Pesquisadores lançaram luz sobre uma promissora inovação em cardiologia. Um recente estudo, veiculado na revista científica JAMA Cardiology, apresentou um algoritmo de inteligência artificial (IA) habilidoso em identificar ritmos cardíacos anormais, mesmo antes da manifestação de sintomas notáveis.
A IA em questão tem o potencial de ser uma ferramenta revolucionária na prevenção de acidentes vasculares cerebrais (AVCs) e complicações cardiovasculares associadas à fibrilação atrial.
Para quem não está familiarizado com o termo, a fibrilação atrial refere-se a uma perturbação nos sinais elétricos do coração, responsáveis por regular o fluxo sanguíneo das câmaras superiores para as inferiores. Anomalias nesse processo podem levar ao acúmulo de sangue nas câmaras superiores. Este acúmulo, por sua vez, pode culminar na formação de coágulos que, em situações adversas, viajam até o cérebro, causando AVCs.
No processo de desenvolvimento desse programa de IA, a equipe de pesquisa investiu na análise de uma vasta quantidade de dados, contando com aproximadamente um milhão de eletrocardiogramas. O resultado? A tecnologia conseguiu prever, com admirável precisão, a ocorrência de fibrilação atrial nos pacientes em até 31 dias.
A trajetória dos pesquisadores não para por aí. Eles estão engajados em estudos contínuos do algoritmo, com a perspectiva de integrá-lo a ensaios clínicos. O objetivo é avaliar seu potencial em identificar indivíduos com riscos elevados de ataques cardíacos e AVCs. Paralelamente, há um interesse crescente em desenvolver algoritmos adicionais que ofereçam suportes similares no campo da cardiologia.
Ao falarmos sobre a intersecção da cardiologia com a inteligência artificial, é impossível não mencionar outros avanços notáveis. Em terras nipônicas, pesquisadores da Osaka Metropolitan University revelaram uma IA capaz de classificar funções cardíacas e, de forma precisa, detectar doenças cardíacas valvulares apenas por meio de uma simples radiografia de tórax.
Vale ressaltar, ainda, um destaque do ano anterior, 2022, onde foi desenvolvido um modelo de IA que utiliza radiografias para estimar o risco de ataques cardíacos em uma janela temporal de dez anos. Essa inovação foi destaque no congresso da Radiological Society of North America.
A junção da cardiologia com a tecnologia da inteligência artificial tem demonstrado ser um caminho profícuo, trazendo esperança de diagnósticos mais precisos e uma medicina mais preventiva.
Os avanços citados ilustram um futuro onde pacientes podem se beneficiar de cuidados mais proativos, resultando em uma vida mais saudável e com menor risco de complicações cardiovasculares.