador (não cirúrgico) e inclui repouso no leito, hidratação e transfusão de sangue. Esses casos requerem um rígido monitoramento e controle clínico, de imagem e laboratorial. 

Quando a ruptura no baço causa choque hipovolêmico, que é quando se perde muito sangue na hemorragia, uma cirurgia para retirada do baço deve ser feita com urgência, pois esse quadro pode ser fatal.

Na maioria dos casos, o baço é retirado por completo, por meio de uma cirurgia chamada esplenectomia. Antes da cirurgia, se aplica uma vacina contra pneumococo, uma bactéria que causa pneumonia e meningite. 

Depois da cirurgia, também é necessário manter as vacinas em dia e, em alguns casos, fazer tratamento preventivo com antibióticos.

Uma pessoa consegue levar uma vida normal sem o baço, mas fica mais vulnerável às infecções, por isso, devem reforçar as medidas de higiene e vacinação, para evitarem as doenças infecciosas.  

Fontes e referências adicionais

Você sabia da importância do baço para o nosso corpo? Conhece algum caso de ruptura no baço? Qual foi a causa da ruptura e como ela foi tratada? Comente abaixo!

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Sobre Dr. Lucio Pacheco

Dr. Lucio Pacheco é Cirurgião do aparelho digestivo, Cirurgião geral - CRM 597798 RJ/ CBCD. Formou-se em Medicina pela UFRJ em 1994. Em 1996 fez um curso de aperfeiçoamento em transplantes no Hospital Paul Brousse, da Universidade de Paris-Sud, um dos mais especializados na Europa. Concluiu o mestrado em Medicina (Cirurgia Geral) em 2000 e o Doutorado em Medicina (Clinica Médica) pela UFRJ em 2010. Dr. Lucio Pacheco é autor de diversos livros e artigos sobre transplante de fígado. Atualmente é médico-cirurgião, chefe da equipe de transplante hepático do Hospital Copa Star, Hospital Quinta D'Or e do Hospital Copa D'Or. Além disso é diretor médico do Instituto de Transplantes. Suas áreas de atuação principais são: cirurgia geral, oncologia cirúrgica, hepatologia, e transplante de fígado. Para mais informações, entre em contato.

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