Esplenomegalia: o que é, causas, sintomas e tratamentos

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Esplenomegalia é o termo médico usado para se referir a um aumento do volume do baço, um órgão que está localizado na parte superior esquerda do abdômen. Esta região do abdômen fica dolorida e, geralmente, é este o sintoma que leva a pessoa a procurar ajuda médica. 

A esplenomegalia não é uma doença, mas um efeito secundário de outras doenças, como infecções, problemas no fígado e até cânceres no sangue. 

Além da típica dor no lado esquerdo superior do abdômen, a esplenomegalia pode causar a compressão de órgãos vizinhos, como o estômago, atrapalhando diretamente a alimentação da pessoa, que se sente satisfeita, com a ingestão de pouca quantidade de alimento. 

A esplenomegalia pode causar complicações graves, como anemia e baixa contagem de glóbulos brancos e plaquetas e, por isso, precisa ser tratada. Para isso, a causa do problema deve ser identificada e resolvida. Em alguns casos graves, torna-se necessária a remoção cirúrgica do baço. 

Veja mais detalhes sobre a esplenomegalia, as possíveis causas, os sintomas e como são feitos o diagnóstico e o tratamento. 

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Esplenomegalia: o que é?

O baço é um órgão que pesa aproximadamente 150 gramas e apresenta algo em torno de 11 cm de comprimento, em seu maior eixo. A esplenomegalia é uma condição anormal, caracterizada pelo aumento dessas dimensões. 

Se o baço aumentar muito de volume, ele pode sofrer uma ruptura, o que pode levar à hemorragia interna. Este caso é uma emergência médica, e precisa ser prontamente tratado, pois traz riscos de morte.  

A função do baço é produzir e armazenar glóbulos brancos e anticorpos, que são células e proteínas especializadas na defesa do organismo. Quando algum agente invasor ou nocivo entra no organismo, o baço libera as células de defesa e os anticorpos na corrente sanguínea, para que desempenhem suas funções de defesa imunológica.

O baço também atua como um filtro do sangue, separando e eliminando células velhas e danificadas. 

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A esplenomegalia inicia um ciclo que pode levar à anemia. Devido ao seu tamanho aumentado, o baço retém mais células sanguíneas e, quanto mais células retém, maior ele fica. Dessa forma, o tamanho do baço vai aumentando progressivamente, podendo levar à anemia, já que menos células retornam à circulação sanguínea nesse ciclo. 

Devido à maior demanda de sangue, algumas partes do baço podem não ser irrigadas com o volume de sangue apropriado, levando à necrose do baço e à sua progressiva perda de função.  

Com sua função alterada, o baço pode destruir alguns glóbulos brancos e plaquetas, deixando o organismo mais vulnerável a infecções e hemorragias. 

Possíveis causas da esplenomegalia

Alcoolismo
O alcoolismo é um dos principais motivos para a cirrose, que por sua vez, pode ser causa da esplenomegalia

A esplenomegalia pode ser um efeito secundário de vários distúrbios. Há dados na literatura médica que apontam para a seguinte frequência de causas mais comuns: 

  • Cirrose hepática: 33%
  • Linfoma: 27%
  • Infecções (HIV/AIDS e endocardite): 23%
  • Insuficiência cardíaca: 8%
  • Trombose da veia esplênica: 4%
  • Outras causas: 5%

As outras causas, menos comuns, que compõem os 5% são:

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Sintomas da esplenomegalia

A esplenomegalia causa sintomas que podem se manifestar apenas quando o baço se encontra muito aumentado. 

Antes disso, a pessoa pode ficar sabendo que está com esplenomegalia se fizer algum exame de imagem, como o raio-X, por outro motivo e descobrir o aumento do baço, por acaso. 

Os sintomas que começam a se desenvolver com a esplenomegalia não são específicos, mas geralmente levam a pessoa a buscar atendimento médico, para descobrir a causa de seus desconfortos. 

A origem dos sintomas está na compressão que o baço aumentado exerce sobre os órgãos vizinhos, especialmente o estômago. 

Os sintomas também podem ser resultado do quadro de anemia causado pela esplenomegalia e pela redução dos níveis de plaquetas na circulação. 

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Os principais sintomas de esplenomegalia são: 

  • Dor ou desconforto no quadrante superior esquerdo do abdômen, bem abaixo da costela.  
  • Dor que começa no abdômen e irradia para o ombro esquerdo e para as costas. 
  • Sensação de saciedade precoce, mesmo ingerindo pouco ou nenhum alimento, devido à compressão do estômago. 
  • Incapacidade de comer uma refeição completa. 
  • Perda do apetite, por causa da sensação de saciedade.
  • Soluços
  • Aumento do volume abdominal.
  • Sangramentos ou aparecimento de hematomas na pele.
  • Palidez
  • Falta de ar ou desconforto para respirar.
  • Fadiga
  • Perda de peso não intencional
  • Febre e calafrio
  • E sintomas próprios da doença que causou a esplenomegalia.

Se a dor no lado superior esquerdo se iniciar de maneira súbita e intensa e estiver associada com contração da musculatura abdominal, tontura, confusão mental, queda da pressão arterial e aumento da frequência cardíaca, deve-se ir até uma unidade de pronto atendimento. 

Esses sinais indicam uma possível ruptura do baço, problema que deve ser tratado imediatamente, para evitar um choque hipovolêmico por hemorragia interna. 

Diagnóstico

Raio-X
O exame de raio-X permite a identificação visual da esplenomegalia

Ao chegar em um consultório médico com queixa de dor no lado superior esquerdo do abdômen ou com o relato de que não está conseguindo comer, por conta da sensação de saciedade precoce, o médico ou médica já pode desconfiar de esplenomegalia. 

O exame físico é o primeiro exame realizado no consultório e consiste na palpação do abdômen, por meio da qual é possível sentir o baço aumentado. 

O exame de raio-X permite a identificação visual da esplenomegalia, mas é só com a tomografia computadorizada ou com a ultrassonografia que é possível determinar o tamanho do baço e verificar se ele está pressionando outros órgãos. 

Outros exames de imagem com tecnologia mais avançada, como a ressonância magnética, permitem rastrear o fluxo sanguíneo através do baço e verificar se ele está retendo e/ou destruindo as células do sangue.

Exames de sangue com contagem das células sanguíneas e de proteínas específicas são úteis no diagnóstico da doença causadora da esplenomegalia, portanto é comum eles serem solicitados. 

Caso haja suspeita de câncer no sangue, como leucemia ou linfoma, o médico ou médica pode fazer uma biópsia da medula óssea. 

Além desses exames, o fígado também pode ser investigado, com exames da função hepática e dosagem de lipase, pois problemas neste órgão estão entre as principais causas de esplenomegalia.  

Tratamentos

Após todos os exames realizados no processo diagnóstico, o médico ou médica identifica a causa da esplenomegalia e pode tratá-la. Nesse sentido, o tratamento é direcionado à causa do aumento do baço, que tende a voltar ao seu tamanho normal, assim que o tratamento do problema de origem se mostra eficaz.

Quando a esplenomegalia produz consequências graves para a saúde da pessoa, levando à anemia, baixa contagem de leucócitos e de plaquetas, o baço pode ser retirado cirurgicamente, por meio de uma esplenectomia

A esplenectomia é evitada, sempre que possível, porque a falta do baço deixa a pessoa mais vulnerável a infecções. Por isso, uma pessoa sem o baço deve tomar vacinas anuais e fazer tratamentos preventivos com antibióticos, em alguns casos. 

A cirurgia também se torna necessária, quando há um risco de ruptura do baço, por causa de seu grande volume. Uma ruptura no baço pode causar hemorragia grave e levar a pessoa a óbito, por choque hipovolêmico. 

Fontes e referências adicionais

Você sabia que no exame de palpação do abdômen, procura-se, entre outras coisas, por sinal de esplenomegalia? Já teve sintomas de esplenomegalia? Qual tratamento você seguiu? Comente abaixo!

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Sobre Dr. Marcos Marinho

Dr. Marcos Marinho é especialista em Gastroenterologia, Endoscopia Digestiva e Ultrassonografia - CRM 52.104130-4. Formou-se em Medicina pela Universidade do Grande Rio (Unigranrio) e é pós-graduado em Gastroenterologia pelo IPEMED. Realizou cursos de ultrassonografia geral e intervencionista pela Unisom, ultrassonografia musculoesquelética e Doppler pelo CETRUS. Para mais informações, entre em contato através de seu Instagram oficial @drmarcosmarinho

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