A britânica Kelly Hahn, de 44 anos, passou por uma cirurgia plástica malsucedida nos seios em 2019. Ela sofreu uma contratura capsular, uma complicação em que o sistema de defesa do corpo realiza um enrijecimento exagerado do tecido ao redor da prótese de silicone, causando dores intensas.
Para tentar solucionar o problema, em 2022, ela passou por uma nova cirurgia para realizar a troca das próteses, mas o corpo rejeitou os materiais e houve rompimento dos músculos do peito.
Kelly relatou que, assim que acordou da segunda cirurgia, sabia que algo tinha dado errado e disse que estava com uma estranha sensação no braço, semelhante à sensação que se tem quando se dorme em cima do membro. Após quatro horas de ter recebido alta, ela voltou ao hospital com fortes dores no braço e no peito, e disse que sentia como se tivesse sido atropelada por um ônibus.
O cirurgião a avaliou e constatou que os músculos do peito de Kelly estavam “divididos” e “retraídos significativamente acima dos mamilos”. A clínica alegou que não havia como ajudá-la e a encaminhou para um clínico geral da rede pública.
Durante o ano seguinte, a dor piorou e os médicos não conseguiram identificar a causa do problema, mesmo com diversas idas ao hospital.
A britânica foi a uma clínica particular, em agosto desse ano, e após exames de ressonância magnética e ultrassom, recebeu o diagnóstico de síndrome do desfiladeiro torácico.
Essa síndrome é composta por um grupo de distúrbios provocados pela pressão nos nervos, na artéria e nas veias grandes que passam entre o pescoço e o tórax.
Quando a passagem está bloqueada, o fluxo de sangue pode ser comprometido. O problema nos músculos após o segundo procedimento pode ter possivelmente causado o quadro de Kelly.
Ela contou que hoje seu braço direito não tem mais uma boa circulação, apresenta uma coloração estranha e pode precisar, futuramente, de mais cirurgias para reparar os nervos. Hoje, ela ainda diz sentir dor e luta contra a depressão.
Por fim, compartilhou seu sentimento de decepção com a primeira clínica onde fez a cirurgia, ressaltando que, independentemente da reputação e dos gastos, a prestação de assistência médica também é extremamente importante.