Cientistas permitem que 2 mulheres falem novamente com implantes cerebrais de IA

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Duas mulheres que foram diagnosticadas com condições neurológicas que causavam a perda da capacidade de fala conseguiram restabelecer a comunicação por meio de vozes sintéticas depois que receberam implantes cerebrais conectados a modelos de inteligência artificial (IA).

Pesquisadores da Universidade da Califórnia e da Universidade Stanford, localizadas nos Estados Unidos, conduziram paralelamente os dois casos de sucesso. As descobertas desses estudos foram divulgadas na revista Nature em 23/08.

Como isso funciona?

Os impulsos cerebrais das pacientes são captados a partir de eletrodos posicionados no cérebro. Imediatamente, a inteligência artificial os converta em fala. Então, uma imagem do paciente se comunicando é projetada em uma tela. Graças a esse sistema, até mesmo conversas puderam ocorrer.

Ainda há uma margem de erro alta na seleção das palavras, porém os pesquisadores trabalham para que futuramente, os pacientes que perderam a fala consigam conversar em tempo real com o tom, a inflexão e as emoções

Implante cerebral de inteligência artificial
IA permitiu que duas pacientes pudessem voltar a falar

O pesquisador e neurocientista da Universidade de Stanford Francis Willett afirmou em coletiva de imprensa que agora é possível vislumbrar um futuro no qual poderemos restaurar uma conversa fluída para alguém com paralisia, proporcionando a eles a possibilidade de expressar livremente o que desejam, com uma precisão alta o suficiente para serem compreendidos de forma confiável.

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Paciente diagnosticada com ELA recebe implantes cerebrais

Uma das pessoas que se beneficiou com a tecnologia foi Pat Bennett, de 68 anos, dos Estados Unidos. Ela foi diagnosticada com esclerose lateral amiotrófica (ELA) há 13 anos. A condição afetou os músculos dos lábios, língua, laringe e mandíbula de Pat, resultando em sua incapacidade de comunicar seus pensamentos. 

Os pesquisadores da Universidade Stanford implantaram chips nas regiões do córtex pré-motor ventral e na área de Broca, um centro nervoso que permite a articulação da linguagem. Eles os treinaram com um programa de computador para reconhecer os sinais cerebrais quando Pat tentava falar.

Após um período de quatro meses de teste, a paciente conseguiu gerar frases contendo 62 palavras por minuto. Comparativamente, uma pessoa sem dificuldades de fala reproduz em média 160 palavras por minuto.

Os cientistas conduziram testes com dois modelos diferentes: um contendo um vocabulário de 125 mil palavras e outro com um vocabulário limitado de apenas 50 palavras. A taxa de erro da escolha de palavras pela inteligência artificial foi de 23,8% para o primeiro modelo e de 9,1% para o segundo.

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Paciente vítima de AVC

O segundo estudo apresentado na revista Nature descreve a jornada de Ann Johnson, de 47 anos, também dos Estados Unidos. Ela perdeu a habilidade de fala há 18 anos devido a um acidente vascular cerebral (AVC).

No caso de Ann, cientistas da Universidade da Califórnia em São Francisco inseriram 253 eletrodos na superfície do córtex cerebral. A equipe do neurocirurgião Edward Chang treinou o algoritmo da inteligência artificial utilizando um vocabulário contendo 1.024 palavras.

A voz de Ann foi recriada com base em uma gravação do seu discurso de casamento e por meio desse sistema, ela conseguiu reproduzir 78 palavras por minuto. A taxa média de erro durante esse processo foi de 25,5%.

Além de possibilitar a expressão verbal dos pensamentos, os pesquisadores desenvolveram um avatar computacional com características semelhantes às de Ann, com o intuito de reproduzir as expressões faciais da paciente.

O neurocirurgião Chang disse, em entrevista ao jornal The New York Times, que eles estão simplesmente tentando restaurar quem as pessoas são. As informações são do Metrópoles.

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Você acredita que a inteligência artificial poderá facilitar a vida de diversos pacientes em breve? Já sabia que essas pesquisas estavam em andamento? Comente abaixo!

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Sobre Valdir Campos

Valdir de Campos Júnior é estudante de jornalismo, e combina sua paixão pela escrita com um forte interesse pelo universo da saúde e boa forma. Valdir é motivado pela curiosidade e pelo desejo de adquirir conhecimento, visando inspirar e informar as pessoas sobre um estilo de vida saudável.

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