A pandemia do novo coronavírus foi declarada há mais de dois meses pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mais especificamente no dia 11 de março. Desde então, conforme os números de casos e mortes pela COVID-19, a doença provocada pelo vírus, se acumulam, pesquisadores continuam a fazer descobertas a seu respeito.
Uma das mais recentes contesta a suposição de que é improvável que uma pessoa tenha COVID-19 se ela já estiver com outra doença respiratória viral. Liderada pelo professor associado clínico de medicina de urgência da Escola Médica de Stanford nos Estados Unidos, Ian Brown, uma análise preliminar indicou que aproximadamente uma em cada cinco pessoas com COVID-19 também pode estar infectada por outros vírus respiratórios.
A análise também apontou que em torno de uma em cada 10 pessoas que apresentam sintomas de doenças respiratórias em um serviço de emergência e são posteriormente diagnosticadas com um vírus respiratório comum também pode estar infectada pelo novo coronavírus.
Segundo Brown, devido ao limite dos diferentes tipos de testes para COVID-19, em alguns casos, um paciente que apresenta sintomas respiratórios pode ser submetido a exames que detectam outros vírus, mas não o novo coronavírus. Então, se ele é diagnosticado com outro vírus respiratório, o hospital pode liberar a pessoa sem fazer o teste para COVID-19, concluindo automaticamente que o outro vírus respiratório foi o causador dos sintomas.
As sugestões da análise do professor da Universidade Stanford e sua equipe são importantes para que um paciente com outro vírus causador de doenças respiratórias não deixe de ser testado para o novo coronavírus, de receber o tratamento adequado caso realmente tenha a COVID-19 e de tomar os devidos cuidados para não contaminar outras pessoas. Até porque não é simples o que o novo coronavírus pode provocar no organismo de uma pessoa.
Os números da pesquisa
Brown e sua equipe chegaram aos resultados apresentados depois de analisarem 562 pessoas que tinham sido testadas para o novo coronavírus em um serviço de emergência da Universidade de Stanford. Um total de 49 pessoas teve resultados positivos para COVID-19.
Das 562 pessoas analisadas, 517 também foram submetidas a exames para detectar a presença de outros vírus respiratórios como influenza A e B (gripe), vírus sincicial respiratório, rinovírus, adenovírus e diversos tipos de pneumonia. Desses 517, 127 tiveram resultados positivos para um desses outros vírus respiratórios.
Identificou-se que entre o grupo de pessoas que foram submetidas a testes tanto para o novo coronavírus quanto para outros vírus respiratórios, 11 estavam infectadas com os dois tipos de vírus. Isso corresponde a 22% dos 49 casos confirmados de COVID-19 e 8,7% dos 127 pacientes com resultados positivos para outros vírus respiratórios.
Entretanto, é muito importante frisar que se trata de uma análise ainda preliminar, cujas descobertas foram divulgadas pelos pesquisadores no dia 18 de março na plataforma de publicação de blog online Medium.com, a pedido do Departamento de Saúde Pública da Califórnia nos Estados Unidos.
Portanto, precisamos esperar outros desdobramentos do estudo antes de tirarmos grandes conclusões. As informações são Universidade Stanford.